FRANÇA . COSTA AZUL . GRASSE e CANNES – Perfums e Festival du Film – Le Glamour Est Dans L’air.

GRASSE e CANNES

são duas cidades do sul da França que se projetaram pela Arte e ambas localizam-se no Departamento dos Alpes Marítimos. A primeira é famosa pela perfumaria, e a segunda fez sucesso por abrigar Festivais de Cinema.

 

IMAGEM DESTACADA Esta vitrine mostrava marcas conhecidas de perfumes, e nas etiquetas constavam o nome do perfume, a marca, o nome do perfumista, o do desenhista da embalagem, o ano de lançamento, o país de origem e a composição da embalagem: vidro e plástico ou  apenas vidro.

GRASSE

UM POUCO DE HISTÓRIA

Trata-se uma cidade medieval cuja topografia é bem irregular: sua altitude varia entre menos 100 m a mais de 1.000 m.
É conhecida como a “Capital Mundial do Perfume” e não é para menos porque Grasse produz a maior parte dos aromas naturais franceses. 2/3 destinam-se aos perfumes e 1/3 aos alimentos.
Sua localização privilegiada foi um incentivo para o cultivo de flores. Grasse está a 350 m de altitude, está afastada do mar, e é bem abastecida de água.

 

TEMPERATURAS

Além disso, temperaturas amenas, sol abundante e pouca chuva são os ingredientes naturais que nutrem campos de rosas de maio, jasmins, lírios, oliveiras e laranjeiras.
Saiba mais a respeito dos jardins onde são cultivadas algumas dessas flores clicando aqui.

 

LUVAS PERFUMADAS

Ninguém imagina que a origem das essências que compõem os perfumes mais famosos e caros do mundo, deveu-se à necessidade de abrandar o mau cheiro exalado pelo couro de luvas usadas pela nobreza. 

Aconteceu que um curtidor de Grasse, o futuro perfumista Galimard, teve a brilhante idéia de perfumar luvas que fabricava, e ofereceu um par para Catarina de Médici – nobre italiana que tornou-se rainha consorte da França por ter-se casado com Henrique II, Rei da França – que encantou-se com a novidade.

 

PERFUMISTAS de LUVAS

Desnecessário dizer que as luvas perfumadas caíram no agrado da corte e dos ricos franceses e, como resultado, a cidade de Grasse tornou-se mundialmente conhecida.
Infelizmente, apesar do sucesso que os perfumistas de luvas atingiram no auge do século XVII,  eles não conseguiram mantê-lo. Diante desta realidade os concorrentes começaram a surgir, e Nice foi uma das cidades que provocou o definhamento da indústria de couro de Grasse.

 

O INÍCIO DA FABRICAÇÃO DE PERFUMES

À concorrência de Nice somaram-se os altos impostos cobrados sobre o couro e a produção de fragrâncias para este material chegou ao fim. Por este motivo, Grasse tomou novo rumo e começou a fabricar perfumes. Sorte nossa!
Na periferia de Grasse, Dior e Chanel têm suas próprias plantações de rosas e jasmins.


GALIMARD, MOLINARD e FRAGONARD

são três perfumarias de Grasse, que abrem as portas de seus laboratórios a fim de o público inteirar-se do processo de fabricação dos perfumes. É possível participar desde a colheita de flores, frutas, condimentos e ervas aromáticas (rosa, jasmin, lavanda,  flor de laranjeira, alecrim, laranja, limão, cascas de árvores, cravo, canela, noz moscada etc. etc. etc.) ao engarrafamento.

Galimard é a terceira perfumaria mais antiga do mundo: data de 1747. A primeira é a famosa perfumaria de Colônia, na Alemanha, e a segunda é inglesa. Nessa época Jean de Galimard já produzia pomadas, perfumes e azeite para a corte francesa.

A Molinard data de 1849. Primou pelo luxo. Os frascos de seus perfumes eram de cristal Baccarat e vidro Lalique.

A Fragonard foi fundada em 1926. A fábrica de perfumes, a loja e o Museu Internacional do Perfume estão praticamente lado a lado. Uma visita aos três prédios faz um bem inimaginável à saúde.


