FRANÇA . PROVENCE . BAUX DE PROVENCE . Carrières de Lumière – Espetáculo Imperdível Em Mina De Bauxita Desativada.

BAUX DE PROVENCE

BAUX DE PROVENCE é uma comuna francesa  (“comuna” é o menor nível de uma divisão administrativa na França) que, apesar de pouquíssimos habitantes (pelo que pesquisei em 2013 eram cerca de 450!), atrai cerca de 1.500.000 visitantes por ano! O número é esse mesmo, não me enganei.
BAUX DE PROVENCE fica pertinho de Saint-Rémy de Provence (8 km) e de Arles (16 km).


A ATRAÇÃO PRINCIPAL DA CIDADE

Chama-se Carrièrre de Lumière, localizada na Route de Maillane, 13520, em LES BAUX DE PROVENCE, França (Telefone: +33 4 90 54 47 37), e foi criada na década de setenta sob o título de Catedral de Imagens.

ANOTEAÍ!

Saindo do Château d’Estoublon trafegue pela A-54. Nesta estrada há pedágios! Estradas com a designação da letra “Acobram pedágios por serem de tráfego mais rápido.

IMAGEM DESTACADA: Óleo sobre tela de Pierre-Auguste Renoir ( 1876) intitulada O Baile no Moulin de la Galette. Obra Impressionista medindo 75.5 x 99.  Acervo Museu d’Orsay .

Para não me estender deixo dois links esclarecedores para você que pretende dirigir no exterior. Um deles é o lugares inesquecíveis  e o outro é o Conexao Paris.

Aspecto de BAUX DE PROVENCE, onde acontece uma das maiores atrações turísticas do sul da França.
Aspecto de BAUX DE PROVENCE, onde acontece uma das maiores atrações turísticas do sul da França.

 

Rua de BAUX DE PROVENCE.
Rua de BAUX DE PROVENCE.

 

CARRIÈRRE DES LUMIÈRES

Trata-se de uma atração que acontece em uma antiga mina de bauxita, e e´diferente de tudo que você já viu. A mina fica no nível do solo. Nada a ver em ter que descer em elevador em plena escuridão, ou pendurado em uma corda – nada disso.
A mina consta de sete mil metros quadrados de paredes retas e muito altas, que variam entre 6 e 14 metros de altura, que funcionam como imensos telões. Estas paredes é que proporcionam o ambiente ideal para a projeção das imagens em alta resolução, às quais você se integra – este é o  objetivo da produção do espetáculo.
Mas não para por aí, porque as apresentações são acompanhadas por músicas variadas.

 

Entrada da antiga mina de bauxita onde acontece o espetáculo CARRIÈRE DES LUMIÈRES.
Entrada da antiga mina de bauxita onde acontece o espetáculo CARRIÈRE DES LUMIÈRES.

 

interior da mina desativada de bauxita em Baux de Provence.
Eis as paredes esbranquiçadas onde as imagens das telas de alguns impressionistas são projetdas.

Essas exposições, em que a produção utiliza mais de 100 projetores de vídeo!, são temporárias.
Em 2013, foram exibidas na pedreira obras de 16 pintores que escolheram o Mediterrâneo como tema. As apresentações deste período foram pinturas das Escolas Impressionista, Pontilhista e Fauvista. E eu estava lá!… Uau!

 

A pedreira, antes do início do espetáculo.
A pedreira, antes de começar o espetáculo.

 

BAUX DE PROVENCE - Momentos da apresentação do espetáculo na antiga mina de bauxita.
BAUX DE PROVENCE – Momentos da apresentação do espetáculo na antiga mina de bauxita.

 

Carrièrre de Lumière, em Baux de Provence.
Carrièrre de Lumière, em Baux de Provence.

 

São trinta e cinco minutos de encantamento.
São trinta e cinco minutos de encantamento.

