RAQCHI foi mais um sítio arqueológico que visitamos, localizado no caminho entre Cusco e Puno.
O povoado é constituído por 80 famílias que se dedicam à agricultura, ao artesanato e ao turismo vivencial.
Pertence ao Distrito de San Pedro de Cacha e está afastado de Cusco em 125 km.
IMAGEM DESTACADA – o que restou do descomunal templo ao deus Wiracocha em Raqchi.
A UM PASSO DE UM DESMAIO COLETIVO
Foi neste local que nosso guia revelou-se ser mais paradão que as próprias ruínas.
Em postagem anterior fiz alusão à sua falta de ânimo, mas… pudera. Pensando bem, merece um desconto.
A criatura tinha que explanar o enorme sítio desdobrando-se em dois idiomas (inglês e castelhano) e ainda sob um Sol tipo assim… maçarico na moleira.
Pro meu lado a coisa estava ficando cada vez pior devido a minha inadaptação às altitudes e Raqchi está, aproximadamente, a 3.500 m acima do nível do mar.
WIRACHOCHA
De acordo com pesquisas mais recentes, o templo foi construído em honra a Wiracocha – o deus responsável pela criação do mundo – em diversos períodos, atribuindo-se ao Inca Wiracocha o início de suas obras. Pachacutec construiu a segunda etapa e o Inca Tupac Yupanqui terminou sua edificação.
Pelo que restou do templo, arqueólogos concluíram que sua arquitetura era retangular (92 metros de comprimento por 25 de largura) e ocupava uma área de mais de 2.000 m².
DIMENSÕES DO TEMPLO
No centro, uma parede de 12 m de altura com 10 portas de dimensões colossais dividia o ambiente. Essa parede possui uma base com 3 metros de altura construída em pedra, e o restante em adobe .
Para se chegar à capela, em cujo altar repousava o ídolo Wiracocha sobre um pedestal (um deus venerado sob diversos nomes e aspectos), os iniciados caminhavam em zig-zag por essas portas porque só eles conheciam o labirinto do interior do templo.
COLLCAS
Neste sítios ainda vemos vestígios das collcas (ou qollqas) – construções circulares de telhados cônicos em palha, agrupadas, que serviam para armazenar víveres, roupas e armas. Podiam também ter o formato retangular. O número de collcas era proporcional ao número de habitantes do lugar.
Na Imagem em Destaque vemos uma dessas habitações em plano secundário.
UM POUCO DE HISTÓRIA
Os incas eram povos prevenidos e sempre souberam lidar com o inesperado.
Além de conhecerem muito bem as mudanças climáticas e suas consequências para a lavoura, por exemplo, armazenavam o que podiam para consumir em períodos de escassez ou de guerras, para presentear pessoas importantes de outras regiões, e para utilizar em cerimoniais específicos e festividades.
Com esses armazéns mostravam seu poderio perante nações empobrecidas com o nascimento desse império. As qollqas redondas normalmente serviam para conservar milho e as retangulares eram destinadas para preservar batatas.
Com sabedoria e cuidados especiais, acondicionavam as colheitas em vasilhas de cerâmica a fimde evitar o contato com roedores.
Carnes bovinas (o charque que conhecemos), pescados – incluindo camarão seco -, plantas (folhas de coca), carne de aves (pombos e perdizes), manufatura de roupas e armas e frutas desidratadas eram armazenados nas qollqas.
No blog http://templodewiracocha.blogspot.com.br/ há informações pormenorizadas a respeito do templo.
A História sempre surpreende-nos com suas construções inexplicavelmente colossais e suas divindades multifacetadas, bom seria se os guias de turismo fossem versados em Antropologia e falassem em nosso idioma, também isso é sonhar além do possível.
Mas como as imagens falam mais que as palavras, as fotografias nos levam a imaginar o que deve ter sido. Amei as fotos.
Rosa, bom dia! Não entendo: está provado que o brasileiro é um dos povos que mais viaja ao exterior e não há – pelo menos não vi até agora – quem apresente uma atração em português (salvo em Portugal, obviamente). América do Sul ou Europa, ainda não senti essa satisfação.
Você sabe de minha revolta ao visitar a fábrica da Occitane na Provence: usam matéria prima brasileira na fabricação de alguns de seus produtos, e quando um brasileiro vai visitar a fábrica precisa pagar um guia que lhe faça a tradução da explanação. Não falam outro idioma que não seja o francês, não há um folheto, um livreto, nada! que possa auxiliá-lo em alguma coisa. É lastimável… Bjks.
UMA PENA, QUEM SABE QUE COM A EVOLUÇÃO DO SER HUMANO A GENEROSIDADE FALE MAIS DO QUE $ E SE PASSSE A TER MAIS CARINHOS COM OS ESTRANGEIROS.
Fui avisada de que a operadora não era recomendável, não ouvi minha agente de viagens e agora lhes digo que concordo plenamente.
Bjks e obrigada.