Saiba a respeito da matéria prima empregada na fabricação de perfumes, o processo de extração por dissolventes sólidos chamado enfleurage, destilação, extração por solventes voláteis e muito mais clicando aqui. 

Caso lhe interesse saber que matéria prima entra na composição de perfumes florais, cítricos e amadeirados, bem como os indicados para homens e mulheres, clique aqui.

Saiba mais a respeito da cidade de Grasse clicando aqui.


O QUE HÁ PARA VER

A sugestão para visitar a capital mundial do perfume foi recebida com sobrancelhas levantadas, olho arregalado e um sorriso nos lábios, mas sem imaginarmos a agradável surpresa que nos reservavam Anaté e Leonor. Que Grasse é a capital do perfume já sabíamos. Entretanto, o que veríamos lá?

A TOCA DO COELHO – SURPRESA!

Ao cruzarmos a porta principal da Perfumaria Fragonard, a mais visitada das três, entramos em um mundo inimaginável.
Cruzar a soleira desta porta, questão de apenas um passo, fez-me lembrar da Alice ao cair na toca do coelho e descobrir um novo mundo – o País das Maravilhas. Pois bem! Esse passo surtiu o mesmo efeito: caímos em um mundo de fragrâncias protegidas por obras de arte em vidro e caixas de finíssimo acabamento.

 

ALICES NO PAÍS DAS MARAVILHAS

Esse mundo chamado Fragonard é de luxo, paixão, sensualidade, luz, flores, cores e o que mais você conseguir ver, sentir e imaginar. É um mundo que conta histórias de couros e de aromas, que nos atrai pela transparência de múltiplos tons de amarelo, verde, azul, cor-de-rosa… enfim, que nos encanta de qualquer jeito.
Até os sabonetes, aparentemente mais simples, não fogem desse perfil por serem elegantes nos formatos, nos desenhos dos relevos, nas cores e nas estamparias das embalagens. Há muito para ver e comentar nesse mundo.

 

Grasse. Museu do Perfume.
Museu do Perfume, em Grasse. FIRST, famoso até nossos dias, aparece à esquerda da foto. Este vidro era em formato de argola e aqui embaixo informo o porquê. No centro, a embalagem em formato de nariz e boca guarda o perfume DALI, extremamente forte para meu gosto.

 

FIRST O FAMOSO PERFUME de VAN CLEEF COM FRASCO EM FORMATO DE ARGOLA  

“O Primeiro chama-se First” – “Antes de ser seguido por outros, Van Cleef & Arpel foi o primeiro joalheiro a propor a fabricação de um perfume denominado FIRST.
Em 1976, Pierre Arpels sonha com um perfume com a imagem de suas jóias: discreto, mas precioso. Três profissionais o executaram: Claude Saujet, “o arquiteto”; Jean Claude Elléna, o perfumista; e Jacques Llorente, o designer de vidros de perfume, que se inspirou em um brinco da coleção  de jóias de Van Cleef.”

DALI: BOCA e NARIZ – UMA EMBALAGEM DE GOSTO DUVIDOSO

Ao contrário do gosto requintado de Van Cleef e sua mulher Estelle Arpels, Dali criou uma boca e um nariz (embalagem que achei de muito mau gosto) para  embalar uma fragrância extremamente forte.
Recebi de presente um vidro deste perfume, mas achei-o muito desagradável e não consegui usá-lo.
Para Salvador Dali, a boca é uma fonte ilimitada de inspiração. Afrodite, a deusa da Beleza e do Amor, serviu de inspiração para o artista; a fragrância, Dali dedicou à sua mulher Gala, por quem era apaixonado.

Museu do Perfume em Grasse, sul da França.
O segundo vidro da esquerda para a direita ainda guardava um pouco do famoso perfume Fleur de Rocaille, que conheci quando era criança.

 

A VISITA À PERFUMARIA

tocou-me profundamente. Os vidros de perfume tão familiares e que por pouco não me fizeram colar nas vitrines, hipnotizaram-me. Emocionaram-me tanto quanto estou agora, ao rever estas fotos e recordar desses momentos.

