Os três dias de permanência em TAMANDARÉ foram insuficientes para aproveitarmos o que cidade oferece ao visitante. Tamandaré não é só curtição de praia, embora a maior parte das atrações esteja ligada à água. Pense bem: em uma cidade de quase 24.000 habitantes (dados do IBGE de 2021) pode-se bisbilhotar um monte de coisas. E como há o que ver em Tamandaré, istepô!
O BOTEQUIM GUANABARA, em Florianópolis, é um pedaço do Rio de Janeiro na Ilha de Santa Catarina.
O proprietário do templo, carioca da gema, soube juntar algumas das melhores lembranças do Rio nas paredes e no cardápio dos 3 restaurantes que administra na ilha. Saudosista que sou, viajei nas fotos e quase fiquei colada naquelas paredes. Ô saudade!…
A FOTO DESTACADA– Mostra o Arpoador das décadas de 50 e 60, quando era point de jovens que curtiam esse canto da Praia de Ipanema,e a famosa pedra. A nota referente ao saudoso Estado da Guanabara termina com música Rio Antigo de Chico Anísio e Nonato Buzar, imortalizada pela cantora Alcione. No final da postagem clique no link e ouça a música.
NA CAPA DO CARDÁPIO,
são destaques as notícias a respeito de carnaval e futebol brasileiros. Nada mais justo que ressaltar dois assuntos que sempre colocaram o Brasil em evidência no exterior, além da F1.
ATENÇÃO AQUI!
Do menu acima o carioca manja de montão o Bolinho de Feijoada, o Caldinho de Feijão Amigo e o Frango à Passarinho.
Agora, como todo carioca é criativo, desculpem-me a falta de modéstia, só prá maltratar incluíram Croquetes de Ossobuco, Batata com Costela e Coxinha de Pernil em meio a toda essa carioquice. E os sanduíches? Prestenção na composição “doS sanduba”, istepô!
PRATO PRÁ DOIS
Agora, fala sério! Os pratos pra duas pessoas também não ficam atrás. Experimentamos a bacalhoada e vo-te dizê uma côsa: é prá portuga nenhum botá defeito. Na foto da direita, um tradicional filé à Oswaldo Aranha faz o leitor babar no cardápio; e entre os anúncios do que rola aos sábados e domingos no menu do Botequim Guanabara, uma notícia do Carnaval de 57 fala da disputa entre Portela e Império Serrano.
Desfilei três vezes pela Império, minha escola de samba favorita, inclusive quando foi campeã em 1982 ao apresentar o enredo Bumbum Paticumbum Prugurundum. Depois dessa vitória, a Império Serrano mofa c’as pombas na balaia até dijaôch. Ô pena!
A FEIJOADA DE SÁBADO
é concorrida, e o interessado em saborear as delícias preparadas em 7 caldeirões tem que chegar cedo. É importante ressaltar que as partes extremas do porco são cozidas em uma só panela: rabo, orelha e pé. É feijoada como se faz no Rio, prá ninguém botar defeito. Eita nóis!
O CARDÁPIO DE DOMINGO
Domingo é dia da indecisão entre dois pratos fantásticos: a Costela Assada, que chega aos pratos após 12 horas no fogo, e o Galeto da Gema.
OS DRINKS
dispensam comentários, e o cardápio executivo muda diariamente. Neste dia pedimos o Filé Ao Molho Rôti e gostamos muito. Os pratos são muito bem servidos.
E para quem quiser aprender a música cantada por Alcione, basta clicar aqui. E mais: caso queira acompanhar-se ao violão, a letra já está com cifras.
No BOTEQUIM GUANABARAdo Shopping Itaguaçu encontramos mais fotos emblemáticas do Rio, que induzem o cliente a imaginar como teria sido o Rio de Janeiro de antigamente. Eu cá tive o privilégio de ver e sentir o Rio do final da década de 50 ao final da de 70, época de boites e restaurantes famosos, Carnaval abrilhantado por artistas Hollywoodianos que se hospedavam no Copacabana Palace – um hotel famosíssimo e luxuoso ainda de pé, que fora ameaçado de demolição em 1985 -, muitos bailes à rigor, festas de formaturas, enfim, época de muita diversão e violência zero nas ruas.
