Não consigo entender como um hotel com o perfil do San Rafael é representado com 4 estrelas em um site muito conhecido (especializado em reservas de hotel), e outro, de categoria muito superior como o Camboa, na mesma Paranaguá, figura com apenas três.
Bem localizado ele é (está próximo dos embarcadouros para quem parte para a Ilha do Mel – navegação mais demorada), e as áreas de circulação não desagradam em aparência: são arrumadas e limpas. Pelo tipo de material empregado na reforma, cerâmica, o hotel está mais para pousada de beira de praia que para centro de cidade, mas… trata-se apenas de um detalhe. Agora, incluí-lo em categoria 4 estrelas…, é sacrilégio. Né não, São Raphael?
O HOTEL
A planta baixa do prédio pareceu-me ser a original: térreo, onde não há acomodações, e primeiro andar; por isso não há elevador! Corredores longos, bem comuns em hotéis mais simples de antigamente.
Este pormenor (na verdade, um pormaior!) escapou-nos quando o escolhemos para passar duas noites. Não parece, mas trata-se de um detalhe de suma importância para aqueles que têm dificuldade em se locomover. E este foi o caso.
OS QUARTOS
Inicialmente nos indicaram o quarto 107. Pequeno e mal aparentado – a impressão que tive foi de quarto compartilhado de hospital. Janelas sem cortinas (apenas com aquele plástico grosso corta-luz), cofre com defeito (apesar da tentativa de cinco pessoas para abrí-lo, foi necessário chamar um chaveiro no dia seguinte para resgatarmos dinheiro e documentos) e chuveiro idem.
Na hora do banho quis esfriar a água do chuveiro, mas não consegui: o misturador (uma peça que pendia do próprio chuveiro) caiu no chão tão logo foi tocada. A água fervia! O técnico de plantão chegou, deu uma olhada e logo saiu sem resolver absolutamente nada. Tv, ar condicionado, armário. Hotel 4 estrelas!, vá sentindo o drama!…
Solicitamos mudança de quarto. Passamos para o 105, de frente para a rua. O prédio, conforme disse ali em cima, foi reformado. Acrescentaram um vidro escuro na fachada, mas não tiveram o cuidado de eliminar as longas jardineiras que acabaram servindo como suporte de algumas tubulações e aparador para lixo. As janelas abrem, mas não deixam passar o ar devido à tal fachada. Daí… a vítima fica dependendo do funcionamento do ar condicionado. Hotel 4 estrelas!!
No quarto 105, a lembrança de um curto estampada no espelho da tomada. Um foguinho de nada… coisa pouca para o que você lerá aqui embaixo, ó.
MISTÉÉÉRIO…
Aos poucos as estrelas (decadentes. Nada a ver com cadentes. É parecido, mas não é a mesma coisa) foram se revelando.
Neste quarto 105 aconteceu um fato que nunca em minha história de viajante havia visto: vez ou outra o telefone tocava, e ao atendê-lo não havia ninguém o outro lado da linha. Achei estranho e liguei para a recepção e quem me atendeu jurou que não havia ligado para o quarto. Mais estranho ainda era o ar condicionado que desligava sozinho.
Não foi preciso chamar novamente o técnico (aquele mesmo que não havia resolvido o problema do chuveiro e nem do cofre, lembra?) porque esse era um caso demais complexo. Cheguei a pensar em Mister M, mas acabei matando a charada com um pouco de observação. Juntei os dois mistérios e não deu outra: todas as vezes que o telefone tocava, ao atendê-lo, automaticamente, o split desligava! Pode isso? Pode! E mais: caso não o atendêssemos ele tocava intermitentemente; e se o deixássemos fora do gancho, o split não ligava novamente. Coisa de doido, mas aconteceu.