Não podia ser diferente e voltei à infância. Meu pai, que tantas vezes esteve na França a trabalho, enchia a penteadeira estilo Chipandelle de minha mãe de perfumes. A cada viagem ele trazia “as novidades”. Eu, ainda pequena, só podia olhá-los. Mas, como ele ganhava muitas amostras de perfume, e cada vidro minúsculo daqueles era mais lindo que o outro, eu acabava me contentando com uma coleção que era só minha, mas… continuava de olho nos vidros maiores.

Os espelhos da penteadeira multiplicavam vidros de Muguet du Bonheur, de Cabochat (lançado em 1959 e de muito sucesso na década de 60), de Eau de Cologne de Guerlain, de Shalimar, Arpège, Ma Griffe, Eau de L’Ancôme, Fleur de Rocaille, Vent Vert (1947), L’Air du Temps, Shalimar, Shocking, Miss Dior… Todos lindos. Porém, o que mais me atraía era o Mitsouko (lançado em 1919 e embalado por cristal Baccarat!). Não apenas pelo vidro, mas pela caixa.

 

 Chanel nº 5.
O Chanel nº 5, claro, também fazia sucesso naquela penteadeira. É um perfume que lembra Marilyn Monroe. Certa vez perguntaram-na o que usava para dormir e ela respondeu sem pensar: “- Chanel nº 5”

 

Como havia fartura de perfumes em casa, e minha mãe tinha suas preferências, alguns deles escureciam nos vidros sem nunca terem sido abertos!

Dia desses, quando comecei a pensar no conteúdo desta postagem, “revi” aquele móvel que me encantava e provocava, e pensei o quanto fomos ignorantes por termos descartado aquela quantidade de vidros.
As miniaturas eram de causar admiração em quem as via! Vidros minúsculos, ricos em detalhes, tiveram o mesmo fim. Que pena!

Naquela época não dávamos o devido valor a esse tipo de objetos. Guardar prá quê, não é mesmo? Quanto arrependimento! Agora, não adianta chorar.  

O vidro à esquerda, em cima, adornado com laço, era o Cabochard; porém, em embalagem mais bonita que a original. 

Órgão da Parfumerie Fragonard.

Esse conjunto de essências chama-se Órgão. É diante de dezenas de vidros de essências que os profissionais conhecidos por “Nez” (Nariz) criam futuras preciosidades. Um profissional gabaritado pode reconhecer até 2.000 (dois mil) aromas diferentes.

 

Nesta vitrine vimos vidros de perfume muito especiais. A escultura que se vê na foto abaixo é um exemplo: quem diz trata-se de um vidro de perfume?

 

Forma Impossível de Jacques Llorente.
Forma Impossível é o nome da criação de Jacques Llorente, em resina, em 2008.

 

Couronne - embalagem de perfume.
Coroa – criação do designer Jean-Claude Cardiet, em 2008.

O MUSEU DE ROUPAS E JÓIAS PROVENÇAIS

é uma atração ao lado da Boutique Fragonard. Como é pequeno, a visita é rápida.
O museu trata da evolução da moda e os recursos utilizados por debaixo da roupa a fim de modelar os
  corpos. Muitas mulheres de cintura fina deviam esse resultado ao uso de espartilhos, e saias ganhavam volume graças à armações e anáguas. Todos esses recursos fazem parte da exposição.

O MUSEU DE ROUPAS E JÓIAS PROVENÇAIS.

O MUSEU DE ROUPAS E JÓIAS PROVENÇAIS

O MUSEU DE ROUPAS E JÓIAS PROVENÇAIS

O MUSEU DE ROUPAS E JÓIAS PROVENÇAIS

O MUSEU DE ROUPAS E JÓIAS PROVENÇAIS
Trata de jóias, de roupas e, como não poderia deixar de ser, de perfumes.

