ALBERT CUYPMARKET – Quase 1 km de feira!
A-DO-RO! feiras de bairro e frequentei-as assiduamente enquanto eram montadas perto da rua onde morava.
Quando me vi no portal da Van Woustraat, imediatamente pensei: meu Paraíso holandês é aqui! São 700 m de puro encantamento para quem gosta do babado.
IMAGEM DESTACADA: O Endereço da Festa.
Gostar de feiras livres é uma vocação; uma doença. Tá no DNA, sei lá; só sei que não tem cura. Não sabia prá onde olhar e cheguei até a bolar uma técnica para não perder nada: ir até à Ferdinand Bolstraat por um lado e voltar ao portal pelo outro. Não funcionou e acabei fazendo um zig-zag danado.
Peguei a indicação no blog do brasileiro Daniel Duclos e lá fomos nós. Diria tratar-se não de uma Torre, mas de uma Feira de Babel. Por ter-se transformado em atração turística, inevitável ouvirmos vários idiomas e a diversidade de ofertas.
QUANDO IR e COMO CHEGAR AO BAIRRO DE PIJP (pronuncia-se Péi)
Desde 1912 que a feira funciona de Segunda à Sábado no horário de 9.30 h às 17.00. Esse horário poderá variar em função de condições climáticas, principalmente no Inverno.
Fomos até à Stationsplein (Praça da Central Station) e de lá tomamos um tram (o bonde).
São várias linhas que passam pela feira: a 16 e a 24 deixam-no na porta. As linhas 5, 3 e 12 passam nas proximidades. Como pagar, em que porta entrar, o que fazer para descer, abrir porta e outros etecéteras, veja aqui. É bem fácil.
Daí, para não me delongar, veja nas fotos quantas opções você encontra na feira. E vo-te dizê uma côza, istepô: não percorremos a feira toda. São 300 barracas! Naquele zig-zag paramos para comer um super hamburguer e de lá mesmo voltamos para comer a sobremesa nessa barraca da esquerda de quem entra na feira.
Nessa barraca entrei em êxtase. Por pouco meu companheiro de viagens não chamou o segurança prá me tirar dali. Vi azeitonas de variados tons de verde, cada um mais lindo que o outro. Ui! E as azeitonas pretas? Dê uma olhada na foto e veja a variedade “de tons”. A boca aguou do princípio ao fim. Que falta faz um frigobar no quarto do hotel. Caramba!
E as pastas, as trouxinhas de folha de uva, os ovos de codorna temperados? E o aroma de todas essas delícias, só me provocando?
Para quem adora comer como eu, a vontade é de carregar tudo prá casa.
Não sei se fui salva pela falta de frigobar no quarto do hotel ou não. Agora, tivesse esse conforto, com absoluta certeza eu teria feito um rombo no cartão de crédito.
Achei interessante o discretíssimo pingente da gargantilha. Abaixo, tecidos com estamparias originais e bem alegres.
Outros artigos que nos chamaram atenção foram esses: cuecas com estamparia de folha de maconha – muito comum na Holanda -, e acessórios femininos prá lá de sexy.
A estamparia “canabis” (ou “marijuana”) também se encontra em roupas e acessórios masculinos e femininos impressa em várias cores.
Artigos para decoração…
Encontramos uma barraca vendendo mangas a €0,99 cada.
E eu que pensei que só aqui no Brasil é que existisse essa história insuportável de colocarem preços com esses 0,99 centavos…
Peixes de diversas espécies – frescos ou defumados – também são vendidos na feira. Camarão, por exemplo, havia de tudo que é tamanho, tipo e qualidade, com ou sem casca. Preços de meio quilo variando bastante: €8,90, €12,50, €17,50.
O polvo espanhol, a €24,00 o quilo. Patas de caranguejo a €10,00 o quilo (com aquele cascão e tudo), e ovas a €20,00 o quilo.
Para almoçar paramos em uma hamburgueria também sugerida pelo Daniel Duclos: a Butcher.
O espaço é pequeno, está escondidinho atrás de algumas barracas, mas não tivemos problemas para encontrar nem a Casa e nem mesa disponível.
Para meu gosto, a carne dos hambúrgueres poderia estar temperada, mas não é assim que funciona. Nem sal tem. O tempero está à disposição do freguês – o lado positivo da situação.
Há diversos tipos de pães para acompanhar o hamburguer. O pão árabe ficou ótimo no sanduíche que pedi; pelo menos, não tive necessidade de ficar paqueirando o sanduíche para estudar a melhor maneira para dar a primeira mordida.
Havia dois jovens trabalhando na Casa: um rapaz, que montava os hambúrgueres, e uma moça que os grelhava.
Justo quando a jovem se retirou para o interior da Burguer, o jovem perguntou-nos de que país éramos; quando pronunciamos “Brasil”, ele nos disse que sua companheira de trabalho era brasileira e logo a chamou em alto e bom som.
Batemos um papo rápido, mais gostoso que o próprio hamburger.
Ela já havia morado em Amsterdam, voltou ao Brasil onde permaneceu algum tempo, mas optou por retornar à Amsterdam para ficar definitivamente.
Peguntei-lhe como era viver naquela cidade e a resposta veio com um largo sorriso no rosto. “Não saberia mais viver em outro país”, nos disse. Segundo ela, com o alto salário! que recebe para tostar os hambúrgueres, ela vive tranquilamente: paga aluguel!, contas públicas, veste-se, diverte-se, e ainda sobra dinheiro.
Aconselhou-nos a não ficarmos em hotel, e, caso voltássemos à Amsterdam em outra ocasião, que alugássemos um apartamento por temporada. – É bem mais barato que ficar em hotel. Segundo afirmou, está feliz; muito feliz.
A feira é fantástica, não resta a menor dúvida. Na próxima ida à Amsterdam quero percorrer toda a feira. Mas, não em zig-zag.