Melhor que isso para justificar o mau funcionamento da parte elétrica do hotel, impossível. Afastei a cama e encontrei o rolo de fios que você vê na foto abaixo. Fios sem conduíte, apenas enrolados naquele plástico frágil em espiral, apropriado para cobrir fiação de computadores. Nada a ver com fiação elétrica de telefonia e muito menos de um split. Nota: hotel 4 estrelas!!!
Niki estávamos relatando esse mistério aos funcionários da recepção, chegou o gerente, já avisado dos problemas pelos quais passávamos. Desdobrou-se em simpatia (aquela que já conheço há anos: sorria sempre/o cliente tem sempre razão) e, conversa-vai-conversa-vem, deu uma azeitada no papo e ofereceu-nos para dormir em um terceiro quarto, o 109. Inicialmente agradecemos muito e dissemos que continuaríamos no 105, que não precisava se incomodar, blá-blá–blá, caixa de fósforo…
Aconteceu que o calor era insuportável no 105 e não houve jeito: Partimos 109 apenas para dormir.
Nesse quarto observei o seguinte: a composição do apartamento – nada demais – que deveria ser oferecida aos hóspedes pelo preço mais baixo, tratava-se de uma excessão! apenas devido ao chuveiro que não era elétrico, mas de metal, e a ducha telefone – a essa altura do campeonato, um luxo -, funcionava! O quarto continuava pequeno, mas de melhor aparência.
NOTA: achei engraçado, porque da maneira como o gerente o apresentou, pensei que se tratasse de uma baita suíte; mas não era nada disso. Bom, pelo menos, não seríamos torturados pelo calor porque o split funcionava.
A PARTE SEM DEFEITOS. CLARO, TUDO TEM MAIS DE UM LADO!
Piscina ao ar livre, bom café da manhã, funcionários simpáticos, pacientes e educados. Um deles elogiou a maneira tranquila com que reclamamos de todos esses problemas e acabou deixando escapar que muitos hóspedes reclamam em voz alta e com grosseria. Ou seja: pelo visto, as reclamações são encaradas como banalidades.
Esse comentário deixa muito claro que os problemas são comuns. E pelas situações por que passamos, a pousada precisa urgentemente de uma revisão na parte elétrica. ALÔ-ALÔ…! As falhas que se apresentaram e a precariedade das instalações são perigosas e comprometem a segurança de hóspedes e funcionários.
Ah! Garagem coberta excelente.
É SEGUNDA-FEIRA. O QUE FAZER EM PARANAGUÁ?
Segunda é um dia morto na cidade. Deparamo-nos com restaurantes, Aquário e a Casa de Artesanato fechados porque segunda-feira as melhores atrações da cidade não abrem.
Onde almoçar então? Pergunta daqui e dali, uma senhora nos indicou o Hotel Camboa. Ótimo! Era nossa oportunidade para averiguar as acomodações do hotel.
Ao adentrarmos o saguão quase cortei os pulsos! O hotel é ma-ra-vi-lho-so! Visitamos dois tipos de acomodações (uma, bem sofisticada; outra, mais simples) e gostamos muito de ambas.
Como no Camboa de Antonina também tivemos que nos deslocar por escadas, não demos bola para seu parente de Paranaguá. Que arrependimento!…
Apesar de o gerente do hotel “curto circuito” ter-se desdobrado naquele velho perfil de gentilezas e ter-nos prometido melhores acomodações na próxima vez, pela inconveniência que sofremos é evidente que não retornaremos. Inda mais com um hotelaço como o Camboa nas proximidades, e ainda por cima pertinho da Casa do Barreado, onde Dona Norma recebe os comensais na varanda ou salão de sua casa e faz questão de servir o que exite de melhor na culinária parnanguara – o Barreado, postagem futura aqui no blog.
Ói… prá terminar, peço a São Raphael que proteja o Camboa e castigue severamente quem se valeu de seu santo nome em vão.
Dê uma olhada no site do Camboa, clicando aqui.
Que pena, se tivesse consultado o “Vai Viajar, Istepô!” não teria passado por isso. Tchan!