O MUSEU INTERNACIONAL DA PERFUMARIA

Foi instalado em u’a mansão do século XVIII. Com o passar do tempo sofreu reformas e acréscimos e por isso há uma parte cuja arquitetura é bem moderna.
O MIP regride a 3 mil anos. Viajou ao Egito, trouxe a história do perfume até nossos dias, e com o intuito de ilustrar esse período, expõe fotos, vídeos, artefatos, instalações olfativas e painéis ilustrativos em seus salões. 

Musée International de la Parfumerie, em Grasse.Musée International de la Parfumerie, em Grasse – acesso pelo Boulevard du Jeu de Ballon, 2.

 

Antiga entrada do Museu Internacional da Perfumaria.
Entrada do Museu Internacional da Perfumaria quando inaugurado.

Esta entrada é pela D-4, ao lado do Café des Musée. Vale lembrar que a Perfumaria, o Museu de Roupas e Jóias Provençais, o Café e o Museu Internacional do Perfume estão, praticamente, lado a lado. 

Musée International de la Parfumerie.
Musée International de la Parfumerie.
Musée International de la Parfumerie.
A placa informa que os produtos expostos nas vitrines foram fabricados pelos antigos estabelecimentos da Perfumaria Fragonard, em Grasse.

 

Museu Internacional da Perfumaria, em Grasse.
A Roupa do Perfumista – Escultura de Tomek Kawiak, de 1997, inspirada em uma gravura do Século XVII.

 

Musée International de la Parfumerie.
Nesta seção do museu o assunto é o Egito. Aborda processo de mumificação dentre outros assuntos. Nesta vitrine, mostram embalagens milenares de perfumes.

O museu é uma atração imperdível, e foi devido a essa visita que entendi o porquê de muitos perfumes serem tão valorizados e chegarem a preços exorbitantes. 

No MIP há informações de todo tipo, desde que a empresa começou a fabricar perfumes: plantio das flores mais utilizadas na confecção de produtos, processo de coleta e seleção, métodos de fabricação, instrumentos utilizados e resultados finais.

Museu Internacional do Perfume, em Grasse.
Triagem de rosas.

 

Lembremo-nos de que antes de todo esse processo trabalhoso de seleção, há o plantio. E mais: há fragrâncias que ocupam o “nariz”, ou seja, o perfumista, por mais de 10 anos! E depois de saber tudo isso, você vem me dizer que perfume é caro? Corta essa, istepô!
Você sabe que quantidade de flores é necessária para se obter 1 litro de óleo? Três toneladas! 

 

A TÉCNICA A SERVIÇO DO SONHO

“No final do século XIX a perfumaria torna-se indústria ao aplicar as descobertas resultantes da revolução industrial: destilação por injeção de vapor, extração por solventes voláteis, produção de odores sintéticos.
Industriais como Roure e Chiris são a própria imagem da engenhosidade de Grasse, que muito contribuiu para a extraordinária ascensão da cidade.”

 

OS ARREDORES DA PERFUMARIA

Em Grasse, não há como fugir dos perfumes porque eles estão nos lugares mais frequentados pelos turistas.
Caminhamos por algumas ruas da parte antiga da cidade, minhas preferidas, e esbarramos em várias lojas que ofereciam lembranças tentadoras embaladas com originalidade, a preço convidativo, cheirosas e coloridas. É pura sedução! Caso você seja consumista igual a mim, terá que ter muita personalidade para não sair gastando feito uma louca.

Le Chatelard 1802, em Grasse.
Esta loja começa a atrair o consumidor, a distância, pelo aroma que desprende de seu interior. Todo cuidado é pouco se você já gastou o que não devia! Dê uma olhada na página do Facebook e veja quanta coisa oferece em suas prateleiras.

 

Repito: quem visita as aldeias provençais terá aquela sensação do déjà-vu ao caminhar pelas estreitas ruas, mas cada uma tem sua particularidade.
A parte antiga das cidades maiores também se enquadram nesse perfil, mas esse efeito logo passa: basta você chegar um pouco mais prá frente que descobrirá que foi apenas impressão.  

Roupas penduradas do lado de fora das janelas também lembram ruas de cidades portuguesas e de outras tantas do sul da França. Em Marseille, no bairro Le Panier, muitas janelas são embandeiradas desse jeito. Acho lindo. Lá!