A tradução literal de Prime Ribs é costela de primeira. Trata-se de um corte especial que acompanha a curva do osso. A carne é macia, saborosa, e fica localizada entre a 6ª e a 12ª costela do boi. Quem entende do riscado é meu mano, profundo conhecedor de carnes. Dirige espetos e grelhas em uma churrasqueira como ninguém. Domina o calor das brasas, a altura do fogo, enfim, domina as “técnicas” de cozimento dos diferentes tipos de carne. Em compensação, confesso que à excessão do mocotó, do rabo, vísceras e chifres, do resto não identifico nada. De forno e fogão ainda entendo um pouco; mas de foguinho de brasa…
PARA FINALIZAR, Fica a dica para quem aprecia comida saborosa e bem apresentada que vem quente prá mesa, ambientes aconchegantes e atendimento nota 10. Ainda não conheço o espaço da Avenida Mauro Ramos, mas não me faltarão oportunidades.
COCO BAMBU é o nome de um restaurante com filiais em vários estados brasileiros, que faz sucesso desde o final da década de 80.
Nasceu em Fortaleza com o nome de Dom Pastel; foi bem cuidado, cresceu e tornou-se um adulto poderoso – uma rede de mais de 60 casas que se estende de Manaus ao Rio Grande do Sul. Mas, não parou por aí. O bambuzal atravessou o Atlântico e também cresceu nos Estados Unidos – Yes, nós temos bananas e côco também!
As instalações do Cobo Bambu são confortáveis, espaçosas e de decoração descontraída, porém com toques de requinte. O cardápio é excelente e é focado em frutos do mar. A apresentação dos pratos é digna de capa de revista, e as porções são bem fartas. Acesse o site clicando aquie constate.
Recentemente, estivemos na filial de Florianópolis e nos surpreendemos com uma novidade que não agradou: o cardápio acessível pelo código QR, que muitos da maior idade nem desconfiam do que se trata.
Para que tenham idéia, éramos cinco pessoas, mas apenas uma conseguiu acessar o cardápio pelo código. Diante da dificuldade dos demais, trouxeram um cardápio convencional para a alegria de todos.
A JUSTIFICATIVA
do Coco Bambu para a adoção desse método moderninho e inconveniente não funcionou (questões de higiene por conta da pandemia), porque alguns cardápios tradicionais circulavam pelas mesas. De nada adianta dificultar a vida das pessoas, porque sempre haverá furos nessas medidas excessivas de higiene. A desculpa é sempre a proteção do outro, mas não é verdade e sabemos disso. Basta um olhar mais atento em nosso dia-a-dia, para constatarmos que somos alvos de inúmeros focos de contaminação apesar das precauções que tomamos.
Você acha que cartões de crédito, dinheiro, tickets comprovantes de compras, mercadorias que entram em nossas casas de diversas procedências, maçanetas, botões de caixas eletrônicos e tantas outras coisas estão livres de contaminações?
Aquele plástico ridículo que cobre botões de elevador e o toque bobo de mão fechada que virou cumprimento estão livres de bactérias? Claro que não! Abre o olho, istepô!
A NOVIDADEé que o Rio de Janeiro aprovou lei que obriga os restaurantes a oferecem cardápio impresso para seus clientes, enquanto Minas Gerais e Distrito Federal discutem o assunto. Saiba maisclicando aqui.
É PARA ENGANAR QUEM?
E além do mais, sabemos das dificuldades que a maioria dos idosos têm em manejar um celular!… Pergunto: o cardápio não acabou em nossa mesa após ter circulado por outras? Sim. Foi desinfetado? Não! Palhaçada à parte, o restaurante é bom, o atendimento é simpático e cortês, e os pratos são muito bem servidos. Reserve lugar para não “mofar com as pombas na balaia”.
A nota desabonadora do restaurante fica por conta de um processo sofrido pelo Coco Bambu, em 2017. O motivo? Cópia de cardápio e até decoração de outro restaurante, o Camarões. Foi condenado…
A supressão de uma simples consoante resultou em um trocadilho genial que define, de cara, pra que veio o OSTRADAMUS, o restaurante mais badalado de Florianópolis.
FOTO DESTACADA – Interior do Empório Ostradamus, substituto da cafeteria Tens Tempo?
UM POUCO DE SUA HISTÓRIA
O Ostradamus Ribeirão da Ilha é o resultado de muito trabalho, disciplina, força de vontade, sonho, esperança e muitas outras coisas. Quem conheceu a oficina mecânica do proprietário Sr. Jaime Barcelos, onde tudo começou, sabe do que estou falando. A troca das ferramentas de uma oficina de automóveis pelas ferramentas de mesa e fogão foi sábia.
