EL BOLSÓN é uma das opções de passeio próximas de Bariloche, mas… daqueles que não repetiria; é bem diferente de Villa la Angostura e arredores, lugares lindos de viver que podem pegá-lo de surpresa e encantá-lo.
IMAGEM DESTACADA – Praça Pagano, no Centro da cidade de El Bolsón.
BARILOCHE
não é nenhuma metrópole e por isso é ponto de partida para vários pontos de interesse; as mesmas estradas o levam a lugares diferentes.
Em se tratando de passeios em que se trafega para o lado da Província de Neuquém – quem vai até San Martin de los Andes, digamos – acaba levando vantagem pelo seguinte: as estradas passam por paisagens bem mais atraentes que para o lado de El Bolsón ou Cerro Tronador. Veja bem: eu escrevi mais atraentes – questão de gosto. O que quero dizer? Que em parte de determinadas estradas, forçosamente você passará mais de uma vez para chegar a determinados lugares. Mas, como somos viajantes inveterados (invertebrados, como dizia um colega de trabalho), passa despercebido. O negócio é viajar.
EL BOLSÓN – COMO CHEGAR
Mas, voltemos para El Bolsón, acessível pela Ruta 40, sem erro.
Trafega-se pelas margens dos lagos Gutiérrez, que banha o Cerro Catedral (famosa estação de esqui argentina), Mascardi, Guillelmo e acompanha o Rio Los Repollos. São aproximadamente 2 horas de estrada para cobrir apenas uma perna; ou seja, só a ida.
1 – GRANJA LARIX – Piscicultura.
Na ida a primeira parada foi em uma propriedade chamada Granja Larix, especializada na criação de trutas, peixe bastante apreciado na Argentina.
Assista ao vídeo clicando aqui. São apenas 1 m 46 s.
Nesta fazenda também fabricam queijos defumados, além, obviamente, de trutas em conserva ou defumadas. Parada técnica para conhecermos a propriedade, tomarmos um café e usarmos os banheiros. De lá partimos para o…
2 – BOSQUE DE LAS SOMBRAS e PARQUE NACIONAL LAGO PANUELO,
alagado naquele momento. Clique aqui e assista ao vídeo – 1 m e 5 s e não custa nada.
Cushamen, Chubut Province, Argentina.
COMO CHEGAR
Saindo de Bariloche, transitar para o lado norte pela Rota 40 até El Bolsón. São 135 km. Depois são mais 12 km pela Rota Procincial 16 até chegar à localidade de Lago Puelo; finalmente, mais 4 km até ao parque.
LAGO PUELO
Criado em 1937, fez parte do Parque Nacional Los Alerces até 1971, quando se declarou independente. Sua localização faz fronteira com Chile. São 27.675 hectares de montanhas associadas à bosques que, por sua diversidade e desenvolvimento, são únicos na Patagônia Argentina.
Conta a História que, no início da colonização, boa parte do parque foi queimada a fim de que os colonizadores abrissem lavouras e campos de pastagens.
Por conta dessa destruição os bosques são jovens e cobrem as encostas. Ricos em fauna, mais de 100 espécies de aves já foram catalogadas.
O cervo huemul, animal com risco de extinção, ali fez seu habitat. Apenas na parte não danificada pelo ser dito humano é que coihues – árvore de grande dimensão muito apreciada por sua madeira – e alerces – outra espécie de árvore que atinge 50 metros de altura, de cor marrom avermelhada, igualmente apreciada pela dureza de sua madeira -, conseguiram se manter, crescer e mostrar sua exuberância.
A COR TURQUESA DO LAGO PUELO
varia de intensidade de acordo com a presença de argila em suspensão, trazidas pelos Rios Turbio e Azul. São procedentes do roçar do gelo e das pedras dos glaciares em suas nascentes.
CLIMA
A região atinge máximas de 37º em alguns verões. Águas lacustres a 20º propicia bons e refrescantes banhos para os habitantes de El Bolsón, Lago Puelo e El Hoyo.
O QUE FAZER
O parque oferece várias trilhas para caminhadas que podem durar desde meia hora até um dia inteiro.
Orientações no Escritório de Informações, na Intendência ou na Secional de Guardaparques.
AREA RECREATIVA CABECEIRA NORTE
Caminhadas Curtas:
1 – Sendero del Pitranto Grande – 1 km. Por este caminho chega-se a outros.
2 – Sendero al Mirador do Lago – Após 100 metros de caminhada, obtém-se bela vista do lado norte do lago.
3 – Sendero Bosque das Sombras – transita-se pelo bosque inundado sobre passarela muito bem cuidada.
4 – Jardim Botânico – Conta com áreas de descanso e trechos com sombras. São duas horas aproximadas de caminhada.
5 – Caminho Antigos Colonizadores – Por esta trilha chega-se ao Sendero del Faldeo (caminhada longa) e também ao Jardim Botânico.