Rua de Grasse.
Uma rua de Grasse que “lembra” ruas de Aix-en-provence, de Marseille, de…

 

Rua de Grasse.
Esta rua, por exemplo, lembra demais uma certa rua de Ville-Franche-sur-Mer.

rua de Grasse.

Rue Amiral em Grasse.
Rue Amiral – um dos acessos à Place Aux Aires, em Grasse.

 

ONDE COMER NAS PROXIMIDADES DO MIP

A tranquilidade do lugar só é quebrada pela animação dos turistas ao se depararem com um lugar bucólico, lindo de viver, apinhado de comércio interessante e de gente, e escondido que ele só!
É lugar gostoso para se fazer uma refeição sem pressa e bater um bom papo.
O outro acesso dá-se pela Rue du Thouron, perpendicular à Route Napoléon (Blvd du Jeu de Ballons).

Chafariz da Place Aux Aires, em Grasse.
Chafariz da Place Aux Aires, em Grasse.

 

Rue Amiral, em Grasse.
A Rue Amiral esconde uma grata surpresa em seu final: A Place Aux Aires, repleta de Cafés, bistrôs e restaurantes.

 

Curtindo um créme brulle na Place Aux Aires.
Curtindo um créme brulle na Place Aux Aires.

 

Em um dos Cafés desta praça fizemos um bonito lanche. Para finalizar, brindamo-nos com essas duas preciosidades: um creme brulée e um waffle decorado com calda de chocolate e chantilly. 

E um waffle decorado com chocolate, também - Place Aux Aires.
Afirmo que estavam bem melhores do que aparecem na foto.



O BOULEVARD DU JEU DE BALLON

Boulevard du Jeu de Ballon
O procurado Boulevard du Jeu de Ballon, onde fica uma das entradas para o Museu Internacional do Perfume – MIP – que aparece na foto, à direita. 

 

Boulevard du Jeu de Ballon
O cinematográfico Boulevard du Jeu de Ballon.

Boulevard du Jeu de Ballon

Grasse - Boulevard du Jeu de Balon.
O Boulevard du Jeu de Ballón, artéria principal da cidade, é dotado de excelente comércio: Bancos, museus, boutiques, Cafés, restaurantes, supermercado, cinema, farmácias e mais algumas coisas.

 

A avenida é puro encantamento. A harmonia existente entre os prédios coloridos de estilos arquitetônicos diferenciados e as palmeiras plantadas ao longo da avenida, causam impacto.
Além desse quadro paisagístico exuberante, os moradores ainda decoram suas varandas com jardineiras e comerciantes enfeitam suas portas com vasos de jasmins, laranjeiras, lavandas…
Entende-se o porquê de Grasse ser uma cidade perfumada.

Les Fontaine Parfumées. Contornamos esta pequena praça localizada no final do Boulevard e rumamos para a Perfumaria Molinard.

 

PERFUMARIA MOLINARD

UM POUCO DE HISTÓRIA

Em 1849 Hyacinthe Molinard abriu um pequeno comércio com a finalidade de vender Eaux de Fleurs – as “Águas Florais” que ele mesmo fabricava. A loja atraiu clientela de alto poder aquisitivo, incluindo a nobre Rainha Vitória.

No início de 1900, o perfumista abre a Maison Molinard em uma mansão provençal e começa a atrair milhares de turistas.
Em 1921 lança o perfume Habanita, grande sucesso. Em 1932 René Lalique projeta um vidro de perfume para a Molinard intitulado “Le Baiser du Faune”, no qual u’a mulher beija um fauno. Em 1939, esta embalagem recebeu o prêmio de mais bonita do mundo na Feira Mundial de Nova York. E não é para menos. Clique aqui para vê-la.

A empresa oferece passeios por suas dependências que dependem de agendamento. São gratuitos e em vários idiomas. Workshops individuais e em grupo também deverão ser agendados.
A perfumaria apresenta um museu pequeno, mas interessante e ainda conta com a loja, claro.

