1 – O VALLE SAGRADO
“Era o lugar privilegiado da realeza e nobreza inca, onde encontramos hoje os complexos arquiteturais de maior envergadura, relacionados com a observação e veneração do Sol e do Cosmos como elementos principais do culto e espaço sagrado.”
Assim definiu o Valle Sagrado Erick Manga A. na revista Cusco – Atrações e Tradições. Sem dúvida, a realeza tinha bom gosto e sabia escolher muito bem onde morar. E não sofria com a altitude, claro.
Essa região compreende várias cidades tais como: Urubamba, Cusco, Pisac, Calca, Chinchero e Ollantaytambo na direção norte; e Tipon, Andahuaylillas, Pikillakta e outras mais na direção sul.
IMAGEM DESTACADA – Centrinho de Pisac.
2 – O VALLE SAGRADO – De CUSCO a OLLANTAYTAMBO COM PARADA EM PISAC


3 – PISAC – BONS CAFÉ e ARTESANATOS
Deixamos Cusco rumo a Ollantaytambo em passeio de dia inteiro com passagem pelo mercado de artesanatos de Pisac – hora de felicidade plena da ala feminina -, para quem desejasse adquirir “lembranças a preços convidativos, artesanatos de qualidade e fabricados com honestidade: pratas e objetos diversos”.




3.1 – PESQUISE ANTES DE COMPRAR
Antes de adquirir suas lembranças cusquenhas, pesquise. As ofertas são muitas e é aconselhável fazer um levantamento de preços. Barganhe. Anote as vantagens oferecidas. Há tempo suficiente para isso e ainda tomar um café ou uma água no Colher de Pau (Cuchara de Palo) – uma cafeteria de um hotel muito pitoresco localizado em frente à área de desembarque dos ônibus.
O Cuchara de Palo funciona tambgém como restaurante. Clique no link e veja as delícias servidas.



4 – COMO CHEGAR A PISAC
4.1 – PRIMEIRA OPÇÃO
A cidade fica a 33 km de Cusco. Como não é tão distante, os taxis são abundantes e não cobram caro, é uma opção para quem prefere chegar a Pisac com certo conforto desde que você não opte por um carro caindo literalmente aos pedaços. Eles são numerosos na cidade. Fique atento(a) e combine tudo certinho que é para você apreciar o sítio com tranquilidade.
Faça pesquisa de tarifas com antecedência. Combine preços, e mesmo assim, antes de embarcar no taxi, confirme as condições do veículo e o valor contratado.
4.2 – SEGUNDA OPÇÃO
É você se engajar em um passeio programado por uma agência de turismo.
Na Praça das Armas de Cusco e arredores há muita oferta e o melhor de tudo é que você já recebe os boletos de entrada. Certifique-se do que você está comprando. É realmente o que você imagina? Nossa excursão só parou em Pisac com o objetivo de mostrar a feira de artesanatos. O sítio arqueológico que bem se vê logo atrás da feirinha, por exemplo, sequer foi mencionado!
Consulte um mapa; informe-se com quem não trabalhe em turismo e peça sugestão de passeios. Ninguém melhor para indicar que atrações visitar do que pessoas alheias a qualquer atividade turística.
4.3 – RECEPÇÕES DE HOTÉIS e TRANSPORTES PÚBLICOS
As recepções de hotéis também oferecem passeios, mas atenção com os preços.
A terceira opção é por intermédio de transporte público que vá até Urubamba (localidade que fica próxima de Pisac).
Confesso que não tive curiosidade em perguntar de onde partem os ônibus que vão para esta cidade e acabei me arrependendo.
5 – UM POUCO DA HISTÓRIA DE PISAC
Na Praça Maior, onde três vezes por semana acontece o tradicional mercado artesanal, antigamente era o local onde os habitantes faziam intercâmbio de produtos.
Segundo reza a tradição, aos domingos os prefeitos das comunidades vizinhas – os “Varayoqs” – autoridades nativas – reúnem-se na praça principal.
Ao ingressarem na praça assopram conchas marinhas (ou pututos) com a finalidade de anunciar sua chegada.
Nessa mesma ocasião, os habitantes da cidade se agrupam para vender seus produtos agrícolas, artesanais e animais. Interessantíssimo.
5.1 – A IMPORTÂNCIA DO RELÓGIO SOLAR
O destaque desse complexo arquitetural fica por conta do Relógio Solar (Intiwatana ou Intihuatana) bem como os depósitos de alimentos (qolqas), as fontes de água, as torres… que evidenciam diversos estilos de desenhos e tipos de materiais, dependendo da função a que se destinavam.
O Relógio Solar ocupa o centro do sítio e funcionava como um observatório astronômico – comum nas construções incaicas -,além de seu valor sagrado.
Em Pisac, Intiwatana permitia conhecer os movimentos solares e definir solstícios e equinócios, conhecidos e utilizados apenas por determinados membros da elite inca.
5.2 – PISAC x AGRICULTURA
Para a agricultura, a cidade foi de suma importância porque a maior parte de sua área está ocupada por terraços escalonados que proporcionavam uma variedade considerável de “microclimas”. Esta condição diversificada permitia aos incas o cultivo de diversos produtos.
Neste lugar, graças à tecnologia de ventilação e filtragem aplicada na construção desses “degraus”, os incas conseguiram cultivar mais de 150 variedades de milho. Essa variante na construção de canteiros, digamos assim, possibilitava a manutenção das plantações, bem como facilitava o trabalho das pessoas responsáveis pelo que cultivavam nesses terrenos.
6 – BOLETOS DE ENTRADA PARA OS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS – LEITURA IMPORTANTE QUE É PARA NÃO BOBEAR.
Encontrei blogs interessantíssimos a respeito do assunto, mas nenhum foi tão bem explicado quanto o Andarilhos do Mundo. Os rapazes explicam tim-tim por tim-tim como fazer para adquirí-lo. O trabalho é minucioso, de mestres. Vale à pena conferir.
Veja bem: não importa se você fará um City Tour por Cusco ou visitará apenas uma cidade do Valle Sagrado, porque sem esse bilhete você poderá arrumar problema.
E mais: procure não perdê-lo e muito menos pensar em sair do parque arqueológico “só para ver uma coisinha ali na feirinha de artesanatos”, porque depois você não poderá voltar. Na melhor das hipóteses você retorna, mas o bilheteiro, provavelmente, fará mais um picote no seu boleto caso não tenha memorizado seu rosto. Ou seja, como cada picotada corresponde a uma entrada em um sítio arqueológico, e você entrou duas vezes no mesmo lugar, uma atração listada no boleto e que você pretendia conhecer ficará perdida. Esta foi a informação que nosso guia nos passou e acredito que seja assim que funciona.
6.1 – AQUISIÇÃO DE INGRESSOS PARA O SÍTIO ARQUEOLÓGICO de PISAC e MAIS INFORMAÇÕES A RESPEITO DO LUGAR, clique aqui!










