FRANÇA . NORMANDIA . GIVERNY – Os Perfumados Jardins Que Claude Monet Imortalizou Em Suas Telas.

 

GIVERNY é uma cidadezinha da Normandia que ficou famosa por ter sido a escolhida pelo pintor Claude Monet para morar.
Nesta propriedade onde viveu de 1883 até sua morte, em 1936, o próprio pintor cultivou cenários que imortalizou em suas obras, tais como imensos jardins floridos, divididos em 
Le Clos¹Normand e Le Jardin d’Eau.

IMAGEM DESTACADA – Antiga Residência e Jardins de Monet.

 

QUEM FOI CLAUDE MONET?

Foi o mais consagrado pintor francês impressionista. Um de seus primeiros quadros, denominado Impressão,Nascer do Sol, foi alvo de dúvidas, foco de muitas pesquisas, e até de críticas destrutivas. A obra, muito intrigante para a época, envolveu historiadores, um engenheiro e astrofísico, muita especulação e discussão, e até aplicação de raios infravermelhos a fim de determinarem o local onde foi pintado, a hora – ele havia pintado ao amanhecer ou ao entardecer? -, o ponto de vista, a data da obra… Enfim, muito mi-mi-mi desnecessário em torno de sua obra, para no final concluírem que … leia mais clicando aqui.

O COMENTÁRIO DEBOCHADO DE LEROY

“Impressão, nascer do Sol” – eu bem o sabia! Pensava eu, logicamente; se estou impressionado é porque há lá uma impressão. E que liberdade, que suavidade de pincel! Um papel de parede é mais elaborado que esta cena marinha.” – Louis Leroy.*

 

Tela Nascer do Sol, de Monet
Imagem obtida no site https://br.pinterest.com/

 

A ORIGEM DO IMPRESSIONISMO

Aconteceu que Monet aproveitou a palavra impressão do comentário debochado do crítico de arte Louis Leroy e  intitulou-se Impressionista. Com este episódio, o pintor iniciava a Escola Impressionista, adotada por outros pintores contemporâneos.
Uma das frases citadas pelo artista resume a desnecessidade de toda essa especulação.

  • Todos discutem minha arte e fingem compreender, como se fosse necessário compreendê-la, quando é simplesmente necessário amar.”Saiba mais a respeito da vida / início de carreira do pintor, clicando aqui.

O QUE É IMPRESSIONISMO?

A Escola Impressionista não se prende a contornos e a cores reais. Suas pinceladas precisam ser rápidas para aproveitar ao máximo a luz natural do cenário escolhido. E como a luminosidade varia o tempo todo, é preciso pincelar rápido.
As pinturas, normalmente, são ao ar livre. As tintas empregadas são puras ou misturadas na própria tela e não na paleta – com isso, ganha-se tempo. As sombras deixam de ser escuras e ganham luz e cor. O importante é transmitir aquele momento que o artista viu e sentiu. É um novo olhar da realidade.
Em 1866, na obra Camille ou A Mulher Com Vestido Verde, o destaque é a saia verde da modelo. Os toques de pincel na vestimenta foram tão leves, e a imagem é tão rica em detalhes, que o tecido parece real. Não há marcas das pinceladas, mas os contornos são precisos, as cores são discretas. Este é o estilo clássico, bem diferente daquele que Monet criou e que o deixou famoso – o Impressionismo.

 

Pintura de Monet - Mulher de Vestido Verde.
Imagem obtida no site br.pinterest.com – pin/465418942747636921/

 

MUDANDO DE ASSUNTO

AFINAL, COMO CHEGAR AOS JARDINS DE MONET, EM GIVERNY?

Primeiramente, é preciso informar que Giverny fica na Normandia, o que significa que você terá que viajar em um trem “entre cidades”; ou seja: o INTERCITɲ, que parte da Gare Saint Lazare. Portanto, você terá que pegar uma condução – e em Paris o Metrô é o meio de transporte mais utilizado – que o deixe nesta estação de trem.

VERNON é cidade vizinha de Giverny e o ponto de partida  para quem deseja visitar a propriedade do pintor.

Preste Atenção Aqui!
O trem que você deverá pegar para saltar em Vernon, na metade do trajeto, é o que parte de Paris para Rouen na Estação Saint-Lazare. Observe os mapas aqui embaixo. Portanto, compre seu bilhete até Vernon!


Mapas ilustrativos do trajeto Paris / Rouen. Observe que Vernon está em meio do caminho! É nesta estação que você deverá saltar!

