ARGENTINA . BUENOS AIRES . Bairro La Boca. Camiñito.

IMAGEM DESTACADA: Imagem que transmite um pouco do que seja Camiñito: cor, improvisação, adaptação, arte, turismo…

Camiñito não se trata de um bairro. Camiñito é o nome de uma rua do bairro La Boca, uma das atrações turísticas de Buenos Aires.
Foi o pintor Boca Quintela que batizou a rua com o nome de um famoso tango, sucesso de 1926.
Em 1950, Quintela juntou-se a vizinhos com o objetivo de recuperar esta parte do bairro por onde passou o trem de 1898 até 1928.

Em uma parede da mais badalada e famosa rua do bairro, uma placa de ladrilhos chama atenção: trata-se da letra do tango Camiñito.

Os trilhos não foram retirados e acho boa idéia mantê-los no lugar mesmo em estado deplorável. “Faz parte” das memórias do bairro.
Quem nunca visitou La Boca pode pensar que o trem surgirá a qualquer momento!… Vai saber? Vi pessoas olharem para ambos os lados da linha antes de atravessá-las.
Observar esses pequenos gestos me fascina. É como se essas pessoas estivessem trazendo para o presente, um cuidado tantas vezes repetido no passado. Não deixa de ser interessante.

Nesta esquina tomamos um delicioso café. Ao mesmo tempo em que a Cafeteria não está no meio do buchincho, está inserida nesse contexto turístico. Muito bem localizada.

Os prédios vizinhos à rua Camiñito acompanharam as cores adotadas pelos imóveis chamados conventilhos, que tanta atenção chamam assim que se chega à principal parte do bairro.

Em nove anos a rua transformou-se para melhor: alguns conventilhos – habitações que abrigam os menos privilegiados – tornaram-se boutiques atraentes onde o turista encontra grande variedade de lembranças ou pode adquirir peças de couro de muito bom gosto (jaquetas, bolsas, carteiras, calçados, objetos decorativos…). O bairro passou a ser incluído no roteiro de turismo de Buenos Aires e mesmo para quem já o conhece como nós, acaba voltando para ver as novidades.

Nesta galeria a diversificação de mercadorias é incrivelmente grande. Difícil escolher alguma coisa diante de tanta oferta original.

Os prédios mais tradicionais também foram pintados com as cores fortes usadas nos conventilhos.

Não importa se o dia é ensolarado, nublado ou chuvoso, o bairro  é bastante procurado pelos turistas.

 

Segundo informações, à noite o bairro não é recomendável para passeios, apesar de os restaurantes ficarem abertos. Durante o dia é bom ficar atento com bolsas por conta de punguistas.

Em lugares semelhantes a esse, em qualquer parte do mundo, corre-se riscos. Fui furtada na Tchecoslováquia em loja de bijouterias, em 1988. Loja lotada, furtaram minha carteira mas, felizmente, não levaram o passaporte.

O bairro vale o passeio mesmo que você tenha muita personalidade e saia de lá sem comprar nada. Agora, para quem sai de lá carregado de compras, bom mesmo é fazer uma pausa para esticar as canelas (acima) e ver os caminhantes e o tempo passarem.

Em Camiñito, imagens únicas são eternizadas em frações de segundos pelas lentes de talentosos fotógrafos. Imagens que são encostadas nas paredes onduladas das casas super coloridas, em postes, estantes ou até mesmo no chão, aguardando que alguém de olhar mais sensível se deixe seduzir por alguma daquelas cenas e se aproxime, pelos menos, para admirá-las.

Em setembro de 2011 adquiri uma foto de um artistas desses. Foi paixão à primeira vista. Niki bati o olho na imagem já a imaginei pendurada em minha parede fazendo companhia a outra foto comprada nas ruas do Centro de Buenos Aires.

Aconteceu que a istepô aqui, ao pagar o excesso de bagagens, colocou uma bolsa plástica no chão, encostada no balcão do guichê. Ao sair… deixou-a para trás com sua preciosidade dentro. Confesso que só senti falta da bendita bolsinha muito tempo depois, quando nos sentamos para tomar um café. Que raiva de mim!

Tranquilamente fiz compras no free-shop, olhei vitrines…, mas só acordei na cafeteria; aí, moquiridu, já era tarde demais.

Viajei chateada e fiquei pensando na foto ainda por alguns dias, quando tive a feliz idéia – Uau! – de voltar a Buenos Aires e comprar outra foto igual. Hú-húúú! E lá fomos nós, 30 dias depois, em busca da foto perdida. A imagem é essa que você vê aqui embaixo.

Pode acreditar!

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