Seu nome nos remete ao médico e astrólogo francês Nostradamus, nascido em Saint-Rémy-de-Provence, mais conhecido por suas profecias que atravessaram séculos. Vidências à parte, o (N)OSTRADAMUS é sucesso desde que seu proprietário o batizou com este nome. Vira e mexe buscamos o que comemorar no restaurante do Ribeirão da Ilha. O cardápio, bastante decorativo, pode ser levado para casa – basta pedir.
Domingo é dia complicado para visitar o Ribeirão, e no Verão piora bastante. O movimento do bairro aumentou consideravelmente desde que se tornou polo gastronômico. Justiça seja feita, o sucesso desse bairro histórico da ilha de Santa Catarina começou com Jaime. Ele foi o primeiro empresário a investir, sem o menor receio, em um respeitável restaurante em um bairro que fica longe, bem longe do Centro de Florianópolis. Nome genial, decoração temática caprichada e cardápio planejado com esmero constituem a fórmula que atraiu turistas e manezinhos de raíz e transformaram o Ribeirão da Ilha para melhor.
Jaime concretizou um sonho não apenas para sorte sua, mas de todos que agora desfrutam do resultado de sua coragem, empreendedorismo e talento.
CAPITÃO MANECA, UMA ATRAÇÃO À PARTE
Todos que visitam as casas Ostradamus sabem que o tratamento dispensado pelos funcionários ao visitante é especialíssimo. Entretando, dentre todos, destaca-se o Capitão Maneca, o funcionário mais antigo do Ostradamus do Ribeirão da Ilha. São 21 anos servindo com simpatia, sorriso nos lábios ocultos pela máscara, mas que se percebe nos olhos, competência e muito, muito bom humor.
Neste domingo tivemos a sorte e o privilégio de sermos atendidos por ele, o que significa que o tivemos, praticamente, o tempo todo ao nosso lado.
Obrigada, Capitão Maneca, pelos momentos divertidos que nos proporcionou!
EMPÓRIO OSTRADAMUS
Nota: o Café Tens Tempo não é mais de propriedade do Sr. Jaime Barcelos. A cafeteria continua funcionando bem próxima ao Ostradamus, e em seu lugar surgiu o Empório Ostradamus. O alvo da nova casa são os vinhos e pescados congelados, e dentre eles o polvo já amaciado é uma boa opção para quem gosta da iguaria.
PARA FINALIZAR,
digo o seguinte: É preciso conhecer o Ostradamus Ribeirão da Ilha para sentí-lo em sua essência. Fazer parte daquele mundo encantado, mesmo que seja por alguns momentos, deixará marcas em sua memória.
Além do ambiente lúdico, em cada mesa você encontrará uma vitrine que revelará, mesmo aos olhos menos atentos, a intensidade de amor e carinho empregados em cada detalhe só para lhe agradar: areia, conchas, cordas, flores…
E se você sentir saudade, é facil resolver essa ausência: basta voltar ao Ostradamus para curtir, novamente, bons momentos em sua vida.
LE RELAIS DU LOUVRE é uma das centenas de brasseries parisienses que nos serviu como um oásis para tomarmos um café e descansarmos após muito bisbilhotar a cidade.
O QUE É UMA BRASSERIE? É bom definir o que seja esse tipo de comércio bastante comum na França. Embora esta palavra esteja ligada à “cervejaria”, e uma brasserie seja rotulada como um lugar descontraído e de cardápio simples, nem sempre é assim. Temos exemplos de brasseries requintadas como a Lipp (ambiente e menu esmerados), a L’Alsace, e Le Pied de Cochon – O Pé de Porco, estrela do cardápio. Do mesmo modo, a Brasserie Vagenende enquadra-se neste perfil. As brasseries mantém-se abertas durante todo o dia e servem refeições desde o café da manhã até “ao último freguês”, incluindo a Le Relais du Louvre.
Conforme dito acima, as brasseries mantém o cardápio fiel à culinária francesa. Por este motivo, omeletes e crepes não faltarão nas opções, além das saladas e dos hambúrgueres. Estes sim, fogem ao cardápio tradicional, porém são muito bons.
Sentamos próximos da janela e por algum tempo, em silêncio, nos deixamos levar pelo movimento da rua. Apreciar o vai-e-vem das pessoas era um dos passatempos prediletos de minha mãe, da qual me lembrei. Em resumo: quem indica algumas dentre as melhores brasseries de Paris é a Sra. Maria Lina. Clique no link e saiba mais.
