BRASIL . RIO de JANEIRO – Cidade . FORTE DUQUE DE CAXIAS – Belas Paisagens Vistas do Leme.

IMAGEM DESTACADA: Morro da Babilônia, Pão de Açúcar e Entrada da Baía de Guanabara. Ao fundo, Niterói.

FORTE DUQUE DE CAXIAS – Há muito me prometia que um dia visitaria o Forte do Leme e, se bem me lembro, a promessa começou em 1981 quando vim morar em Copacabana.

FUI!
Aproximei-me do Forte Duque de Caxias incontáveis vezes em minhas caminhadas, mas não ousava passar pela bilheteria, certa de que ainda não estava preparada para enfrentar a subida até ao cume do Morro do Leme.
Fui adiando, adiando…, e só agora, depois que a velhice me trouxe alguns impedimentos, foi que decidi subir a ladeira para testar o esqueleto. E assim, lá fomos nós, confiantes no preparo físico; eu, beirando 71 anos, e meu companheirão com 78 completos.

A QUEM INTERESSAR POSSA:
A gurizada acima de 60 anos não paga! Daí, logo após termos mostrado a identidade na bilheteria e recebido uma pulseirinha amarela – ói que simpáticos! –  fomos em direção ao estacionamento do Forte, o local de entrada dos visitantes.

NOTE BEM!
Caso você queira subir de automóvel por algum motivo especial, não poderá usar bermudas ou shorts mesmo que esteja dentro do carro.

PARTIU FORTE DO LEME!
Mal subimos alguns degraus (foto), meu primeiro desafio, e logo caímos na trilha pavimentada com paralelepípedos.

Forte do Leme.
Aqui começa o desafio!

Forte Duque de Caxias, Leme, RJ.

Só em olhar, percebemos pelo ritmo da carruagem que não seria fácil superar os 830 metros; mas, como estávamos prontos e esperançosos para chegar até a bandeira…
Não caminhamos muito e vimos uma idéia original de uma artista plástica que se assina Mazeredo: uma Via Sacra ao longo do caminho, inaugurada em 2005 e reinaugurada em 24 de abril de 2017 por Dom Orani Tempesta.
A autora fala em quinze Estações. Entretanto, percorrendo a Via Crucis em Jerusalém, em 1988 – acho que foi em 88.. 樂 – constatei que são quatorze.

A Primeira Estação da Via Dolorosa.

 

A placa indicativa da criação da Via Sacra pela artista plástica Mazeredo.

A LITERAL VIA DOLOROSA
Mas isso não importa. Aconteceu que, antes de alcançarmos a Segunda Estação, começamos a pedir forças aos céus para completar a Via Dolorosa.
Já começavam a doer joelhos, coluna vertebral e quadris, quando se deu um milagre: um carro parou e nos ofereceu carona! Baaah, guri!, era tudo o de que precisávamos. Quando vimos o quanto ainda nos faltava subir – e com aquele calorzinho carioca chegando de leve -, tive certeza de que não aguentaríamos. Resultado: eu, que pretendia fotografar toda a Via Sacra, acabei fotografando a primeira e a última Estação; e esta, só quando começamos a descer.

O rapaz que nos ofereceu carona estava com uma máquina fotográfica poderosa e nos contou que estava preparando um trabalho para um hotel. Conversa vai, conversa vem, o jovem comentou que havia estado no Forte no dia anterior, mas, que devido à intensa neblina, não havia condições de fotografar o próprio pé e por isso retornou dia seguinte. Concluímos que era nosso dia de sorte: carona e dia lindo!

Enfim, havíamos chegado ao topo. Agradecemos penhorados aos três jovens e partimos Forte Duque de Caxias.

Forte do Leme.
Lá de cima, todas as impressões são as que ficam. Esta, foi a primeira: Praia de Copacabana, Morro Dois Irmãos e Pedra da Gávea…

 

Forte Duque de Caxias, no Leme, RJ.
… e esta, a segunda: Morro do Sumaré, do Corcovado e Chapéu Mangueira.

 

Forte Duque de Caxias, no Leme. Rio de Janeiro.
O início da Av. Atlântica em primeiro plano, no bairro Leme.

 

Pão de Açucar visto do Forte do Leme.
A terceira impressão mostra o Morro da Babilônia no primeiro plano. Morro da Urca e o Pão de Açúcar em plano posterior, e à direita do Pão, a entrada da Baía de Guanabara; ao fundo, Niterói.

