L’ISLE-SUR-LA-SORGUE
L’Isle-sur-la-Sorgue, distrito de Avignon, é uma comuna no Sudeste da França no Departamento de Vaucluse, que cresceu às margens do Rio Sorgue, cuja nascente fica em Fontaine du Vaucluse.
Dista em 707 km de Paris, 84 km de Marselha e 33 km de Avinhão.
IMAGEM DESTACADA – Rio Sorgue.
COMO CHEGAR
L’Isle-Sur-La-Sorgue é servida por uma estação de TGV (Trem de Grande Velocidade) em Avignon, que fica a 25 minutos do Centro, por outra de trem comum (8 km a pé). Serve-se de dois aeroportos, a saber: um em Avignon, 15 km distante, e outro em Marseille, a 1.15 horas de viagem. Clique aqui para saber mais a respeito do Aeroporto Avignon-Provence.
UM POUCO DE HISTÓRIA
A revista “Terre de Provence” de agosto de 2014 abre uma reportagem com o seguinte subtítulo: “Caso as 11 pontes que atravessam o Sorgue não existissem, o coração desta cidade seria uma ilha e é como tal que seus habitantes a encaram.
Situada ao nível das águas do rio, foi inicialmente sobre pilotis que as primeiras casas se estabeleceram nesta vila de pescadores.”
Mais tarde, com a secagem progressiva dos pântanos e a construção de canais, pouco a pouco aquela que tornou-se a Veneza Comtadine foi se delineando.
ANTIGOS PESCADORES
que habitavam em L’Isle-Sur-La-Sorgue tinham o direito exclusivo de pescar no rio.
Esse privilégio permaneceu vigorando até uma reunião do Comtat Venaissin da França. Aconteceu que ao construírem moinhos acionados pela corrente do Sorgue, surgiram fábricas que trabalhavam a lã, a seda e o papel, e esses pescadores foram empregados nestas atividades.
Não só determinados nomes de rua lembram esse período de pesca (rua da Enguia, rua da Lontra, rua dos Lagostins), bem como as barcas tradicionais de fundo chato e as “négo-chin” – uma canoa semelhante àquelas que a população ribeirinha brasileira ainda usa.
STAND UP PADLE
Durante todo o ano ainda se vê esse tipo de embarcação descendo o Sorgue, cujo princípio de propulsão ainda é o mesmo, ou seja: em pé, o canoeiro impulsiona a canoa com o auxílio de uma longa vara, e muita força no braço. Reconheçamos, nossos ancestrais já praticavam stand-up padle numa boa.
O mercado flutuante do primeiro domingo de agosto em L’Isle-Sur-La-Sorgue é a ocasião propícia para os saudosistas reviverem uma época onde a maior parte dos deslocamentos e transportes se fazia a bordo desses négo-chin.
A CAPITAL DOS MERCADOS DE PULGAS
Hoje em dia, L’Isle-sur-la-Sorgue oferece o charme de ruas sinuosas que emolduram um rico patrimônio, cuja Tour Boutin do século XI, conhecida também por Tour d’Argent, é a mais antiga testemunha desse cenário.
Quando se está no centro da aldeia, sentado em uma varanda à beira d’água e cercado por todos os lados pelo rio Sorgue, a impressão que se tem de estar em uma ilha é real.
RANKING DAS “Siphonapteras”
Desde 1973 que Isle-sur-la-Sorgue aparece em primeiro lugar na França e em décimo segundo lugar em toda a Europa pelo comércio de antiguidades e de mercado de pulgas, impulsionados por 350 comerciantes especializados.
O nome original surgiu de roupas infestadas de pulgas que iam para este tipo de feira, criada na década de 1880 nos subúrbios de Paris.

DIA DE FEIRA
Visitamos a cidade em dia de feira e impressionou-nos a quantidade de barracas espalhadas pela principal avenida. Outra coisa que impressionou, foi o desprendimento de muitos antiquários por terem adotado uma maneira bem informal para expor suas preciosas mercadorias: o chão.
Turistas curiosos iguais a nós congestionaram as estreitas ruas que margeiam o rio, a ponto de o tráfego de pedestres não fluir. Houve um momento em que ficou impossível prosseguir porque o trânsito de pedestres parou e achamos melhor nos retirarmos da muvuca.
Apesar de brasseries, cafés e restaurantes enfileirarem-se na avenida e ruas principais, custou-nos encontrar lugar onde almoçar devido ao intenso movimento. Clique aqui para mais informações.














