FOTO DESTACADA – Foto de uma rocha de calcário clicada durante o passeio pelas calanques.
ALÉM DAS CALANQUES, O QUE HÁ PARA VER e FAZER em MARSEILLE?
Na marina de Marseille, ao lado do antigo bairro Le Panier, fica o cais de embarque para quem se destina às Calanques e a Cassis.
No mais, visitar a Catedral La Major, a Basílica de Notre Dame de la Garde, a Igreja de Saint Laurent, o Mucem, a Prefeitura, a feirinha do cais onde ancoram barcos que partem para os portos da Córsega, além de bares e restaurantes, e demais atrações próximas, substitui qualquer revigorante por melhor que seja.
O QUE É CALANQUE?
Calanques são formações rochosas com predominância de calcário que se prolongam por aproximadamente 20 km ao longo da costa de Marseille.
Abrange desde a localidade de La Madrague de Montredon, no 9 ème Arrondissement até La Ciotat, cidade localizada depois de Cassis.
Incluí o mapa com a marcação do trajeto feito a pé, esclarecendo que poderá ser efetuado por carro. Neste caso, o roteiro aparece logo acima, em azul acinzentado.
SÃO VÁRIAS CALANQUES PARA VOCÊ VISITAR.
Ir à Marseille e não subir a colina para conhecer a Basílica de Notre Dame de la Garde, padroeira da cidade, e não navegar pelo litoral recortado pelas Calanques são pecados gravíssimos.
O PARQUE NACIONAL DAS CALANQUES
Criaram-no oficialmente em 18 de abril de 2012; o parque merece admiração e a maneira mais fácil é navegando.
As embarcações partem do Vieux Port, onde fica a bilheteria, justo em frente da Capela dos Augustins. Na calçada há uma tabuleta oferecendo outros tipos de passeios. Alguns incluem mergulho em algumas calanques. Escolhemos o percurso de 3 horas e não nos arrependemos.
A navegação é paralela aos paredões, e à medida que os barcos se aproximaram das rochas vimos o quanto são altas.
Saiba Tudo a Respeito de Acesso ÀS Calanques Clicando AQUI !
LA MADRAGUE, SAMÉNA e LES GOUDES
Devido à sua proximidade ao Vieux Port (cerca de 20 minutos de navegação), os visitantes acabam por congestionar a estrada destas calanques nos fins de semana. Não só pela busca de moradores e turistas por um bom mergulho, mas também porque nestas calanques há algumas residências.
A curta distância do Vieux Port facilita o acesso a essas angras, e ainda há restaurantes nestas calhetas.
Em Saména há até dois pequenos hotéis. Acrescento ainda outro ponto favorável: essas três calanques não possuem paredões; ou seja, situam-se no nível da estrada.
SÃO MUITAS CALANQUES!
Mais adiante está a Calanque de Callelongue. Esta possui centro de mergulho, é acessível pelos ônibus número 19 e 20, e por automóveis. Clique no link e veja como é atraente.
Segue a Calanque de Marseilleveyre, que conta com praia, porém é acessível apenas por barco. Há restaurante e é outro ponto de mergulho.
Em Marseilleveyre está a segunda mais alta formação rochosa, com 432 metros de altura; a maior é o Monte Puget, com 565 metros.
AS MENOS IMPORTANTES
Com menos importância vêm as Calanques de Queyrons, seguida pela Podestat, pela d’Escu, e pela de Cortiou – onde há uma estação de tratamento de águas residuais e esgoto de Marseille.
A partir daqui, até a impresssionante Calanque de Port Miou, a rocha é bastante recortada e algumas Pontas bem longas e agudas avançam mar adentro como se quisessem espetar os barcos que por ali passam.
PONTAS x CALANQUES
Uma delas é a Ponta de Merveille e a outra a de Sormiou, que anuncia a chegada da calanque mais próxima e de mesmo nome. Sormiou possui pequeno porto, há oferta de restaurantes e além do mais é acessível a partir de Cassis. Em Sormiou a área de ocupação residencial é significativa devido à facilidade de acesso.
