FRANÇA . GALERIAS DE PARIS – Panoramas, Joufroy, Verdeau, Vivienne e Colbert – Passagens Cobertas em Paris. Visitas Apaixonantes!

 

Adoro galerias. Aqui no Rio me encanta a Galeria Menescal. Não me canso de admirá-la e sempre que posso dou um pulinho até lá. Falando sério, sinto-me em Paris. Em proporções bem menores, é verdade, mas é para lá que me transporto. 

IMAGEM DESTACADA  Galeria Vivienne, a mais elegante da cidade.

 

1 – GALERIA MENESCAL

A Galeria Menescal é uma passagem da Av. N. S. de Copacabana para a Rua Barata Ribeiro. É espaçosa, bem iluminada, movimentada e dotada de excelente comércio. Há uma loja onde servem refeições, doces e salgados árabes que vive lotada; é difícil você chegar e não enfrentar uma pequena fila, mas vale à pena enfrentá-la, claro!, porque o atendimento é rápido. Adoro comida árabe. E alemã. Italiana também. E a francesa, a portuguesa e a tailandesa? Nossa!… A japonesa, a chinesa, a mexicana… E a Brasileira? Aquele tutuzinho com couve à mineira? Adoro comer, perceberam? Comer bem. Não quantidade, mas qualidade. Mas, isso já é outro papo. Não entrarei em pormenores agora, porque pretendo incluir a Galeria Menescal em uma postagem caprichada.

2 – VAMOS VOAR PARA A FRANÇA?

2.1  – UM POUCO DE HISTÓRIA

Paris contava com 150 dessas passagens cobertas e hoje restam apenas 15 ou 20.
Obras de expansão da cidade promovidas pelo Barão Haussmann foram responsáveis pelo desaparecimento dessas charmosas galerias, na proporção em que outro tipo de comércio começava a florescer: as lojas de departamento, fortes concorrentes. Felizmente, as galerias sobreviventes a essa época ainda funcionam plenamente e continuam atraindo clientela e turistas.
A  requintada Vivienne, estilo neoclássico, por exemplo, foi construída em 1823. O piso é trabalhado em mosaicos minúsculos, obra de um italiano de nome Giandomenico Facchina, que assina sua arte em um dos corredores. Para a sorte dos franceses, no século XIX o artista deixou belas heranças, e para a sorte dos brasileiros, o artista enviou 10 painéis para o Teatro Municipal do Rio de Janeiro,  inacessíveis ao público.

2.2 – O ENDEREÇO DE JEAN-PAUL GAULTIER

A elegante galeria abriga excelente comércio e, dentre eles, a famosa boutique de Jean-Paul Gaultier pelo lado da própria rue Vivienne. 

2.3 – L’APARTÉ

Agora, linda mesmo é a loja L’Aparté, exclusiva em artesanato feito com papel. São incríveis! e por mais que seja detalhista em minha descrição, jamais conseguirei me aproximar da realidade.
A loja é um delicado cenário. Ao entrar, imaginei que a qualquer momento fosse ver a Fada Sininho voando entre as dezenas de flores e guirlandas iluminadas que a decoram. É tudo tão delicado, lindo e colorido, que você se perde nas escolhas.

Todas as peças são de papel, e moldadas com arames finíssimos que colam em lugares estratégicos a fim de que possam lhes dar a forma desejada. São embaladas uma a uma (que nem o comercial de uma antiga marca de drops) para que não se danifiquem. A delicadeza é tanta, que qualquer descuido pode danificá-las.

 

Ainda tenho destas borboletas, que adquiri em diversos tamanhos e cores.
Ainda tenho destas borboletas, que adquiri em diversos tamanhos e cores na Galeria Vivienne.

3 – GALERIA VIVIENNE

Esta galeria linda de vier dispõe de 3 entradas:
A – uma fica no número 6 da rue Vivienne;
B – a outra, no 4 da rue des Petits Champs;
C – e mais uma no número 5 da rue de la Banque.

 

Os mosaicos do piso da Vivienne, obra de Giandomenico Facchina.
Repare nos mosaicos do piso da Vivienne, obra de Giandomenico Facchina.

 

É um lugar de sonhos. A Galeria Vivienne destaca-se por sua arquitetura e seu requinte. Trata-se de um prédio elegante que os franceses sabem preservar não apenas por sua beleza, mas por ser um monumento histórico que mantém viva a memória de um passado glamoroso.
É um lugar de sonhos. A Galeria Vivienne destaca-se por sua arquitetura e seu requinte. Trata-se de um prédio elegante que os franceses sabem preservar não apenas por sua beleza, mas por ser um monumento histórico que mantém viva a memória de um passado glamoroso.