 

Quadros de Monet, Renoir, Matisse, Cézanne, Gauguin e Chagall, dentre outros, desfilaram diante de uma platéia encantada pelas coloridas cenas e embalada por valsas muito familiares. É um deslumbramento!
Quadros de Monet, Renoir, Matisse, Cézanne, Gauguin e Chagall, dentre outros, desfilaram diante de uma platéia encantada pelas coloridas cenas, e embalada por valsas muito familiares. É um deslumbramento!

ESPETÁCULOS POSTERIORES

EM 2014
apresentaram obras do pintor simbolista Klimt, além de imagens de outros pintores de sua época tais como Egon Schiele.  O espetáculo apresentou 100 anos de pintura vienense.

DE MARÇO/2015 a JANEIRO/2016
foi a vez de Raphael, Michel Ângelo e Da Vinci.

 

AS PROJEÇÕES NAS PAREDES DA MINA de BAUX DE PROVENCE

O espetáculo dura cerca de 35 minutos e as projeções em alta resolução, como já foi dito, ocupam todo o espaço das imensas paredes que forram a mina. Essa técnica possibilita ao visitante acompanhar determinada imagem se assim o desejar.

Você pode pensar que é mentira, mas, automaticamente, caminhamos por toda a antiga mina, atraídos pelas diferentes formas que a projeções ganham de acordo com as dimensões das paredes e os ângulos desses mesmos “telões”.  É mágico!

A amplitude dos salões somada à continuidade das projeções, não propicia agrupamentos; ninguém esbarra em ninguém, porque tudo é muito organizado. E, caso alguém chegue atrasado, pode aguardar a próxima exibição para ver o que perdeu na anterior.

ANOTEAÍ!
O ambiente é frio, e por isso convém levar agasalho.

Para você ter uma idéia da mina, dê uma olhada no site da atração clicando aqui.
Carrière de Lumière é imperdível!

 

CARACTERÍSTICAS DAS ESCOLAS de PINTURA CITADAS.

Em rápidas pinceladas E sem trocadilho, segue um resumo do que sejam:

1 – O IMPRESSIONISMO
Esta Escola não adotava contornos das imagens e era contra tons escuros.
Em toques “soltos e rápidos” de pincel, e cores alegres, os artistas retratavam a natureza, principalmente paisagens. Os pintores valorizavam a luz natural.
 Monet, Manet, Renoir e Degas foram impressionistas famosos.

No Brasil se destacaram Eliseu Visconti, Vicente do Rego Monteiro, Almeida Júnior e Timóteo da CostaOs impressionistas pintavam ao ar livre para captar melhor a luz do dia.

 

MADAME MONET e SEU FILHO - Tela de Claude Monet (1875).
MADAME MONET e SEU FILHO – Tela de Claude Monet (1875). Retrata a primeira mulher do pintor, Camille, e seu filho mais velho, Jean.

 

2 – O PONTILHISMO,
Como o próprio nome insinua, eram pinceladas formadas por manchas ou pontos sobrepostos que culminavam por formar uma imagem.
Cores primárias (amarelo, vermelho e azul) justapostas acabavam criando as cores complementares (roxo, laranja e verde).

Na França, Paul Signac e George Seurat se destacaram nessa escola.

No Brasil: Belmiro de Almeida, Artur Timóteo da Costa e mais uma vez Eliseu Visconti, foram destaques.

No teto do foyer do Teatro Municipal do Rio de Janeiro Eliseu Visconti empregou essa técnica.

Tela projetada na mina de Baux de Provence no espetáculo denominado Carrièrre de Lumière.
Tela projetada na mina de Baux de Provence no espetáculo denominado Carrièrre de Lumière.

 

Carrières de Lumière, em BAUX DE PROVENCE.
Carrières de Lumière, em BAUX DE PROVENCE.

 

3 – O FAUVISMO
Trata-se de uma pintura de cores fortes. As tintas saem dos tubinhos diretamente para as telas sem suavizá-las. As pinceladas são espontâneas e largas. A pele, por exemplo, ganhou amarelos fortes, laranjas, vermelhos e azuis. O mar podia ser verde forte ou azul marinho, transformando-se em uma “massa”.  Matisse, Vlaminck e Paul Cézanne foram destaques franceses.

