INICIO DE CONVERSA
Para quem tiver o propósito de visitar o Memorial Minas Gerais – Vale, é importante saber que deverá reservar um dia em que esteja inteiramente disponível.
Quem aprecia arquitetura e decoração, obviamente dispenderá algum tempo para apreciar os detalhes da fachada do prédio e de seu interior. Por isto, você deverá ter tempo suficiente para deixar-se conduzir pelo Belo, bem como perder-se em meio a inúmeras evidências que nos conduzem à parte da história de Minas Gerais.
O OBJETIVO DO MUSEU
Por tudo que vi, entendi que o objetivo do museu é trazer até nossos dias tradições populares atropeladas pelo progresso dos grandes centros urbanos, mas que não foram esquecidas.
O museu nos mostra costumes, história e cultura de Minas Gerais.
Crenças (rezadeiras), religiões, habilidades manuais (bordados, crochê e tricot), pinturas, arte culinária e cerâmica são ocupações que ainda estão em evidência em pequenas cidades.
UM POUCO DE HISTÓRIA
O museu ocupa um prédio belíssimo com traços da arquitetura francesa, inaugurado em 1897. A Secretaria de Estado da Fazenda estabeleceu-se durante alguns anos neste endereço da Praça da Liberdade, e neste mesmo edifício o Memorial Minas Gerais-Vale foi inaugurado em 2010. O Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais – Iepha/MG, tombou este imponente edifício.
O Memorial disponibiliza 31 salas distribuídas em 03 andares, onde ocorrem as exposições temporárias e as duradouras, além da programação habitual do museu. Em cada pavimento o visitante poderá contar com o apoio de um educador.
GUIMARÃES ROSA
Há uma sala em que o Memorial Minas Gerais enaltece um de seus filhos mais brilhantes, o autor do romance Grandes Sertões: Veredas. Neste ambiente a escultura de um ipê refere-se a sua obra mais famosa.
Infelizmente, por não saber que os visitantes podiam colher uma dessas flores, perdi a oportunidade de guardar um trecho de seu livro Os Sertões como recordação.
Guimarães Rosa falava mais de 9 idiomas. Era médico, diplomata, escritor, romancista, novelista, poeta…
ÂNGELO VENOSA
Tivemos sorte em chegarmos a tempo para apreciar a exposição do artista, denominada Penumbra. Digo que tivemos sorte porque não tenho certeza se a exposição ainda permanece no Memorial. A mostra impacta! Talvez por este motivo, sem me dar conta, me demorei diante daquele espetáculo de luzes e sombras. Com toda certeza não poderia ser diferente, porque aprecio ambientes suavemente iluminados. Por instantes envolvi-me com aquelas figuras indefinidas que me pareceram mágicas, e deixei-me hipnotizar pelo silêncio do ambiente. Um silêncio que aumentou o mistério que me envolveu e me fez “flutuar”. Que sensação maravilhosa!…
LYGIA CLARK
Foi uma jovem fora de seu tempo. Uma criatura determinada que rompeu com suas raízes e, aos vinte e sete anos de idade, casada e com três filhos à tira colo, rompeu com o perfil rigoroso em que fora criada e fixou residência no Rio de Janeiro. Seu objetivo? Tornar-se artista. Procurou nada mais nada menos que o paisagista Roberto Burle Marx e tornou-se sua aluna.
Em 1950, em Paris, continua seus estudos com artistas ligados ao vanguardismo europeu e torna-se pintora.
Há muito o que saber a respeito desta criatura determinada e transbordante de autoestima, que deixou-se envolver por formas abstratas e geométricas do construtivismo europeu. Lygia Clark caminhou com segurança em busca do que chamou de “não arte”. Clique aqui, aqui e aqui e saiba mais.
ASPECTOS DAS FAZENDAS MINEIRAS
estão em exposição no segundo pavimento do museu. São amostras de utensílios de cozinha, mobílias e peças decorativas para a casa, executadas em madeira.
Roupas de bebê trabalhadas em tricô e crochê, e lenços de fino acabamento (embelezados com bordados delicados e bordas enfeitadas com rendas feitas a mão) que não podiam faltar em uma bolsa feminina, estão ao lado de toalhas ricamente bordadas em relevo. E como sou apaixonada por trabalhos manuais, para mim foi uma grata surpresa encontrar estas peças nas vitrines.
O CAFÉ DO MEMORIAL
Expõe rótulos de várias regiões do Estado. Neste mesmo ambiente acontecem exposições temporárias.
O admirável Sebastião Salgado expôs seus trabalhos neste Café. Infelizmente, não tive como admirar suas obras, porque a exposição já havia terminado quando visitei o memorial. Sou fã de Sebastião Salgado e lamentei ter perdido esta oportunidade.
Clarice Lispector
“Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome.”
FORMULÁRIO DE CONTATO