 

A Galeria Vivienne é para ser apreciada - este é o termo correto. Passear por seus corredores a admirar cada vitrine, cada detalhe de sua arquitetura, como quem admira uma jóia. Na verdade, a comparação lhe cai como uma luva.
A Galeria Vivienne é para ser apreciada – este é o termo correto. Passear por seus corredores a admirar cada vitrine, cada detalhe de sua arquitetura, como quem admira uma jóia. Modéstia a parte, a comparação lhe cai como uma luva.

 

Galeria Vivienne: requinte desde 1823 que se conserva até hoje.
Galeria Vivienne: requinte desde 1823 que se conserva até hoje.

 

Brasserie Vivienne - pausa para um café pelo lado da rue Petit Champs.
Brasserie Vivienne – merecidamente, fizemos uma pausa para um café pelo lado da rue Petit Champs. Brasserie Vivienne – 4, rue des Petits Champs, 75002 Paris. 

 

Leonor, nossa estimada amiga e guia de Aix-en-Provence, foi quem nos ensinou a pedir o café gourmet - idéia que adoramos e adotamos até mesmo pela surpresa que cada cafeteria nos reservava.
Leonor, nossa estimada amiga e guia de Aix-en-Provence, foi quem nos orientou para pedir o café gourmet – idéia que adoramos e adotamos, até mesmo pela surpresa que cada cafeteria nos reservava.

 

3.1 – COMO CHEGAR?

Antes que me esqueça, você poderá começar esse passeio entrando pelos jardins do Palais Royal. Salte na estação de Metrô Palais Royal-Musée du Louvre. De um lado fica o Museu do Louvre, e do outro o Palais Royal. Seu primeiro encontro será com as Colunas de Buren onde você poderá sacar belas fotos.

 

 

Depois dê uma olhada nas lojas das galerias; tome um bonito café ao ar livre se o tempo permitir, e depois atravesse o jardim.
Depois dê uma olhada nas lojas das galerias; tome um bonito café ao ar livre se o tempo permitir, e depois atravesse o jardim.

 

Assim que você adentrar os Jardins do Palácio Royal, atravesse-o. Passar por esse corredor é relaxante e, dependendo da época em que você o visitar, ele estará com as árvores coloridas - é a Natureza pintando nosso Planeta Terra com suas belas cores.
Assim que você adentrar os Jardins do Palácio Royal, atravesse-o. Passar por esse corredor é relaxante e, dependendo da época em que você o visitar, ele estará com as árvores coloridas. 

 

O jardim do Palais Royal é silencioso e transmite tranquilidade. Muito bom caminhar e escutar o barulhinho da sola do sapato apertando os grãos de areia...
O jardim do Palais Royal é silencioso e transmite tranquilidade. Muito bom caminhar e escutar o barulhinho da sola do sapato apertando os grãos de areia.

 

É a Natureza pintando nosso Planeta Terra com suas belas cores - abaixo.
E quando a Natureza começa a pintar nosso Planeta Terra com suas belas cores, imagino que sua paleta deve transbordar de tons e nuances. Observe o amarelo embaixo das árvores.

 

Lá no final há uma saída discreta para a rua de Beaujolais. Atravesse-a e entre na rue Vivienne, única perpendicular neste quarteirão.
O prédio que se vê na foto acima é a Galerie Beaujolais, no trecho que dispõe de uma saída discreta para a rua de Beaujolais. Atravesse-a e entre na rue Vivienne, a única perpendicular neste quarteirão.


4 – DUAS GALERIAS NA MESMA RUA

Nesta rua você encontrará duas galerias, uma quase ao lado da outra.  A Colbert fica no número 2, onde você poderá almoçar longe do burburinho da cidade em uma brasserie que ainda conserva o mesmo charme desde sua inauguração, em 1926. E a outra é a Vivienne, no número 6.

4.1VISITA À VIVIENNE EM ABRIL/2019

Queríamos rever a galeria, passar pela L’ Aparté . Quem sabe, não descolaria mais alguma obra de arte da gentil senhora que atende sua clientela com uma delicadeza nunca vista?
As borboletas que fabrica são de cores e tamanhos diversos para você dar asas a sua imaginação – sem trocadilho. Ao visitar L’Aparté, não pense que está vivenciando um sonho, porque a loja deslumbra até os mais desatentos. É linda demais…

 

Em 2014 comprei as delicadas borboletas de papel das fotos acima. Em 2019 as maravilhas expostas nas vitrines eram caras demais para meu bolso. 
Em 2014 comprei as delicadas borboletas de papel das fotos acima. Em 2019, as maravilhas expostas nas vitrines estavam caras demais para meu bolso e saí da loja sem comprar nada. Chorei baldes.

