BRASIL . Cidade do RIO DE JANEIRO . COPA BACANA – A COPACABANA DE ONTEM e DE HOJE em RÁPIDAS PINCELADAS.

 

COPA BACANA… Copacabana!
E pensar que não passava de um areal…Quem diria?

Até ganhar fama internacional, a Princesinha do Mar fez história, fama e soube deitar na cama.
Quem imagina que banhistas tomavam leite “no pé da vaca” assim que acabavam de mergulhar? Ou que os terrenos onde construíram a Avenida Atlântica não passavam de fundo de quintal para os moradores da Avenida N. S. de Copacabana?
Pense em um rendez-vous, tipo far west, localizado na esquina da Atlântica com a Francisco Otaviano e próximo à Igrejinha de Copacabana… Ou na Cervejaria Brahma, no Leme, onde, em 1907, os moradores das 600 casas do bairro se divertiam.
Detalhes curiosos de Copacabana, desde que era um areal, estão registrados em ordem cronológica em sites muito interessantes. Saiba mais clicando aqui e aqui.

IMAGEM DESTACADA Avenida Atlântica . Leme e Copacabana no clique de Maria Irece Targino em 10/9/2020.

QUEM CANTOU COPACABANA?

Copacabana foi cantada por Lúcio Alves, Tom Jobim, Roberto Carlos, Dorival Caymmi, Dick Farney e muitos outros artistas.
Carmem Miranda, literalmente, vestiu a camisa; isto é, vestiu belíssimas fantasias de baiana e levou o Brasil – e Copacabana! – para os EE.UU.
Trejeitos, sorrisos, piscar de olhos e requebrados que só a portuguesa sabia fazer com engenho e arte, eram a cara do carioca que acabou levando fama de malandro por não sair da praia. E a praia alvo para qualquer tipo de comentários era… a Praia de Copacabana.

O bairro onde moravam artistas famosos e habitado por endinheirados, era vivido intensamente tanto de dia quanto de noite. Era um bairro agitado por conta de restaurantes e boites famosas, inúmeros cinemas, lojas de departamentos charmosas – Casa Sloper e Barbosa Freitas eram exemplos – e inúmeros hotéis de alta categoria à beira mar.
O bairro era bem conceituado e seus moradores dele se orgulhavam. Faziam pose, caras e bocas para dizer que moravam no bairro. Morar em Copacabana era sinônimo de status e o sonho de muito suburbano.

O QUE MUDOU?

Mas, como nem tudo dura para sempre, as mudanças foram inevitáveis e prá pior.
A invenção do CD acabou com os LPs, e as lojas que vendiam discos acabaram fechando. Das bolachas 78 rpm de ebonite, a turma dos CDs nem sabiam do que se tratava.  Foi cobra engolindo cobra.
A internet chegou para acabar com as lojas que deixaram muitas pessoas felizes em datas festivas, quando viam aquele quadrado fino de  31,5 x 31,5 cm  embrulhado pra presente. De longe, aquele formato “manjado” acabava com a surpresa. – Oba! Vou ganhar um LP…
Lamentei profundamente quando a Modern Sound, inaugurada em 1966, fechou suas portas em 31/12/2010. O proprietário chegou a comprar o cinema com o qual dividia parede para aumentar a loja, passou a fazer shows todos os dias – eu estava lá todas as quartas-feiras porque era dia de um conjunto sensacional tocar chorinhos -, mas de nada adiantou porque a Modern Sound não teve como se ajustar à nova realidade. 

À exceção do Roxy, naquela época todos os cinemas de Copacabana fecharam suas portas com a chegada de tecnologias avançadas de imagens “para uso doméstico”, digamos assim. Foram os vídeos cassetes e canais especiais de TV que contribuíram para esse desfecho lamentável.


O FECHAMENTO

de boates e restaurantes badalados matou a vida noturna do bairro. Copacabana desmaiou e nunca mais se recuperou.
O custo de vida aumentou, a população empobreceu, o comércio ultrapassou a barreira da popularidade, as pessoas deixaram de ser elegantes. 
Sair de casa para ir ao cinema, ao supermercado Disco – um luxo criado em 1952 -, ou até para levar o cachorro pra fazer cocô na rua – ninguém catava a caca de seu cachorro naquela época – era um acontecimento e todos se arrumavam! O que diriam os vizinhos, se as dondocas estivessem mal vestidas para levarem seus totós para sujar a rua? E os elegantes que chegavam do trabalho e logo saíam, de terno e gravata!, para levar o cachorro à pracinha? Hein?

A PRAIA DE COPACABANA

A areia da Princesinha assobiava sob nossos pés, de tão fina, e perturbava nossa visão com a incidência de sol forte. Correr naquela areia fininha era tarefa para os mais bem preparados fisicamente, porque não era fácil; inda mais quando a dita cuja estava quente. Aí, meu chapa, era de matar! Jogar vôlei, então!…

Aconteceu, que entre 1969 e 70 a Avenida Atlântica passou por grandes reformas devido à instalação de um interceptor oceânico, e consequentemente, muita coisa mudou nesse cenário. A areia que despejaram na praia não era fina. Pelo contrário, era (é) grossa, amarelada e feia. A praia ficou mais larga, a calçada virou calçadão, a Avenida Atlântica ganhou mais uma pista e ainda um canteiro central.
Criaram novos postos de salvamento, plantaram coqueiros na areia, construíram banheiros públicos abaixo do nível da avenida. Instalaram um número razoável de postos de gasolina, os quiosques ficaram mais atraentes porque  foram aparelhados com mesas e cadeiras, e passaram a oferecer opções mais saborosas de petiscos e bebidas.
A orla mudou, o bairro passou por muitas transformações ao longo dos anos, mas a praia continua despertando curiosidade. Mantem-se linda, e a prova de que esbanja beleza é que não deixou de atrair turistas apesar dos pesares.

COPACABANA E A MODA

Ah! Quase ia me esquecendo. Copacabana lançou o Frescobol e também fez bonito com uma rede de vôlei entre 1960 e 70, por pertencer a uma mulher chamada Leah Mendes de Moraes, conhecida como Tia Leah.
A rede instalada no Posto VI fazia muito sucesso e era frequentada por jogadores que ela escolhia a dedo! Futuros famosos do time de vôlei brasileiro frequentaram a prestigiada quadra. Nesta rede, Bernardinho revelou-se como excelente jogador, e Bernard criou o intrigante saque jornada nas estrelas.


CASSINOS e LIVRARIAS

Copacabana teve dois cassinos famosos, a saber: o do Hotel Copacabana Palace e o Cassino Atlântico, ocupado posteriormente por uma emissora de televisão – a TV RIO Canal 13 -, que faliu e cedeu espaço a um hotel de luxo.

Boas livrarias tiveram o mesmo fim que cinemas – não existem mais graças ao aparecimento da internet.
Saudoso Rio de Janeiro da época da Mesbla, da Cássio Muniz, das sorveterias famosas, da Cinelândia iluminada. Sinto falta de tantas coisas do passado, que concluí que sou jurássica.
Escrever tim-tim por tim-tim a história da Princesinha do Mar, “mermão”, renderia uma enciclopédia. 


– Mas, e a Praia de Copacabana?
– Ah!… A Princesinha do Mar?
– Sim!… A Princesinha do Mar!…
– Continua linda!…

 

 

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