O HOTEL SAINT GERMAIN
correspond , literalmente, à conhecida frase criada pelo Mario Braggio: “Por fora bela viola, por dentro pão bolorento”.
A imagem da fachada convence. Porém, quando você encara a realidade…
REPETIMOS O ERRO justificando que ficaríamos apenas 5 noites em Paris, e por este motivo não necessitávamos de hospedagem em um hotel “mais confortável”. Bem feito prá nós!
Escolhemos esta espelunca sem categoria alguma, iludidos pelas fotos postadas no Booking.com. E como iludem! Pelas imagens vimos que o hotel era “bonzinho” e reservamos.
Comecei a viajar para o exterior em 1985, época de vacas magérrimas que são “osso só”, e não tinha condições financeiras para me hospedar em hotéis que fossem pelo menos bons. Alguns eram apresentáveis; mas a maioria… Meu Jesus Cristinho!
A vida melhorou, felizmente, só tenho a agradecer ao meu Deus, e por isso não me perdoo quando caio em uma arapuca dessas.
QUARTO e BANHEIRO
eram bem menores que o elevador, guardadas as devidas proporções. Observe na foto abaixo, que não havia lugar para colocarmos nossas malas de tão pequeno que era. Nem no chão havia como deixa-las! Fizemos uma baita desarrumação no quarto para ajeitarmos as bagagens, e por pouco, muito pouco, não tínhamos que passar por cima delas para podermos abrir a porta da muvuca. Leve em consideração que minhas fotos não mentem jamais! e apreciem.
O ELEVADOR
era ainda maior do que o do prédio onde alugamos um apartamento em 2013 e 2014 ali nas redondezas.
Pode lhes parecer esnobismo, mas não se trata disso: estamos velhos e não queremos mais ficar indiferentes a determinados tipos de conforto: elevador, ar condicionado, frigobar, cofre, lugar para malas.
Estas fotos não estão nada boas, mas retratam a realidade e isso é o que importa. A largura total do quarto, isto é, da caixa, era justamente essa que se vê na foto abaixo.
MAS, O PIOR NEM FOI ISSO!
Assim que fizemos reconhecimento daquele 3 X 3 nós sentimos o prédio tremer, mas logo a seguir percebemos de onde vinha aquele sismo nível 3 na Escala Richter. Nós estávamos hospedados em cima de uma linha de metrô!!! O negócio era muito mais sério do que se possa imaginar. Era metrô prá lá e prá cá o dia inteiro, inclusive à noite, claro, e só melhorava de madrugada.
NO CAFÉ DA MANHÃ,
que era servido no subsolo do HOTEL SAINT GERMAIN, a situação piorava bastante. Vocês podem não acreditar, mas eu ouvia o barulho das rodas dos trens passando pelos trilhos! Aquele barulho de metal contra metal na hora da freada era muito forte e, além disso, tudo estremecia: louças e talheres tiritavam em cima das mesas toda vez que um trem daqueles passava. E bota comprimento nesse trem.
O TRAGICÔMICO
Não satisfeito, meu fiel escudeiro encostou o ouvido na parede e me disse o seguinte: – O Metrô está passando por detrás dessa parede e é melhor sairmos da frente prá não sermos atropelados!
A situação era prá rir e prá chorar. Toda vez que xícaras e colheres de café tiritavam nos pires e tudo tremia, ríamos de montão. Resumindo:
toda manhã corríamos o risco de sermos atropelados pelo Metrô à mesa do café. Ficou até divertido.
E por falar no café da manhã, até que ele não era mal. A cesta de pães que vinha para nossa mesa era de uma generosidade espantosa.
E COMO DESGRAÇA POUCA É BOBAGEM,
nem os funcionários da recepção do HOTEL SAINT GERMAIN eram simpáticos e prestativos. Entretanto, como nada é impossível, consegui abrir um sorriso no rosto da única senhora que trabalhava naquele balcão. Sabem como? Foi quando tive a idéia de lhe levar dois doces caprichados para que acompanhasse seu café. Eita nóis! Abriu um sorriso daqueles do tipo de lata de goiabada que fez gosto ver.
Na véspera de nossa tão esperada saída foi a ela que me dirigi para que nos solicitasse um taxi para a madrugada seguinte. E não é que ela nos fez esse obséquio com a maior simpatia e boa vontade?
“Não é por nada não”, mas não aconselho ninguém a se hospedar nessa espelunca.