O salão impacta pela dimensão e pela diversificação de objetos que compõe o ambiente. O que quase ninguém sabe, é que o belíssimo portão posicionado estrategicamente no fundo da loja, é de autoria de Gustave Eiffel – o engenheiro que projetou a Tour Eiffel de Paris e a Estátua da Liberdade da Ilha da Liberdade, em Nova Iorque.

Portão de autoria do engenheiro Gustavo Eiffel.
Obra de arte de autoria do engenheiro Gustave Eiffel. é a peça decorativa mais destacada da Maison Molinard.

 

Nossa visita à Maison Molinard foi limitada, porque ainda íamos passar novamente no Museu Internacional do Perfume, o MIP, um pouco mais adiante.

Maison Molinard em Grasse.
Maison Molinard em Grasse.

 

Móveis de época decoram todas as dependências da Maison Molinard.
Como ficar indiferente a tantos móveis e adornos de época? Para quem não se importa com perfumes, mas aprecia mobiliário antigo, aconselho a visita à Maison.

 

Mesmo assim, nessa visita rápida á perfumaria, o requinte do ambiente foi o que mais chamou nossa atenção assim que adentramos o salão. Móveis de época, pelos quais tenho fascínio, foram apreciados em pormenores antes das compras.

Sugestão de compras da Maison Molinard.
A originalidade não tem limites. Uma rosa parece querer desabrochar de dentro do sabonete, e para isso “rompe e racha” a parte externa. Genial!

 

A poderosa cristaleira que caiu como uma luva nesse estreito nicho arcado, guarda preciosos frascos de perfumes. 

 

Maison Molinard do Boulevard Victor Hugo.
Maison Molinard do Boulevard Victor Hugo.

Daqui retornamos para o Boulevard du Jeu de Ballon. Tomamos um café sob estes guarda-sóis, e retornamos a pé para o MIP a fim de visitarmos uma outra parte e encerrarmos nossa visita à cidade.

Grasse. Avenida du Jeu des Ballons.Embaixo desse guarda-sol tomamos um bonito café e depois partimos a pé para o Museu Internacional da Perfumaria – MIP. 

 

Caixas de tangerina.
Caixas artesanais executadas com casca de tangerina, papel e cartão. Não me lembro onde, mas já tive uma caixa dessas em mãos. Estas foram criadas no século XVIII.

 

Estante de perfumes do MIP - Museu Internacional do Perfume.
Exposição de frascos de perfume antigos no MIP – Museu Internacional do Perfume.

 

Colônia 4711.
A história de um dos perfumes mais antigos do ocidente você poderá saber clicando aqui.

 

Artefatos antigos em exposição do MIP, em Grasse.
Exposição de artefatos antigos, utilizados na fabricação de perfumes pela Fragonard.

 

Visitante atento ao aroma exalado por uma das fontes olfativas do MIP.
Fiel escudeiro atento ao aroma exalado por uma das dezenas de fontes olfativas do museu.

 

Vitrine de frascos e embalagem antigos no MIP.
Os frascos e as embalagens antigas de perfumes eram riquíssimas em detalhes. Eram jóias que guardavam outras jóias. À esquerda está o La Vie en Fleurs (A Vida em Flores) e à direita, o Fleurs d’Été (Flores de Verão) – ambos em caixas de papel e cartão. Criação Bienaime na 1ª metade do século XX. 

Perfumes que eram vendidos até em garrafas de litro.
Perfumes que eram vendidos até em garrafas de litro.

 

Frascos antigos de Águas de Colônia"
Frascos antigos de Águas de Colônia. O segundo, da direita para a esquerda, é uma criação Molinard.

 

Frascos de Água de Colonia em vitrine do MIP.
As diversas embalagens de Água de Colônia, compostas por vidro, baquelite (material criado em 1909), papel e metal.

 

Vitrine que expõe vidros de perfume de Farina e Roger & Gallet.
Johann Maria Farina e Roger & Gallet – dupla de sucesso indiscutível na fabricação de perfumes.