COMPRA DE BILHETES DE TREM

Convém adquirir os bilhetes antecipadamente pelos sites indicados abaixo pelo seguinte motivo: as máquinas que vendem bilhetes nas estações de trem são complicadas e, normalmente, têm filas. Há quem prefira comprá-las na bilheteria da própria estação. Neste caso, se houver qualquer dúvida, você poderá se (des)entender com o funcionário, que dificilmente falará português. 

O site https://www.rome2rio.com/ é bastante intuitivo e as opções de transporte para você chegar ao seu destino aparecem abaixo do título. Outra coisa: caso não confie neste site, indico outros que poderão lhe servir como orientação. Todos são fáceis de entender.
Clique no Rail Europe, no Trainline ou Voyages-sncf para adquirir suas passagens. Outra opção é o French National Railways.

 

Página do site Rome2rio para compra de passagens. Ao preencher os pontos de partida e chegada, na página seguinte o site mostrará as opções de condução. Clicou na opção desejada, em nova página aparecerão as opções de dia e hora de embarque.


ATENÇÃO, DE NOVO!

HORÁRIOS: Trem x Fundação Claude Monet

ÉPOCA DE VISITAÇÃO

Observe os horários de partida dos trens  x abertura da propriedade de Monet a fim de aproveitá-la como merece. Jardins e casa estão abertos de 1º de abril a 31 de outubro, de 9.30 horas às 18.00 horas. Porém, os últimos visitantes têm até 17.30 para entrar na propriedade. Depois não diga que não foi avisado!…

 

Com os campos devidamente preenchidos na parte superior à esquerda – neste caso temos A partir de: Paris, France | Para: Rouen, France –,  na coluna da esquerda aparecerão as diversas opções de como chegar ao seu destino: trem, ônibus, carro e até compartilhamento de carro.

A brasileira Sra. Maria Lina, autora do site www.conexãoparis.com.br, explica com riqueza de detalhes como adquirir sua passagem por intermédio do aplicativo da SNCF.

Ela nos diz o seguinte: “O site voyages-sncf, o melhor para compra de passagens de trem na França, lançou o aplicativo para smartphones e tablets.
O funcionamento é simples e prático. O usuário compra um m-billet e na hora do controle dentro do trem basta mostrar a tela do smartphone. Este acesso é possível sem conexão.

Com o aplicativo ficamos livres da retirada da passagem nos guichês ou de impressão dos bilhetes em casa. Ficamos livres também de compostar a passagem. Leia mais clicando aqui.

Em abril de 2015, a Sra. Maria Lina postou o seguinte em seu blog: “Atualmente, ao se comprar uma passagem tipo e-ticket (a ser impressa em casa pelo próprio comprador) no site voyages-sncf da SNCF, é preciso preencher o sobrenome (NOM em francês), o nome (PRÉNOM em francês) e a data de nascimento de cada passageiro. Dessa forma cada passagem será nominal. Lembrando que o e-ticket não precisa ser validado/compostado nas maquininhas amarelas mostradas abaixo. Um documento pode ser exigido pelo controlador a fim de verificar a identidade do passageiro.”

E ainda nos ensina como adquirir as passagens em um passo-a-passo:

1 – escolha a cidade de origem e a cidade de destino;
2 – datas de ida e volta;
3 – clique em voyagez dans le sens de la marche (viajar no sentido do trem) ;
4 – escolha sua poltrona no trem;
5 – escolha em seguida a opção m-billet.
6 – forneça seu nome e sobrenome, número de seu smartphone e email;
7 – aceite as condições gerais;
8 – faça o pagamento com seu cartão de crédito. O m-billet é nominal e pessoal. Um documento de identidade poderá ser pedido durante o controle dentro do trem.

Caso percamos o smartphone ou ele estiver descarregado, temos que procurar um agente na estação de trem, relatar o problema e comunicar nome e sobrenome para que ele possa efetuar o controle. Podemos trocar ou anular a passagem sem complicações. Veja mais informações no site voyages-sncf.

P.S.: Acrescento aqui o comentário da leitor Wagner: Pessoal uma dica na hora de finalizar a compra…e só colocar o código de telefone internacional do Brasil: 0055 ou +55 depois o código de área e numero do telefone. Funcionou !!! Abraço.

P.S.2: Outro comentário de leitora Karina que comprou via aplicativo e recebeu a passagem no celular no Brasil: Lina, as passagens que comprei no site da Thalys (nome de uma empresa ferroviária) vieram com o code para o meu celular do Brasil…

ATENÇÃO AQUI!
As estações ferroviárias servem para linhas de trem e de Metrô! Na Gare Saint-Lazare siga as indicações de Billets Grand Lignes, pelo seguinte: os bilhetes que operam os trens intermunicipais são vendidos nestes guichês. Suba até ao último andar e acesse as portas em arco onde estão as indicações Lignes Normandes. Na primeira frase da postagem informei que Giverny fica na Normandia, esqueceu?