 

Atravessamos o Jardin du Palais Royal (Muito diferente de quando o conheci em 1985; naquela época, era lindo!) e o vimos sendo cuidado...
Atravessamos o Jardin du Palais Royal, que estava muito diferente de quando o conheci em 1985; naquela época, era lindo! Vímo-lo sendo cuidado, mas já não era o mesmo.

 

Cruzamos a Galerie de Beaujolais, saímos na rue de mesmo nome e a atravessamos para passarmos em uma pequena rua (um tipo de beco) e saímos justamente em frente à rue Vivienne, onde há uma entrada para a galeria no número 6.
Cruzamos a Galerie de Beaujolais (foto parcial), saímos na rua de mesmo nome e a atravessamos para passarmos por uma pequena rua (um tipo de beco).  Nessa manobra saírmos justamente em frente à rue Vivienne, onde há uma entrada para esta galeria no número 6.

 

 

 

 

 

A Galeria estava em reforma e sendo restaurada por mulheres jovens. Vi pelos menos quatro.
A Galeria estava em reforma e sendo restaurada por mulheres jovens. Vi pelos menos quatro recuperando os desenhos das paredes. Restauração requer muita atenção, paciência, dedicação e arte, obviamente.

 

4.2 – O TRABALHO MINUCIOSO DE RECUPERAÇÃO DA GALERIA

Por alguns momentos parei para observar o cuidado excessivo com que delineavam figuras em paredes já recuperadas.
Os pisos – outra obra de arte executada em mosaicos com peças muito pequenas – estavam totalmente forrados.
Andaimes, baldes de tintas pelo chão, restauradores andando de um lado para o outro, nenhum vaso de plantas adornava os corredores, por motivos óbvios, mas mesmo assim a Galeria Vivienne não perdeu sua imponência.

4.3 – E COM UM BONITO CAFÉ, ENCERRAMOS NOSSA VISITA

Para recordar outro momento de nossa primeira visita à galeria, entramos em um salão de chá para tomarmos um café, mas nada sofisticado. Porém, ao olharmos as opções do cardápio, optamos por deixar a humildade de lado e solicitamos um café acompanhado por doces que imaginamos serem deliciosos. Eram chiques, mas só tivemos a certeza de serem apetitosos após a primeira provada. Doces de griffe, enfeitados com folha de ouro. A ostentação veio na conta, mas valeu. Merecemos.

 

A Cafeteria escolhida foi a Le Valentin.
A Cafeteria escolhida foi a Le Valentin.

 

 

Meu amigo foi humilde e não se deixou levar por ouros ou diamantes.
Meu amigo foi humilde e não se deixou levar por ouros ou diamantes.

 

Quanto a mim, fui mais pela aparência do doce e me dei bem.
Quanto a mim, fui mais pela aparência do doce, mas dei bem.

 


 

5 – PASSAGE DES PANORAMAS – BOULEVARD e RUE MONTMARTRE

Caso você esteja em Paris e interessado em visitá-la, basta continuar pela rue Vivienne e alcançar o Boulevard Montmartre. Em lá chegando vire à direita até encontrar o número 11, uma das entradas. A outra fica no número 164 da rue Montmartre, onde você poderá chegar caminhando por seus corredores.

 

 

A Passage Panoramas é uma galeria simpática e movimentada, onde podemos desfrutar de um saboroso café gourmet em algum de seus bares, bistrôs e restaurantes, ou saborear um perfumado chá em uma casa especializada. O comércio de selos também atrai colecionadores e agita a galeria. A estação de Metrô mais próxima é a Grands Boulevards.

 

Quem vê cara não vê coração, já diz o velho ditado. Esqueça os portões, sua primeira impressão, e entre na galeria. Garanto que fará uma varredura em todos os corredores.
Quem vê cara não vê coração, diz o velho ditado. Esqueça os portões, não valorize sua primeira impressão e entre na galeria. Garanto que fará uma varredura em todos os corredores e depois nem saberá mais por onde entrou.

 

Um dos corredores da Galeria Panoramas.
Um dos corredores da Galeria Panoramas.

 

Interior da Galeria Panoramas.
Interior da Galeria Panoramas.

 

Outro corredor da galeria. São todos muito semelhantes.
Outro corredor da galeria. São todos muito semelhantes.

 

 

5.1 – ONDE ALMOÇAR NA PASSAGE DES PANORAMAS

La Crêprerie é minha indicação. O Lugar é excelente, o ambiente é acolhedor e o atendimento simpático. Gostei do crepe que pedimos.