NOSSO ENCONTRO COM UM CARDÁPIO
foi tão comemorado como se estivéssemos diante de um oásis. A cena foi cinematográfica tamanha nossa alegria e os sorrisos do tipo lata de goiabada aberta.
Logo que atravessamos a primeira ponte entramos em um Café onde fizemos uma breve parada para tapear o estômago. Isso, em teoria, porque na prática costumo dizer que meu estômago é sincero, é o suprassumo da inteligência e jamais deixou-se enganar.
POUCO COMBUSTÍVEL DÁ NISSO!…
Como de costume, saíamos muito cedo do apartamento que alugamos em Aix com Anaté Merger (www.naprovence.com) e íamos lentamente ao encontro de Leonor – nossa amiga doublé de guia e motorista -, que nos pegava diariamente no Cours Mirabeau, sempre no mesmo lugar.
Degustávamos nosso trajeto pelas antigas, silenciosas e charmosas ruas de Aix como se nunca tivéssemos passado por lá.
Esse roteiro, agora tão familiar porque em 2013 alugamos outro apartamento no mesmo prédio, era sempre uma novidade, apesar de o percorrermos diariamente. E por tomarmos nosso café da manhã muito cedo, antes de chegarmos a nossos destinos vez ou outra batia aquela vontade de comer alguma coisa.
QUANDO A FOME BATE e VOCÊ NÃO ENCONTRA ONDE COMER
Saímos do tal Café com o tanque mal abastecido para o que ainda tínhamos que andar, mas só sentimos os sinais do pouco combustível quando começamos a procurar lugar nos restaurantes e não encontrávamos.
Conforme ia dizendo, saímos do Café bem apanhado, por sinal, e fomos bisbilhotar as antiguidades expostas nas calçadas que beiram o rio. E haja rio, calçada, e antiguidade. Isso, que fique bem claro, sem contar as barracas que vendem roupas, calçados, artesanatos, flores, queijos, embutidos e muitos etecéteras.
Encontramos grande variedade de objetos interessantes a bom preço, impulsos para comprá-los não faltaram, mas… fui mais forte. Travei diversas lutas contra minha própria vontade e consegui algumas vitórias, isto é, desisti de fazer algumas compras – uma prova de fogo a que me submetia diariamente.
MENU À VISTAAA!
Caminhamos aqui, atravessamos outra pequena ponte ali, esprememo-nos entre o povo e as centenas de barracas acolá, sol forte na moleira, pernas pedindo cadeira (na verdade eu imaginava um sofá daqueles que encontramos nos Cafés e que a gente pensa que nos abraça, sacumé?), estômago revoltado já doendo nas costas, sufoco, esperança indo pro buraco, quando nossa querida Leonor descolou três lugares no Terrasse du Bassin.
Niki entrei e dei de cara com aquelas cadeiras pretas ali da direita, senti a força de meu pensamento. Uau!… Era justamente o de que eu precisava. Meu anjo guardião, decididamente, havia ouvido minhas preces. Ó céus! Momento de pura emoção: Ele existe e torce por mim, de verdade.
Porém, como se tratava de um estar, sentamo-nos em uma mesa próxima porque ali não ficaria muito confortável para almoçarmos e tive que concordar. Mas não me importei, porque saí do restaurante feliz, fortificada e até rejuvenescida em função dos pratos que pedimos que estavam supimpas. Milagre existe!!! Valeu a longa caminhada.






CANAIS QUE JUSTIFICAM O NOME do DISTRITO ISLE SUR LA SORGUE
Isto porque são onze pontes pelas quais as pessoas acessam a ILHA (SOBRE O (Rio) SORGUE ).
OBSERVE! Onde você lê “Marché de L’Isle-sur-la-Sorgue”, é a “ilha” propriamente dita. Basta aumentar o mapa clicando no sinal + a fim de visualizá-la melhor, e cercada pelo Rio Sorgue.





IGREJA DE N. S. DOS ANJOS
Fica localizada na Place de la Liberté.
Segundo nossa guia e amiga Leonor, trata-se da igreja mais bem conservada da França no estilo barroco provençal. Fundaram-na em 1212 e em 1222 foi consagrada como Igreja Colegiada.




SITE DA PREFEITURA DE ISLE – Basta clicar aqui. Exemplo: a limpeza do Rio Sorgue será efetuada em 07/9/2024, pela prefeitura, com a participação da associações da ilha.
NOTA: Ao visitar uma das mais belas atrações da Provence, chegue cedo a fim de degustá-la sem pressa. Isle-Sur-la-Sorgue merece, e você também.
A França é um sonho, parece um conto de fadas.
Rosa, esta cidade é linda! Cortada pelo Rio Sorgue, cuja nascente está cerca de 7/8 km, em Fontaine du Vaucluse (assunto de uma postagem anterior).
Bjks e obrigada pelo comparecimento.