 

*Foto publicada no blog Viaje na Viagem do jornalista Ricardo Freire.

Esta estação de trem é muito grande, é bem movimentada e dotada de muito comércio. Se ainda não a conhece vale à pena chegar à estação com bastante antecedência só para bisbilhotar. E é por conta dessa agitação, dessa poluição de informações, que você deverá estar atento a todas as placas indicativas de direção. Observe as fotos aqui de baixo.

*Foto ilustrativa do blog estrangeira.com.br – Não se esqueça de que Giverny fica na Normandia, certo?

 

*Foto ilustrativa do blog estrangeira.com.br

COMO ERA!…

As vantagens oferecidas atualmente são significativas pelo seguinte: quando imprimíamos o bilhete em casa sem informar nome e data de nascimento, essa passagem teria que ser compostada, ou seja, legalizada, em u’a maquininha amarela fixada no início de cada plataforma.

Introduzia-se o bilhete na abertura inferior – essa boca com baton escuro – e a máquina, automaticamente, imprimia data e hora da compostagem. Pronto! Seu bilhete havia sido “compostado”. Se o fiscal do trem pegasse algum bilhete sem esta validação, você teria que comprar outra passagem – simples assim.

Eu e meu amigo quase perdemos um trem por conta dessa compostagem. Saltamos de um trem e logo a seguir pegaríamos o que já estava quase partindo em outra plataforma. Danamos a correr para alcançar a máquina, compostar os bilhetes e depois  correr mais ainda para não perdermos o outro trem. Não fosse um senhor gentilíssimo que percebeu nossa aflição e fez a validação das passagens, teríamos ficado a ver navios em uma estação de trem. Trocadilho à parte, assim que entramos no vagão o trem partiu. Ufa!


ÔNIBUS PARA GIVERNY

Saindo da estação de trem de Vernon, vimos de imediato as indicações do ponto dos ônibus que nos levariam à propriedade de Monet. Esses ônibus saem de 15 em 15 minutos e estão conectados com os horários dos trens que chegam de Paris.
As passagens são pagas diretamente com o motorista. Agora, caso você goste de pedalar, há bicicletas para alugar no bar em frente da estação. Para pegá-las você deverá deixar um documento em garantia. Garanto que valerá à pena esse passeio.

Clique no link a seguir e veja as opções de visitas à Casa e Jardins de Monet,
incluindo visita guiada com almoço – Dica do blog Conexão Paris.
Outra coisa: ao saltar do ônibus em Giverny, ainda há uma pequena caminhada até a propriedade do pintor – coisa pouca e agradável demais.

Quando eu e meu amigo estivemos na propriedade de Monet, em 26.6.2013, havia meia dúzia de gatos pingados espalhados visitando o museu. Porém,  os visitantes foram chegando, e constatei que os interessados em visitar a casa e os jardins encontraram fila para comprar o ingresso in loco. Mais prático é adquirir seu bilhete antecipadamente, comprando no site da Fundação Claude Monet.
ATENÇÃO AQUI! Em fevereiro/2021, o site estava desativado para a aquisição de ingressos e só abriria em 1º de abril – data da mentira, mas é verdade.


ONDE COMER

Nas proximidades da casa havia vários cafés e restaurantes bem aparentados, aconchegantes e de cardápio tentador e logo nos aboletamos em um deles. Enquanto aguardávamos nosso pedido, fomos nos deixando absorver pela abundante natureza que nos cercava.
Ouvimos por instantes o “silêncio do nada” pelo qual tenho paixão. Relaxamos com a melodia de pássaros e cricrilares. Sentimos o perfume da terra levemente molhada pela chuva leve que caía, enquanto arbustos e flores se assanhavam com a carícia dos ventos.


A MAGIA DE GIVERNY

Giverny é um cenário bucólico de extrema beleza. Giverny é mágica; é um sonho real.
Deliciamo-nos com o pequeno almoço que chegou fumegante para nossa mesa. Do prato, hummm!…, desprendia um perfume de aguar a boca. Era nosso dia de sorte…
Lembro-me de termos almoçado em silêncio, para não interferirmos naqueles momentos graciosos que o tempo havia nos preparado.