 

 

La Crêpérie - boa opção para um almoço leve e saboroso. Crepes de trigo sarraceno, meu preferido.
La Crêpérie é boa opção para um almoço leve. Servem crepes de trigo sarraceno, meus preferidos.

6 – PASSAGE JOUFROY

Basta atravessar o Boulevard Montmartre. A Passage Joufroy é como se fosse a continuação da Panoramas, só que do outro lado da rua.
Começa no 10, Boulevard Montmartre e termina no 9, rue de la Grange Batelière.

 

 

 

 

 

A Galeria abriga dois hotéis: o Ronceray (dê uma olhada naquele conhecido site especializado em reservas de hotéis que você vai se surpreender) e o Chopin, escondido no fundo da galeria, em funcionamento desde a época da inauguração da Joufroy, em 1846. Neste último, a tranquilidade anunciada de suas dependências deve-se ao fato de não haver janelas para a rua...
A Passage Jouffroy abriga dois hotéis: o Ronceray (dê uma olhada naquele conhecido site especializado em reservas de hotéis que você vai se surpreender) e o Chopin, escondido no fundo da galeria, em funcionamento desde a época da inauguração da Joufroy, em 1846. Neste último, a tranquilidade anunciada de suas dependências deve-se ao fato de não haver janelas para a rua…

 

 

Curiosíssima, a M & G Segas é especializada em bengalas!
Curiosíssima, a M & G Segas é especializada em bengalas antigas e objetos curiosos.

 

6.1 – BRINQUEDOS DA PASSAGE JOUFFROY

Na Jouffroy, duas lojas de brinquedos diferenciados me chamaram atenção. Imaginei o quanto a gurizada deve ficar colada naquelas vitrines. Quer dizer, a loja também encanta adultos e digo por mim. A-do-ro brinquedos, e não escondo minha paixão por bichos de pelúcia; e a prova disso é que aos 68 anos ainda me presenteio com esses mimos. Agora, aos 78 anos de idade, parei de brincar com esses bichinhos, mas continuo achando-os lindos.

Brinquedos me fazem regredir até minha infância. Não entendia o porquê de o Papai Noel nunca ter trazido os brinquedos que pedia nas cartas, e só bem mais tarde me dei conta do motivo – era tempo de vacas magras e meus pais não tinham condições financeiras para comprar o que eu e meu irmão pedíamos nas cartas.


7 – PASSAGEM VERDEAU

Saindo pela rue de la Grange Bateliére, atravesse-a e entre na Passage Verdeau, no número 6. Essa galeria é bastante simples – termina no 31, rue du Faubourg Montmartre.

 

 

 

O aspecto da Galeria não é atraente, mas vale a visita.
O aspecto da Galeria não é atraente, mas vale a visita.

 

Em Paris não faltam livrarias onde garimpar preciosidades.
Em Paris não faltam livrarias onde garimpar preciosidades. Construída em 1847, a galeria é bem dotada de livrarias de livros antigos, postais e antiquários.

 

Data de 1846 a inauguração desta galeria pela Societé du Passage Joufroy. Seu nome deve a um dos membros desta sociedade.
Data de 1846 a inauguração desta galeria pela Societé du Passage Joufroy. Seu nome homenageia  um dos membros desta sociedade.

 

 

Nome da loja: A Felicidade das Damas (literal)
Nome da loja: A Felicidade das Damas (literal)

7.a – DETALHES 

Dois pormenores me chamaram atenção neste corredor da galeria: o tratamento de alisamento de cabelo à brasileira, e um manequim superantigo anunciando uma loja de nome “A Felicidade das Senhoras”. Amei ambos os detalhes.

 

Alisamento à brasileira.
Alisamento à brasileira.

 

No canto à esquerda desta loja fica o Hotel Chopin. E, em frente, o Museu Grévin.
É um passeio que você não poderá deixar de fazer em Paris. E o melhor: andamos por todas essas galerias em um só dia e sem pressa. O roteiro segue abaixo.

 

 

Esta parte de Paris é uma viagem que se faz no tempo.  Observem e surpreendamm-se com detalhes que ainda estão preservados. Encante-se com tudo que estes corredores revivem para seus passageiros. Aproveitem esta memória viva.

 

 

2 comentários em “FRANÇA . GALERIAS DE PARIS – Panoramas, Joufroy, Verdeau, Vivienne e Colbert – Passagens Cobertas em Paris. Visitas Apaixonantes!

  1. Realmente de dar inveja de quem pode ir, as galerias mencionadas são umas preciosidades, que, como sempre, você nos dá o prazer de conhecer.

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