A seguir vêm as Calanques de Morgiou e Sougiton, ambas acessíveis por ônibus. Não vá pensar que a condução irá deixá-lo “na porta” da calanque, porque não é bem assim.
O ônibus número 21 que sai da Praça Castellane (aproximadamente da Av. Prado, 7) segue até a Faculdade de Ciências de Luminy, no 9 ème Arr. Deste ponto até às calanques caminha-se por aproximadamente uma hora. Clique aqui para conferir.
NADA DE MÁ VONTADE, ISTEPÔ!
Pensando bem é uma barbada. Leve em consideração que você fará a maior parte do percurso em condução popular para desfrutar de um bonito mergulho em uma calanque, e não em um lugar qualquer. Mesmo que você caminhe muito, escorregue, rale as canelas, crie bolhas no calcanhar ou amasse seus calos, agradecerá mais tarde pelo esforço dispendido mesmo que você não durma de tanta dor no corpo. Isso lhe mostrará que todos os seus músculos estão funcionando perfeitamente e será mais um agradecimento que você deverá fazer. Entende o lado positivo da coisa? Ah! E não se esqueça de levar água.
ATENÇÃO: nas Calanques de Sormiou, Morgiou e Callelongue há proibição para a circulação de veículos em todos os fins de semana e feriados, a partir de meados de abril até 02 de junho.
Após este período a proibição passa a ser diária até 28 de setembro.
Caso interesse, há um site que explica tudo isso e mais alguma coisa, tais como a proibição de acampamentos, presença de cães, não levar mudinhas de plantas prá casa pra “ver se pega”, essas coisas.
Um pouco mais adiante temos a Calanque de Saint-Jean de Dieu ou de l’Oeil de Verre, as Enseadas des Enfers e de la Baume, bem como as Calanque de Devenson, a de L’Eissadon, a de L’Oule (praticamente inacessível), e a Calanque d’En Vau que conta com uma pequena praia.
De todas, as Calanques de Port Pin e a de Port Miou (Cassis), em minha modesta opinião, são as mais interessantes.
Dessas três últimas, as mais procuradas para banho são as d’En Vau e Port Pin que você alcança em uma caminhada de aproximadamente 30 minutos a partir de Cassis.
Port Miou é muito estreita. Na verdade, transformou-se em uma marina imensa.
Foto obtida no Google Maps em 23/9/2024.
Meu objetivo é ilustrar o tipo de trilha suavíssima que o caminhante encontrará em alguns percurssos. Entretanto, há verdadeiras “escaladas” entre pedras e terrenos muito irregulares. Assim sendo, o valor a ser pago por quem deseja apreciar belas paisagens percorrendo estes caminhos acidentados, é muito alto.
Prá começar, o coração tem que estar ótimo, e os pulmões com capacidade de absorver todo o ar de Marseille. Artroses na coluna, hérnias de disco, problemas nos quadris e joelhos estão fora da jogada. Ah! E se você sofre de fascite plantar, joanetes, esporão do calcâneo, e neuroma de morton, môquirido…nem pense em calanques! Fique no hotel porque será bem mais divertido.
ACESSO ÀS …
Há calanques para todos os gostos e possibilidades de acesso. Em algumas chega-se apenas por barco, possuem pequena praia, e outras não.
Em poucas você poderá chegar após longa caminhada e refrescar-se em delicioso banho, e ainda há aquelas que ficam só na vontade. Você pensa que vai acessá-la, mas … vai acabar “quase morrendo” no caminho, e o que lhe restará é admirar – se conseguir, claro -, o azul inigualável do Mediterrâneo.
As rochas estão riscadas por muitas trilhas e há de se ter muita disposição para atravessá-las. O terreno é arenoso – e por isso é escorregadio -, e alguns trechos exigem muito do caminhante por serem íngremes.
Quem optar pela lei do menor esforço como eu, certamente escolherá as calanques mais próximas à Marseille ou Cassis – as pontas -, ou que tenha uma praia acessível por taxi.
Admirável Velho Mundo…