UM PASSEIO PELAS TELAS DE MONET

Mas, chegava a hora de voltar prá casa. Botamos o pé na estrada, e agora era o barulho de nossos sapatos pisando a terra, que quebrava o silêncio do qual nos despedíamos. E, literalmente, passo-a-passo, fomos acordando, e esse sonho foi ficando para trás. Quem sabe, não voltaremos? Tomara que sim. 

 

CAMINHOS DE GIVERNY

 

Caminhada desde o final do ponto do ônibus, em Vernon.
Caminhada desde o final do ponto do ônibus, em Vernon.

 

O que se vê desde o final do ponto do ônibus Vernon-Giverny à residência de Claude Monet.
O que se vê desde o final do ponto do ônibus Vernon-Giverny à residência de Claude Monet.

 

Foto do caminho desde o ponto final do ônibus Vernon/Giverny.
Foto do caminho desde o ponto final do ônibus Vernon/Giverny.

 

A caminho da Casa e Jardins de Claude Monet.
A caminho da Casa e Jardins de Claude Monet.

 

A casa parece ter saído de um livro de conto de fadas. Não tenho registro de seu interior devido à proibição para fotografá-la por dentro.

 

Jardins cultivados por Claude Monet, que imortalizou-os em suas telas.

 

Jardins de Giverny. Fundação Claude Monet.
Jardins de Giverny. Fundação Claude Monet.

 

Jardins de Giverny. Fundação Claude Monet.
Fundação Claude Monet.

 

Jardins de Giverny. Fundação Claude Monet.
Fundação Claude Monet. Jardins de Giverny. 

 

Jardins de Giverny. Fundação Claude Monet.
Giverny. Fundação Claude Monet (22.6.2013).

 

Jardins de Giverny. Fundação Claude Monet.
Jardins de Giverny. 

 

Jardins de Giverny. Fundação Claude Monet.
Fundação Claude Monet. Jardins de Giverny.

 

Jardins de Giverny. Fundação Claude Monet.

 

Jardins de Giverny. Fundação Claude Monet.
Jardins de Giverny. Fundação Claude Monet.

 

Jardins de Giverny. Fundação Claude Monet.

 

Nem todos os canteiros foram bem cuidados.
Nem todos os canteiros foram bem cuidados. O que chamamos “mato” intrometeu-se entre as flores, mas o resultado foi positivo. Até o mato francês é “chic”.

 

Flores e mato.

O lado intitulado Le Jardin d’Eau (O Jardin da Água), decepciona e dispensa comentários. Entretanto, retratado em telas de Monet, parece um riacho de águas límpidas…

 

Um dos afluentes do Rio Sena, que corta a propriedade de Monet.
Um dos afluentes do Rio Sena, imundo, que corta a propriedade de Monet.

 

Em último plano, a ponte que Claude Monet pintou em alguns de seus quadros.
22/6/2013 – Em último plano, a ponte que Claude Monet pintou em alguns de seus quadros.

 

O afluente do Rio Sena corta a propriedade. Foi retratado por Monet algumas vezes, aparece lindo nas telas, mas... a realidade é outra.
O afluente do Rio Sena corta a propriedade de Monet. Foi retratado algumas vezes em suas obras, onde o que se vê está longe, muito longe da realidade.

 

Rua de Giverny.
Rua de Giverny.

 

Detalhes do jardim do museu, próximo à Casa de Monet.

 

JARDIM DO MUSEU DOS IMPRESSIONISTAS, próximo à Casa de Monet.
Outro ângulo do JARDIM DO MUSEU DOS IMPRESSIONISTAS. 

JARDIM DO MUSEU DOS IMPRESSIONISTAS, próximo à Casa de Monet.

 

 

 

 

 

Atenção! Todas as informações referentes à hora de embarque constam dos bilhetes, tais como número de poltrona e número da viagem. A plataforma onde o trem estacionará é anunciada aproximadamente 20 minutos antes da partida, e por isso você deverá ficar atento ao painel. Não será difícil saber onde ficam estes monitores, porque as estações de trem dispõem de dezenas deles, no alto, ao longo das plataformas e nos salões.
E NÃO SE ESQUEÇA! Seu destino É ROUEN, mas SALTE no meio do caminho, em VERNON.

Nossa visita foi em 22.6.2013.


1 – Terreno cultivado intramuros.

2 – INTERCITÉ é o nome utilizado pela empresa ferroviária francesa, a SNCF, para designar os trens de linhas principais; ou seja, os que não são de alta velocidade – os TGVs.

*- Crítico de artes em geral que lançava mão de caricaturas e outros recursos para exaltar a acidez de seus comentários. Vale à pena saber de quem se trata, clicando aqui.

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