 

Em uma lanchonete limpíssima nos reabastecemos com água de côco. O calor e o esforço dispendido no início da subida pediam uma hidrataçãozinha. O Forte disponibiliza banheiros limpos e equipados com sabonetes e papéis.

 

Ao invés do Redentor, desta janela vê-se o Pão de Açúcar – tão belo quanto.

Daqui partimos para visitar a pequena fortaleza. Para quem conhece o Forte de Copacabana, com certeza se decepcionará. Honestamente, o museu em si não vale o esforço.

À direita da entrada, em apenas duas pequenas salas vê-se informações a respeito da fortaleza Duque de Caxias.

 

U’a maquete do Forte é o que se destaca na maior das salas. Nas paredes, painéis contam sua história.

 

Na menor sala, mobiliada apenas com poucas cadeiras, uma TV mostra cenas do Forte e de Copacabana. Nada digno de nota.

PRÁ BAIXO TODO SANTO AJUDA!
Mas, Nem Sempre.

Educados, antes de descerem a ladeira os rapazes nos chamaram e ofereceram carona novamente. Agradecemos garantindo que “prá baixo todo santo ajuda”, mas não foi bem assim. Arrombasses, istepô!
Até agora não consigo entender como foi que uma jovem que descia o morro em desabalada corrida conseguiu frear quando chegou lá embaixo. Imaginei-a voando, ter passado batida pelo estacionamento e só ter conseguido parar na “caixa de areia” – a praia.
Não entendi a corrida da guria por conta de um detalhe: tivemos que descer engrenados na primeira marcha e freando o corpo o tempo todo! E como não sou peso pena, obviamente, o esforço para me manter em pé foi outra dificuldade.
Até agora discuto com meu fiel escudeiro o que seria pior: subir os 830 m ou descê-los.

E a jovem, hein? Como dizia Chico Anísio em um de seus personagens, “jovem é outro papo”. E como é!

THE DAY AFTER
Dia seguinte foi que senti no corpo a tal Via Dolorosa. Doía tudo: quadris, joelhos, panturrilhas e, principalmente, minha coluna vertebral, riquíssima em biqueiras de psitaciformes: papagaios, periquitos, maritacas, araras, calopsitas, cacatuas e caturritas dentre outras espécies. Quase chamei o Corpo de Bombeiros para me ajudar a levantar da cama. Nunca mais! Também… subir aquele morro novamente prá ver o quê? O que tinha pra ver já foi visto. Portanto, programação encerrada.

Vista do Forte do Leme.
Ilha Redonda vista entre o emaranhado de galhos.

 

Forte do Leme.
Arquipélago das Cagarras.  Da esquerda para a direita: Ilhas Redonda, Cagarras, Comprida e Palmas. Posto VI à direita, quase não aparece na foto.

 

Forte Duque de Caxias. Leme, Rj.
Pela foto não se percebe a inclinação da pista. Você só sentirá o peso da aventura no dia seguinte. Pode acreditar.

 

Forte do Leme.
Há bancos ao longo do percurso, mas no embalo da descida acabamos passando direto.
  1. NOTA
    O Forte do Vigia, seu nome original, foi construído entre 1776 e 1799. Foi rebatizado como Forte do Leme em uma reforma de 1895 e mais tarde recebeu seu nome definitivo: Forte Duque de Caxias, em homenagem ao brilhante militar brasileiro. Em 1789 quem serviu neste forte por algum tempo, foi Tiradentes.
    Maiores informações, clique aqui.
  2. OUTRA NOTA
    Vá até o início da trilha, nem que seja apenas para ouvir o canto de pássaros ou ver o Sol salpicar as pedras do caminho com sua luz.
    Ouvir o burburinho do vento sobre árvores e folhagens também só lhe fará bem. Caminhando ou não, tenha a certeza de que valerá à pena.

Saiba um pouco mais a respeito desse passeio, assistindo ao vídeo seguinte. Clique aqui. É rapidinho.

4 comentários em “BRASIL . RIO de JANEIRO – Cidade . FORTE DUQUE DE CAXIAS – Belas Paisagens Vistas do Leme.

  1. VISUAL DESLUMBRANTE, VALE A PENA SUBIR (DE CARRO) É MUITO LINDO E CONVIDATIVO. FIQUEI MUITO GRATA PELA DICA, POIS MESMO SENDO CARIOCA AINDA NÃO ESTIVE LÁ. GRATA.

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