Felizmente, para alcançarmos o restaurante bastou atravessar a rua.
O hotel em que nos hospedamos ficava em frente, o que nos facilitou bastante naquela altura do campeonato.
Havíamos chegado poucos minutos antes a Cusco e sentimos fortemente os efeitos da altitude da cidade. Na verdade, nos arrastamos até o outro lado da calçada. Sem exagero.
Havíamos sido avisados de que esse desconforto poderia acontecer, mas não imaginei que fosse com tanta intensidade. Felizmente, não me atingiu o estômago.
O VALENTINA
Apesar de o restaurante estar muito cheio, ao chegarmos fomos logo atendidos.
Comemos muito pouco: servimo-nos dos pãezinhos – sempre acompanhados por molhos picantes muito saborosos – apenas os provei – e solicitamos uma entrada para cada um.
O milho fez parte do couvert e veio acompanhado por molhos apimentados deliciosos.
Um balde de suco de abacaxi acompanhou meu carnavalesco coquetel e uma água mineral encerrou os trabalhos.
O restaurante é bem aparentado, espaçoso, e além do serviço a la carte há um buffet à disposição que nem chegamos a conferir.
O que conferi foi a nota e dei conta de que haviam cobrado S/10 (dez soles) a mais. Os preços são compatíveis com o apresentado.
Arrastamo-nos novamente até o outro lado da calçada e fomos descansar. Esse foi o conselho para quem chega à cidade se adaptar, mas que de nada adiantou.
Cusco é considerada cidade grande. Conta com cerca de 500 mil habitantes, e arrisco dizer que é tão bem servida de bons restaurantes quanto a capital Lima.
Consulte qualquer site de pesquisa e solicite os melhores restaurantes de Cusco e tenha certeza de que será uma grata surpresa. Culinária é papo sério para o peruano, que leva essa arte a ponta de facas, literalmente, para nosso deleite.
O país é riquíssimo na produção de batatas – só no Peru há cerca de 3.500 espécies (formas e cores diferentes de tudo que conhecemos) – e de milho. Ouvi nosso guia citar mais de 1000 ou 1500 espécies, mas, na incerteza, baixei para humildes 35 de acordo com pesquisas na internet. Honra seja feita, conhecem profundamente esse tipo de alquimia.
Os sucos de frutas em todos os restaurantes são servidos em copos avantajados. Achei que o exagero fosse por conta do Valentine, mas não. Em todos as porções foram fartas.
Nosso primeiro contato com a culinária peruana, no Peru (frequentamos restaurantes peruanos no Rio) , deu-se com um pedaço de espiga de milho acompanhado por duas qualidades de molho – ambos fantásticos.
Convinha-nos comer pouco devido à hora em que chegamos ao restaurante. Solicitamos duas entradas e não passamos disso.
Meu fiel escudeiro pediu uma porção de camarões com abacate. Uma dupla bem manjada, é verdade, mas com grandes diferenças: camarão com gosto dos camarões que comíamos antigamente aqui no Rio (cismo que os camarões agora não têm mais gosto). E quanto ao abacate… Bah, guri, que loucura! Puro creme! Cortados fininhos, sem fiapos, sem manchas. Maravilhosos.
E a “tansa” aqui (dicionário manezês à esquerda da página) solicitou uma sugestão que viu em uma página do cardápio sem se dar conta de que a foto correspondente estava em outra. Resultado: um coquetel de camarões e lagostins também muito manjado – e carnavalesco -, mas muito bom. Nota 10 em alegoria e sabor.
Agora, para quem estava desejosa de comer algo diferente, mofou com as pombas na balaia (dicionário manezês).
OS RESTAURANTES PARECEM AGRADÁVEIS E OS PETICOS GOSTOSOS, PENA QUE O CANSAÇO PRIVOU VOCÊS DE CURTIR E SABOREAR COM MAIS PRAZER E DISPOSIÇÃO.
Verdade, Rosa. Não fossem os problemas provocados pela altitude, teríamos desfrutado muito mais da viagem. Mesmo assim, valeu. Bjks.