NO BRASIL, quem pode ser considerado fauvista? Inimá José de Paula.
No início do século XX ,Timóteo da Costa utilizou cores fortes em seu retorno da França, mas não foi considerado fauvista.

Abaixo, vê-se uma pintura de Inimá de Paula a título ilustrativo da Escola Fauvista.

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Obra do brasileiro Inimá de Paula.

 

O QUE É BAUXITA e PARA QUE SERVE?

Sua descoberta deve-se a um francês, em 1821. A rocha é formada por óxido de alumínio e pode ser encontrada na cor avermelhada ou branca, dependendo da quantidade de óxido de ferro contida na pedra. No caso da bauxita branca a quantidade desse mineral é baixa: 2% a 4%. Na vermelha, 25%.
É resultante de decomposição de rochas alcalinas, sendo a infiltração da água da chuva a principal responsável por esse processo.

BAUXITA
vem do nome Baux – de Baux de Provence – onde o minério foi descoberto pelo geólogo e mineralogista francês. Sua aplicação é abrangente: alumínio, cimento, produtos químicos, abrasivos e outros.

NOTA: No processo de extração de bauxita em Baux, foram encontrados detritos fósseis marinhos que atestam a presença do mar na região.

ABERTURA e ENCERRAMENTO DA PEDREIRA NO SÉCULO XIX

Foi a cidade vizinha de Baux, Fontvieille, que se beneficiou com a exploração da pedra naquela época, pelo simples motivo de que a bauxita branca extraída em suas terras era melhor que a de Baux.

Após a Primeira Grande Guerra, começa o declínio da utilização desse tipo de pedra nas construções. Novos materiais (e mais econômicos) aparecem – o aço e o concreto – e fazem forte concorrência com as pedras da mina, que acaba encerrando suas atividades.

 

A antiga mina de bauxita, em cujas paredes obras de grandes mestres da pintura são apresentadas.
A antiga mina de bauxita, em cujas paredes obras de grandes mestres da pintura são apresentadas.

 

O RENASCIMENTO DA PEDREIRA

Aconteceu que nos anos 60 o cineasta Jean Cocteau, maravilhado pela pedreira de Baux, decide “ressuscitá-la” e filma, ali,  O Testamento de Orfeu, que você poderá assistir clicando no nome do filme.

 

O INÍCIO DOS ESPETÁCULOS DE LUZ E SOM

Em 1977 a antiga mina entra novamente em cena graças a um projeto inspirado em pesquisas de um dos maiores cenógrafos da segunda metade do Século XX, Joseph Svoboda.
Por seu mérito a pedreira voltou a ter seu valor. As apresentações de luz e som imaginadas por Joseph integraram o espectador ao espetáculo. Por mais de 30 anos a pedreira foi destinada a esse fim.

Carrière des Lumières, em BAUX DE PROVENCE.
Carrière des Lumières, em BAUX DE PROVENCE.

 

Aspecto de uma das projeções no piso da pedreira.</span>
Aspecto de uma das projeções no piso da pedreira.

 

Em 2012 a cidade de BAUX DE PROVENCE confiou a gestão da pedreira a uma empresa denominada Culturespace. A mina então reabriu em março daquele ano, com a apresentação do espetáculo denominado “Gauguin, Van Gogh, os Pintores da Cor.
No ano seguinte eu e meu fiel escudeiros tivemos a satisfação de assistir ao espetáculo já descrito acima. Carrière de Lumière é indefinível,

 

MONET NO RIO DE JANEIRO – UMA TREMENDA FURADA!