7 – DE OLLANTAYTAMBO ou POROY (Cusco) a ÁGUAS CALIENTES/MACHU-PICCHU.
Esteja certo de uma coisa: não há como chegar de automóvel ou moto a Águas Calientes porque neste trecho não há estradas.
Saímos de Ollantaytambo e logo embarcamos em um trem que me causou grata surpresa: panorâmico, limpo, poltronas confortáveis e ainda com serviço de bordo e banheiros tinindo.
Na volta fomos direto para Poroy – pertinho de Cusco – e até um desfile de modas masculina e feminina providenciaram no vagão. Roupas estilosas para inverno e de muito bom gosto. Adorei a idéia.
A viagem é es-pe-ta-cu-lar e confesso que para mim foi o que valeu do circuito Cusco/Machu Picchu/Puno.
8 – MODESTA OPINIÃO
Honestamente? Não encarei essas atrações como lugares a serem festejados. Pelo contrário. Posso lhes parecer mórbida, mas encarei-os como cemitérios. Muito sofrimento nestes sítios Ambientes densos, carregados. Cada pedra segrega memórias de muitas lutas, de muito sangue derramado. Senti-me muito pior do que já estava, e me perguntei muitas vezes o porquê de estar ali. Verdade seja dita, só o cenário muda porque o assunto é o mesmo – destruição e dor. Muita dor.
A história se repete com ruínas greco-romanas que visitei na Europa e com as ilhas gregas – basta visitar três para saber que é tudo a mesma coisa.
No mapa abaixo há indicações de algumas cidades da parte sul do Valle Sagrado que merecem ser visitadas. Não posso afirmar, mas acredito que a maioria dos turistas ignore. Quem sabe, em próxima investida, não chego lá? Haja Soroche…
Toda viagem é válida mesmo quando intercalada por um “senão” aqui e outro ali. Como saber se determinado lugar que aguçou sua curiosidade é interessante ou não, se você não for até lá? Esse é o lado positivo da coisa: a experiência vivida.
Por isso, continuo incentivando:
9 – QUANDO NEM O SOROCHE SALVA
Visitar as famosas cidades e ruínas cusquenhas não foi tão fácil como pensei.
Havia sido avisada de que poderia sofrer algum mal estar em decorrência da altitude, mas não me importei com os alertas achando que passaria incólume por esse portal. Ledo engano!
Não houve chá de coca, bala ou folhas de coca mascadas ao vivo e em cores que resolvessem o “péssimo-estar’ – escrito assim mesmo, porque mal-estar é outra coisa.
Melhorei um pouco após a ingestão de um comprimido chamado Soroche, à disposição em todas as farmácias.
Sou avessa à automedicação, mas dessa vez não houve jeito e tive que encará-lo porque era tomá-lo ou morrer.
Há quem diga que o período de adaptação a grandes altitudes é de 2 horas; há quem diga que é de 12 horas e ainda os mais cautelosos afirmam categoricamente que os mais frágeis “podem até” se acostumar após 12 dias. Caramba! Passei 5 longas noites nessas plagas e não me acostumei com a taquicardia, a falta de ar, a náusea, a dor de cabeça e o cansaço – o que mais me incomodou. Com absoluta certeza, devo estar enquadrada nesse período de doze dias. Ou mais; vai saber…
10 – AVISO AOS NAVEGANTES
Fica o alerta àqueles que pretendem visitar lugares de grandes altitudes. Consultem seu médico de confiança antes de embarcarem nessas aventuras, para não ter que descerem encaixotados destas excurções no porão de um avião. Entendeu, istepô?
O artezanato é belo e colorido, os locais indicam uma cultura bem diferente da nossa, mas muito agradável de se ver, triste parecem as ladainhas da histórias e haja Soroche.
Ave, Soroche! Bjks
Tudinho de bombom!