LA CITROUILLE propõe pratos da tradicional cozinha francesa, mas não para por aí porque burgueres e tartares também fazem parte do menu.
La Citrouille ocupou a loja de um restaurante onde em 2013 e 2014 íamos com certa frequencia. Era cômodo para nós, devido à proximidade de onde estávamos hospedados. Entretanto, em 2019, o jovem que nos atendia com tanta simpatia não estava mais lá. Todavia, o restaurante que o substituiu conservou a descontração e o aconchego do ambiente, e ofereceu um cardápio enxuto, porém igualmente atraente.
LOUP foi onde encontramos lugar para almoçar naquele intervalo de grande movimento. Além de bons preços o cardápio nos agradou. Em relação à decoração do ambiente, a meu ver ficou um pouco estranha devido à quantidade excessiva de “troféus de caça”. Assim que peguei o cardápio, deixei-me influenciar pelas cabeças de animais presas nas paredes e olhei primeiramente as opções de CARNE…
O restaurante estava quase lotado e por isso nossos pedidos demoraram um pouco a chegar. Mesmo assim, apesar do movimento, os garçons foram corteses.
A colocação de vasos com plantas naturais em pontos estratégicos nos salões do LOUP provocaram uma agradável sensação de frescor, compensaram os troféus que colocaram emt odos ambientes. Neste cenário descontraído percebi que todos sentiram-se muito à vontade, incluindo nós dois. Foi muito bom.
A poucas quadras do LOUP fica a rue de Rivoli, por onde pode-se acessar o Museu do Louvre. Além disso, nesta mesma rua você encontrará muitas lojas de lembranças a preços convidativos. Por hoje é só.
LE RECAMIER é um restaurante meio escondido, localizado em uma rua exclusiva para pedestres no bairro que é considerado o mais elegante de Paris: o 7 ème Saint Germain.
Como passávamos diariamente pela rue de Sèvres para chegarmos àquela espelunca que chamam de Hotel Saint Germain, em determinada noite optamos por jantar no Le Recamier. Mal sabíamos que o restaurante era famoso e que servia o melhor souflê de Paris. Também ignorávamos que o maître Gérard Idoux cansou de receber personalidades literárias, culturais e da política francesa e internacional em seu restaurante. Ou seja: era um lugar badalado. Ah! Antes que me esqueça: não fizemos reserva e encontramos lugar. Vai ter sorte assim lá longe!
IMAGEM DESTACADA– A sala principal do Le Recamier. Do lado de fora as mesas ficam embaixo de um caramanchão. Lindo! No teto do pequeno salão a foto de um livro chama bastante atenção. As paredes também revestiram com fotos de páginas de algum livro que imaginei ter muito significado para o falecido chef.
Infelizmente, pouco mais de um ano de nossa passagem pelo Le Recamier, o mestre dos souflês, Gérard Idoux, faleceu aos 66 anos de idade, em 29/9/2020.
OS SOUFLÉS
OS AMBIENTES
O PORQUÊ DA FAMA
A respeito dos pratos que tornaram seu restaurante famoso, ele disse o seguinte ao Le Journal du Centre em uma entrevista de 2017: “A receita, todos os cozinheiros sabem. Mas eu retrabalhei para encontrar o equilíbrio certo. (…) Devem ser todos da mesma qualidade”. E ainda afirmou que servia 300 souflés por dia. O tiro que demos no escuro, literalmente, atingiu um restaurante famoso, um chef muito bem conceituado, e ainda saboreamos suflês salgados e doce. O ambiente é muito original, porém, sem sofisticação. Fomos muito bem atendidos por todos, apesar de um dos garçons ser espalhafatoso e exibido demais para o meu gosto. Tentou ser engraçado, fazer piadas com Carmem Miranda quando nos perguntou de onde éramos, mas o abestado não conseguiu.
Pesquisei na internet, mas até o momento em que publiquei esta página não li nada a respeito de um profissional que estivesse a altura do grand chef de cuisine Gérard Idoux, que pudesse continuar sua obra.
CAFÉ LE BUCIé um famoso café parisiense inaugurado na esquina da rue de Buci, rue Mazarine e rue Dauphine, no início do século XIX, no 6º arrondissement. Para que tenha idéia da idade do prédio, sua fachada foi tombada como monumento histórico em decreto datado de 19/9/1928.
IMAGEM DESTACADA: A decoração supimpa com falsos livros e confortáveissofás.