NOTA – Hoje, 21/4/2022, eu e fiel escudeiro fomos dar uma olhada na exposição de Monet intitulada MONET À BEIRA D’ÁGUA, na Avenida Venezuela, no Rio de Janeiro.
QUE DECEPÇÃO! Não entendo o porquê de aqui no Brasil, os organizadores de espetáculos pensarem que o povo é surdo e colocam o som em níveis absurdamente altos. Não compreendo isso. Nesta exposição mal organizada, que mais parece um circo, não é diferente. Além disso, as imagens projetadas não têm resolução e não “percorrem” as paredes. Pelo contrário, imagens se repetem em algumas telas, e entre outras não há imagens.
RESUMO: achei tão ruim, mas tão ruim, que não fiquei no circo nem 10 minutos!
Valeu para saber que é uma tremenda furada!


AS DEMAIS ATRAÇÕES de BAUX de PROVENCE

O Vale do Inferno (paisagem vista abaixo) no qual Dante Alighieri inspirou-se) para escrever o Inferno na Divina Comédia. Se todo Inferno fosse como esse de Baux …

VALE DO INFERNO em BAUX DE PROVENCE. É a prova de que nem todo Inferno é tão mau quanto possa parecer.

 

Quem não gostaria de ser mandado para um Inferno desses?

Você poderá visitar o Musee des Santons, o Castelo Medieval (não passamos por lá) e a Chapelle des Pénitent Blancs.

Santons são bonecos modelados em barro e posteriormente pintados, que retratam campesinos e cenas do cotidiano da Provence. O museu mostra tipos de roupas que usavam em diferentes ocasiões, bem como cenas das diversas ocupações que exerciam.

Cenas do cotidiano representadas pelos bonecos de barro pintado, os santons.

 

A fúria do Mistral retratada neste “santon”.

 

 

 

Antiga capela da Confraria dos Penitentes Brancos, século XVII, foi decorada em 1974 pelo pintor Yves Brayer sobre o tema dos pastores provençais.  As figuras, relacionadas à Anunciação e à Natividade, foram introduzidos na paisagem dos Alpilles e do Vale do Inferno.

O nome de Yves Brayer no luminoso do prédio sugere que ali seja seu atelier.


Não é à toa que BAUX DE PROVENCE figura entre as cidades mais interessantes a serem visitadas no sul da França.

Deguste a Provence!


“Viajar é descobrir que todo mundo está errado sobre os outros países.” – Aldous Leonard Huxley.

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7 comentários em “FRANÇA . PROVENCE . BAUX DE PROVENCE . Carrières de Lumière – Espetáculo Imperdível Em Mina De Bauxita Desativada.

  1. Acho que atualizei-me com os e-mails do Istepô, presto tanto atenção, por que amoooooo, que até noto bobjicas como: Thimóteo da Costa. Os impressionistas pintavam ao lar livre para captar melhor a luz do dia.Inté 5ª. Bjus,Rosa

  2. Tudo é tão magnífico e explendoroso que é até pecado comentar qualquer coisa, O silêncio fala mais dos sentimentos que os textos. Assim sendo, sem comentários.

    1. Rosa, após ter passado pela Provence, descobri que meu coração é provençal. Sei não, mas acho que tenho muito a ver com essa região da França. Bjks e obrigada por sua passagem pelo blog. Sempre bem-vinda.

  3. Excelente!
    Me senti dentro da mina! Quase deu para ouvir a música! rs
    Suas observações sobre as características de cada tipo de pintura foram objetivas e me ajudou a aprender um pouquinho sobre o assunto. Adorei!
    Como sempre, leitura leve e esclarecedora.
    Sempre tive vontade de conhecer este lugar. Agora, mais ainda!
    Seu blog é 10!
    Bjs!!!

    1. Olá, Angela! Bem-vinda, sempre!
      Muitíssimo obrigada pelos elogios…
      Outras postagens a respeito da Provence estão no blog. A região é maravilhosa e você poderá conhecê-la com um serviço turístico de qualidade.
      Caso seja de seu interesse, contate Alex Brando da Alex Tour Viagens. Ele está no Facebook como a pessoa física e como a jurídica que citei.
      Os espetáculos mudam periodicamente, mas são sempre fantásticos. Você tem meu total incentivo para chegar até lá.
      Bjks e muito obrigada por seu comentário.
      Marilia.

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