 

Atribui-se à Giovanni Maria Farina, nascido na Itália, em 1685, a criação da Água de Colônia – extraída da água medicinal de nome Aqua Mirabilis.
Farina faleceu em Colônia, na Alemanha, e foi em homenagem à cidade que adotou para viver que batizou sua fragrância com o nome de Água de Colônia, sucesso na realeza do século XVIII. Esta criação icônica foi a responsável pela fundação da casa Roger & Gallet.
No final deste século muitos fabricantes de perfume tentaram copiar não apenas a fragrância suave, bem como o nome Água de Colônia. Não temos dúvidas de que conseguiram… E como naquela época não havia registro de patentes, Farina não teve como provar sua criação.

Molde e vidro de perfume de Lucien Lelong.
Molde e vidro de perfume de cristal e metal de Lucien Lelong, chamado Opening Night. Foi lançado em 1934. 

 

COMPRAS NA PERFUMARIA FRAGONARD

Entrada da Perfumaria Fragonard, em Grasse.
Engrada da Perfumaria Fragonard, em Grasse, onde o visitante encontra uma grande variedade de produtos fabricados pela empresa.

Boutique da Fragonard.
Quem há de resistir?

JARDINS DO MIP – MUSEU INTERNACIONAL DO PERFUME

Uma passada rápida pelo jardim do museu, perfumado por uma das principais matérias primas para a fabricação de perfumes: laranjeiras. Desta árvore, tudo é aproveitado.  

Laranjeiras do jardim do MIP.
As laranjeiras constituem uma das principais matérias primas com as quais se fabricam perfumes. Desta árvore tudo é aproveitado, principalmente as flores.

 

Jardim do MIP
Jardim do MIP

 

Brûle Parfum, Chinal.
Brûle Parfum – China. Embalagem fabricada em bronze.

 

MIP - Painel olfativo.
Painel olfativo do qual constam aromas de ópio, champignon, ácido gama-hidroxibutirato (GHB), marijuana, cocaína e tabaco dentre outros.

 

Vidros de perfume delicados na vitrine do MIP
Vidros de perfumes delicados, mais comuns, e que encontramos com certa facilidade no comércio.

 

Abaixo, seguem embalagens de perfume fora dos padrões, porém originais. Alguns, de gosto bastante duvidoso, compraria se o aroma me agradasse, mas não o mostraria nem no banheiro!

MIP, em Grasse.
O que dizer desse conjunto?

 

Há muito, mas muito mais a escrever a respeito de perfumes, mas convém parar por aqui. A página cita Cannes, mas por lá só passamos para constar e porque dista de Grasse em apenas 19 km.

A sugestão de Leonor, nossa guia, querida amiga e grande companheira de viagens valeu muito.

O mundo que passamos a conhecer é inesquecível.
Perfumaria, a partir de então, me remete para plantio de matéria prima e a cuidados especiais com estas plantações; penso em imensos campos floridos e em colheitas, em seleção de flores, especiarias, frutas, sementes. Perfumaria agora me lembra trabalho. Muito trabalho, horas infindáveis de estudos, e na capacidade do ser humano para memorizar até 2.000 odores! Perfume lembra dedicação, persistência, esperança, parcerias, glamour. Perfume é, sem a menor dúvida, a mais sedutora das alquimias…

 

CANNES

transformou-se em balneário famoso por acaso, quando um político de nome Henry Peter Brougham descobriu Cannes em uma viagem para a Itália. Era 1834. 
Lord Henry Peter, após adquirir terras na região, valeu-se de seus contatos para incentivá-los a desenvolvê-la.
A construção de residências de férias nesta localidade foi o suficiente para incentivar seu desenvolvimento e transformá-la em alvo turístico ao longo dos anos.

Cannes - vista parcial.
Cannes – vista parcial.

 

Cannes - balneário famoso pelos festivais de cinema.
Cannes – balneário famoso pelos festivais de cinema.

 

Vista parcial de Cannes.,
Vista parcial de Cannes.

 

Há outras atrações na cidade, como a Catedral, mas esta visita ficará para a próxima viagem.

 

2 comentários em “FRANÇA . COSTA AZUL . GRASSE e CANNES – Perfums e Festival du Film – Le Glamour Est Dans L’air.

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