O MERCADO CENTRAL DE SANTIAGO DO CHILE
Um Pouco de História
Lançou sua pedra fundamental em 1869, iniciou suas atividades em 1872 e em 1984 foi declarado monumento histórico. O prédio é valorizado tal qual o do Mercado San Telmo de Buenos Aires, principalmente por sua arquitetura.
FOTO EM DESTAQUE – A fachada principal do mercado. Rua Ismael Valdés Vergara.
Segundo nossos guias, o Mercado Central de Santiago do Chile foi construído no mesmo lugar em que havia A Praça do Mercado, destruída por um incêndio no ano de 1864. Sua estrutura imponente foi fundida em Glasgow, na Escócia!
A frequência de turistas é grande, e por esta razão há vários garçons multilíngues trabalhando nos restaurantes do mercado. O Donde Augusto é um deles.
Não parece, mas nesse mercado há mais de 240 lojas ocupadas por comerciantes de artesanatos, fiambreria, queijos, frutas, legumes, verduras, condimentos, carnes e… peixes e frutos do mar. Almejas, machas e locos, por exemplo, ainda são desconhecidos aqui no Brasil.
As peixarias despertam curiosidade nos turistas pela variedade de pescados e cá estamos para confirmar.
Machas. Quando as vi, lembrei-me de que cansei de desenterrá-las, junto com meu pai, em beira de praia de mar bravo.
Há lojas no salão central (abaixo na foto), nos vários corredores e ainda na parte externa do prédio.
Na parte central do mercado encontra-se vários tipos de mercadorias. Estão todas juntas, mas não misturadas, porque cada vendedor está no seu quadrado.
Quando há movimento, logicamente, há barulho intenso que nem todos suportam – são os comerciantes anunciando suas mercadorias e garçons tentando arrastar clientes para seus restaurantes. A abordagem chega a ser inconveniente devido à insistência, e quem não tiver jogo de cintura ou objetivo certo, acaba caindo na conversa. Todos são rápidos no gatilho!
Em uma das bancas do salão principal do mercado descobri uma camisa de meu time de estimação em Florianópolis: o Avaí!
Pinças de siri, caranguejo, centolha… gosto de todas!
O MERCADO CENTRAL DE SANTIAGO DO CHILE – ONDE COMER.
1 – DONDE AUGUSTO
Em 2008 eu e fiel escudeiro almoçamos um centolha que escolhemos no aquário do Donde Augusto, considerado o melhor restaurante do mercado. Escolhemos um bem grande e ficamos de olho para ver se, realmente, o eleito iria para o fogo. E foi!
Lembro-me de que pagamos o equivalente a US$ 100,00 (cem dólares) pela Lithodes santolla, mas valeu à pena. Estava muito saborosa, servida em molho de manteiga e alho.
O restaurante estava cheio, mas mesmo assim o atendimento foi super simpático e atencioso. Era Donde que supervisionava tudo e ainda batia um ligeiro papo com todos os clientes; tivemos um rápido contato, mas foi possível perceber uma figura simpática e bem humorada. Com ele rimos muito por conta de um conselho que nos deu e do qual nos lembramos até hoje. Em novembro de 2019 passamos por lá, perguntamos por ele, e nos informaram que estava acamado.
Donde Augusto é um restaurante decorado com muitas cores, é iluminado e alegre.
2- EL GALEÓN
A Abordagem Dos Garçons
Na primeira vez em que estivemos no mercado, os garçons caras de pau do El Galeón, ao nos verem procurando pelo Donde Augusto, afirmaram categoricamente que ali era o restaurante que procurávamos. Vimos o letreiro, seguimos adiante, e um pouco mais a frente encontramos o Donde.
Na segunda vez, não nos importamos com o assédio porque era nosso objetivo almoçar no El Galeón; e na terceira, nossos guias nos indicaram o restaurante e bem sabíamos o porquê.
A cozinha funciona satisfatoriamente, não temos do que reclamar, mas o clima não é o mesmo do Donde.
No primeiro plano estão os locos, muito saborosos. Cinco adultos consumiram uma travessa dessas, um chupe (grelhado) de locos e ainda um chupe (grelhado) de centolla.
POR QUE CENTOLHAS SÃO TÃO CAROS?
OS RISCOS DA PESCA
A pesca desses crustáceos dá-se no Alasca, extremo sul do Chile, Argentina e Caribe. Por conta do alto risco para pescá-las, bem como pelo tempo de permanência dos pescadores no mar, e ainda devido ao tratamento necessário dado aos centolhas assim que chegam ao convés do navio, cota-se o preço dos centolhas.
Vi uma reportagem em que medem os crustáceos um a um. Caso estejam abaixo da medida estabelecida para sua pesca, os pescadores devolvem os centolhas ao mar. Cozem-se os “aprovados no teste” em água do mar e depois os congelam com técnicas especiais.
A reportagem extremamente interessante de 2008 você verá clicando aqui.
ONDE COMÊ-LAS (OU NÃO)
Em Ushuaia tivemos uma experiência muito negativa no restaurante Tia Elvira porque a tia exagerou no molho de tomate (que me pareceu comprado no supermercado) e assassinou o prato de centolha.
Em Bariloche a experiência foi positiva em um restaurante supimpa que, infelizmente, fechou suas portas. E no Chile, tivemos a satisfação de degustá-la em Puerto Varas, no Buenas Brasas, e em Santiago, no El Galeón, no Mercado Central.
NOTA: a abordagem dos garçons não ocorre apenas no El Galeón, mas em todos os restaurantes do mercado.
Outra coisa: há batedores de carteira em toda Santiago, inclusive no metrô e no aeroporto. O mercado é mais protegido na parte da manhã pela presença de policiais.
COMO CHEGAR AO MERCADO CENTRAL
O mercado está localizado no quarteirão compreendido pelas ruas 21 de maio, San Pablo, Ismael Valdés Vergara (a entrada principal) e Paseo Puente.
ESTAÇÃO DE METRO – Linha 2, Cal y Canto é a mais próxima.