CABECEIRA NORTE – ÁREA RECREATIVA
Neste lado encontram-se os seguintes serviços:
– Intendência y Administração do Parque; serviço de guardasflorestais.
– Informações;
– Sanitários;
– Camping agreste para o verão. Inclui luz elétrica, fogão e banheiros.
– Serviço de excursões lacustres e caiaques.
– Guias de pesca embarcada e guias turísticos.
– Transporte de passageiros ao Lago Puelo e à El Bolson.
Caminhadas Longas:
1 – Sendero del Faldeo – opção de minitrekking pelo Bosque do Cerro Currhumahuida.
2 – Caminho a Los Hitos – haja perna! São 10 km de bosques maravilhosos até chegar às corredeiras do rio Puelo, no limite com o Chile! No meio do caminho se encontra o Destacamento de Polícia Nacional (Fronteira) e o camping livre Arroyo Las Lágrimas. Há possibilidade de fazer trâmite fronteiriço e acampar.
SETOR EL TURBIO
No sul do Parque Nacional há maiores oportunidades para caminhadas e montanhismo. Há uma Seccional de Guardas florestais e dois campings livres.
Caminhadas Curtas:
1 – Mirador da Secccional – caminhada de meia hora. Paisagem: praias e desembocadura do rio Turbio.
2 – Praias do Rio Turbio – praias de areias brancas e margens desse rio de montanha.
3 – Mirador del Cajon del Arroyo Derrumbe – dificuldade média e alta.
4 – Arroyo Derrumbe – 1 hora de caminhada. Passa-se por um altíssimo bosque de coihues até chegar ao arroio também conhecido por Pedregoso.
5 – Escola Provincial nº 186 – 4 km. Quatro horas de caminhada apenas em um sentido.
Caminhadas Longas:
1 – Acesso Terrestre ao Rio Túrbio – Acesso por uma encosta do Cordón Derrumbe. Parte-se do El desemboque e caminha-se 12 km de trilhas de montanha. São aproximadamente 7 horas de caminhada e se chega à Secional do Guarda Florestal.
2 – Trilha Huella Andina – transita em 3 províncias, 5 Parques Nacionais. Nesta etapa, transita-se 14 km com dificuldade alta!. Começa na área recreativa do Parque e finaliza após atravessar o Cerro Currumahuida, no El Desemboque. Informar-se antes é preciso.
BOSQUE DE LAS SOMBRAS – Acesse o vídeo clicando aqui.
Faz parte desse contexto de comunhão total com a natureza. Logo no início há uma placa com indicações de tempo de percurso, extensão da trilha, grau de dificuldade, etc… Para quem aprecia a natureza é uma caminhada rápida e prazerosa.
As grandes chuvas e o derretimento da neve provocam rápidas crescidas do lago ( a marca vermelha sobre sua cabeça indica a altura que a água alcançou em julho de 1997). Nestas inundações, os rios trazem muita argila em suspensão, que ao decantar forma uma capa muito impermeável no fundo desta piscina natural.
NB: não me lembro da tal marca vermelha supra citada e muito menos sobre minha cabeça.
EL BOLSÓN
No mais, é você ficar atento ao dia em que montam uma feira de artesanatos na Praça Pagano, a principal da cidade. Funciona às 3ª, 5ª e sábados de 10.00 h às 16.00 hs.
A feira lembra muito a antiga Feira Hippie de Ipanema na época em que não se via produtos industrializados à venda. Era o maior sucesso. Continua atraindo público, mas não era como antes, bastante frequentada pelos próprios cariocas.
Roupas para adultos e infantis, calçados idem, geleias, bijouterias, artesanatos em madeira, bordados e ainda algumas comidinhas aqui e ali é o que você encontrará na feira de El Bolsón.
As geléias são uma atração à parte devido ao cultivo abundante de cerejas, morangos, framboesas, amoras, mirtillos, todos favorecidos pelo clima do lugar. Quem puder incluí-las na mala, ficará bem servido.
Sem a feira, nossos olhos direcionam-se para a moldura de El Bolsón, cidade onde se vive em constante comunhão com a natureza.
A cidade é cercada por montanhas que parecem estar ao alcance de nossas mãos, o que lhe confere uma atmosfera muito especial além da beleza.
Não tivemos tempo para bisbilhotar El Bolsón. Por conta das outras paradas só nos restou tempo para almoçar no Los Lúpulos e dar uma circulada pela feira; e para isso, bastou-nos atravessar a rua…
Duas pizzas poderosas foram sumariamente eliminadas por cinco famintos. Estavam saborosíssimas. Será? A fome era grande!…
Custava um de nós perguntar para a garçonete qual o tamanho da pizza, para não haver desperdício? Não. Não custava. Sobraram poucas fatias, mas não houve descarte. Pedimos para embrulhar a sobra e a oferecemos para um senhor de aparência bem humilde que fazia um serviço na rua.
