CHILE . SANTIAGO . Novembro/2019 – Uma Cidade De Portas Fechadas.

SANTIAGO DO CHILE

em nada se assemelhou àquela  que eu e fiel escudeiro visitamos anos antes e da qual guardamos boas recordações.
Considerando que a viagem em família já estava esquematizada e paga meses antes de começarem as manifestações populares na capital, e como Santiago não era fim de linha de nosso roteiro, tivemos que encarar a situação.
No aeroporto, ficamos em uma fila infinita para chegarmos à cabine de controle de passaportes. Motivo: reforma no aeroporto. Após muito mais de uma hora, finalmente conseguimos passar pelas cabines e partimos em busca de nossas bagagens – outra espera… Malas (nós) segurando malas, fomos para a rua tentar embarcar em um taxi.

 

 

Chovia bastante. Em frente ao aeroporto havia muitas pessoas, um corre-corre além do normal e algo estranho no ar além da chuva. Depois de algumas tentativas frustradas para pegar um taxi, lembrei-me dos dois jovens que nos abordaram no saguão do desembarque e lá fui eu atrás dos rapazes. Foi uma idéia luminosa, porque ambos eram taxistas e guias turísticos; ofereceram-nos passeios pelas cidade e transfer de volta ao aeroporto para nosso embarque – estávamos salvos!

IMAGEM DESTACADAVista do Cerro Santa Lúcia.

SANTIAGO DO CHILE – AEROPORTO

ATENÇÃO, SENHORES PASSAGEIROS!

Ao escrever esta postagem, quase um ano após nossa viagem, foi que me inteirei do tipo de armadilha que ladrões aplicam nos turistas que desembarcam no aeroporto chileno. Trata-se de um golpe “específico” do qual seria interessante se inteirar, porque pode ocorrer em qualquer parte do mundo.
Quem nos alerta para este e outros tipos de golpes curriqueiros em Santiago do Chile é uma brasileira residente na cidade. Em seu blog, a jovem senhora relata uma abordagem aplicada por idosos! em supermercados. Saiba tudo e mais alguma coisa clicando aqui.

Por tudo que vimos durante nossa permanência na cidade e pelo acabo de pesquisar, deduzi que tivemos muita sorte. Não fossem esses dois jovens com quem passeamos pela cidade, não teríamos condições de sair do hotel.
Ambos estavam a par dos horários em que podiam transitar pelo Centro e até onde chegariam sem passar pelas áreas de conflito.
Surpreendeu-nos a boa vontade em lidar com as dificuldades previstas e as informações turísticas notáveis que nos transmitiram.

TURISMO EM HORA ERRADA Nº 1*

Ressaltemos o panorama desolador da cidade: metrô fechado, atrações turísticas fechadas, algum comércio funcionando apenas na parte da manhã, shoppings fechados, ônibus e taxis transitando precariamente, sinais de trânsito quebrados, cidadãos comuns tentando organizar o trânsito caótico, enfim, era quase impossível transitar pelas ruas. Como desfrutar de uma cidade nessas condições?

OBS: No tocante aos protestos que duraram meses no Chile, versus o toque de recolher decretado por conhecido vírus, o jornalista Felipe van Deursen publicou u’a matéria sensacional que merece especial atenção. Clique aqui e saiba mais.

NEM TUDO FICOU PERDIDO

Em companhia dos jovens fomos à Plaza de Armas, tomamos um cafezinho em um Café Com Pernas, fomos ao Mercado Central, onde almoçamos, demos uma volta no Pátio Bellavista, subimos até ao cume do Cerro Santa Lúcia e visitamos a Chascona – a casa onde Pablo Neruda viveu com Matilde Urrutia.

Despreocupados, saímos uma noite, a pé, para comermos em uma pizzaria próxima ao hotel, mas, repentinamente, levamos um susto com a pressa dos funcionários da pizzaria para baixar as portas.

Uma turma de revoltosos se aproximava fazendo muita algazarra mas, felizmente, tratava-se de uma passeata barulhenta, porém “pacífica”, e não baixaram as portas. Ufa! Na saída retornamos às pressas para o hotel e de lá não saímos mais para jantar em lugar nenhum.

Para que tenham idéia da situação que só piorava e tornava-se mais preocupante a cada dia, a administração do hotel providenciou, rapidamente, uma cerca de ferro que instalaram com afastamento estratégico da fachada, a fim de proteger hóspedes e patrimônio.

O QUE VIMOS APESAR DOS PESARES

1 -A PLAZA de ARMAS

Nossa primeira parada foi na Plaza de Armas – literalmente, o Centro da cidade -, onde o turista que aprecia arquitetura e História poderá lançar suas primeiras anotações no caderninho de viagens.

Emolduram a praça a Catedral e o Museu de Artes Sacras, o belíssimo prédio do Correio Central (era a residência de Pedro de Valdívia – conquistador espanhol que fundou Santiago) e, ao lado, o antigo Palácio Real, ocupado pelo Museu Histórico Nacional.

Colado ao museu está o prédio da Ilustre Municipalidade de Santiago.
Na esquina com a rua 21 de Maio fica a estátua equestre de Pedro de Valdívia, em bronze. Trata-se de um presente dos espanhóis residentes no Chile, à cidade de Santiago. Foi movido do Cerro Santa Lúcia para a Praça de Armas.

Plaza de Armas, Santiago de Chile
Plaza de Armas, Santiago do Chile.

 

Plaza de Armas de Santiago de Chile.
Monumento em mármore de Carrara dedicado à Liberdade da América. Marca o quilômetro zero do Chile.

 

2 – CAFÉ CON PIERNAS

Para quem não sabe, assim são chamados os Cafés em que as funcionárias que o servem usam saias curtas deixando as pernas à mostra. Algumas funcionárias permitem ser fotografadas, mas outras não. Portanto, convém perguntar antes de sair clicando sua Xereta.

Após o tour, a pé, tomamos um cafezinho desses nas imediações da Plaza de Armas.
Após o tour, a pé, tomamos um cafezinho desses nas imediações da Plaza de Armas.

 

3 – PÁTIO BELLAVISTA

Foi nossa próxima parada. Shopping de aparência festiva, a céu aberto, onde o consumidor encontra de tudo um pouco: restaurantes, Cafés, ótica, loja de artesanato, boutiques, joalheria, casa de câmbio, livraria, sapatos, roupas e uma infinidade de etcéteras.

Os artistas vez ou outra ocupam espaços livres do shopping ou restaurantes para apresentarem seus trabalhos de fotografia, pintura, escultura, e onde músicos e atores mostram suas performances.

 


4 – LA CHASCONA

De nós cinco, apenas eu e meu fiel escudeiro visitamos a casa onde Pablo Neruda viveu com a mulher que, tudo indica, tenha sido o grande amor de sua vida: Matilde Urrutia.
Pela fachada da residência é impossível dimensionar seu tamanho. Construíram-na em diversos níveis e nem todos unidos por alvenaria, toldos ou outro tipo de cobertura que oferecesse proteção em dias chuvosos ou de muito frio.

A decoração do interior da LA CHASCONA reserva muitas surpresas pela variedade de objetos que compõem e adornam os ambientes.
A intrigante residência é totalmente voltada para um jardim interno tal quais as residências árabes, cuja finalidade é preservar a intimidade da família. Ninguém precisa ver o que acontece no interior das residências – esse é o fundamento de sua arquitetura. Particularmente, acho essa idéia genial.

Determinados cômodos foram construídos isolados dos demais. Como consequência desse afastamento, os moradores utilizavam rampas e escadas construídas no lado externo da casa. A visita é acompanhada por audioguia em diversos idiomas, incluindo o português.

 

La Chascona.
Tive que me contentar com esta única imagem devido à proibição para sacar fotos no interior do museu.

 

5 – CERRO SANTA LÚCIA
Cerro Santa Lúcia. Santiago de Chile
A entrada para pedestre do Cerro Santa Lúcia.

 

O Hotel Montecarlo, onde nos hospedamos, localiza-se em frente ao cerro e por isso finalizamos nossas “atividades turísticas” do dia 14/11/2019, subindo de carro com nossos guias até ao cume.

 

Em primeiro plano vê-se a Terraza Neptuno, uma das atrações do Cerro Santa Lúcia.
Além do monumento dedicado ao deus romano de todos os mares, no cerro você verá a Terazza Caupolicán, a Ermida de Benjamin Vicuña Mackenna (importante politico e historiador chileno) e o Jardim Circular.
Não aconselho subir e descer a colina de carro porque há muita coisa para ver neste outeiro. Mas, como a ocasião pedia cautela, foi melhor visitar o cerro em companhia dos guias. Aconselho subir de carro e descer bisbilhotando tudo. Aí, sim, vale à pena.

6 – MERCADO CENTRAL

 

Desta não almoçamos em um dos restaurantes mais famosos de Santiago do Chile, o Donde Augusto, localizado no centro do Mercado.
Foi lá, na primeira vez que estivemos em Santiago, que saboreamos uma centolha respeitável que havíamos escolhido minutos antes no aquário do Donde Augusto.
Almoçamos em um restaurante indicado por nossos guias – comida boa, mas… não era o Donde.

7 – ONDE (NÃO) SE HOSPEDAR 

A praticidade de nos hospedarmos próximo ao Centro e ao lado de uma das atrações turísticas de Santiago, o Cerro Santa Lúcia, levou-nos ao Hotel Montecarlo, de instalações muito ruins.

Mereceu uma postagem isolada cuja finalidade é chamar atenção para suas instalações elétricas mal feitas e o desleixo do hotel na composição dos quartos.

 

Hotel Monte Carlo em Santiago do Chile
O hotel cobriu as paredes dos quartos com massa. Pelo visto, foi para cobrir a fiação elétrica, pessimamente instalada. Um horror!

 

SANTIAGO DE PORTAS FECHADAS


Mateus 1:1 – ” Não julgueis, para que não sejais julgados”.

* TURISMO EM HORA ERRADA 2*

Entendemos que não era hora de fazer turismo em Santiago, mas não lamentamos nada e nem nos arrependemos de nada.
O que não imaginávamos, é que 5 meses após esta viagem vivenciaríamos experiência semelhante no Uruguai, mas desta vez o motivo seria outro: uma certa pandemia…

 

Viajar e amar também é mergulhar no desconhecido – MBG.

 

 

2 comentários em “CHILE . SANTIAGO . Novembro/2019 – Uma Cidade De Portas Fechadas.

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