IMAGEM DESTACADA – Este Paraíso fica bem no Centro de Lisboa, na esquina das ruas do Comércio e Fanqueiros.
No banner à esquerda a casa anuncia com bastante singularidadealguns de seus produtos. No subtítulo, chamou-me atenção a palavra “orgulho”, e não é para menos.
Tive curiosidade em saber com quantos rótulos a casa trabalha, mas não perguntei por questão de ética. Como naquela ocasião não cogitava em lançar um blog, não poderia usar essa bengala como desculpas.
Consumidores iguais a mim sentir-se-ão no Paraíso, pode ter certeza.
A loja é pequena, mas consegue armazenar uma infinidade de mercadorias, todas bem arrumadas nas prateleiras. Lá você poderá adquirir produtos naturais que anunciam benefícios para peles, dentes e gengivas – é o caso do dentifrício Couto -, unhas, barba-cabelo-e-bigode… enfim, são muitos rótulos que figuram ao lado de sabonetes de diversas fragrâncias, colônias pós banho, louça…
Atenção especial ao sabonete fabricado com leite de burra de uma raça asinina em extinção, característica da região portuguesa de Terra de Miranda. Sabonete que nunca vi em lugar algum, mesmo em Portugal, e que a degas aqui acabou não comprando e se arrependeu – não pelas promessas anunciadas no cartaz, mas por ser compradora quase compulsiva de sabonetes. A-do-ro! sabonetes.
E por falar em asinino, observem o Cristo originalíssimo que a burralda aqui também deixou escapar. Lindo! E a expressão da figura? Era cômica!
Nesta prateleira a estrela maior é a pasta dentífrica Couto, lançada em 1932 com a finalidade de proteger gengivas e dentes afetados pela sífilis.
O creme dental, antes denominado “pasta medicinal”, foi obrigado a mudar a denominação do rótulo para atender às normas da Comunidade Européia.
Pois bem: trouxemos algumas caixas da famosa pasta de dentes para o Brasil; para consumo próprio, e como “mimo” a ser oferecido aos amigos mais chegados.
O sucesso foi tamanho, que no ano seguinte ao retornarmos para Lisboa as encomendas ficaram por conta do creme dental – produto de exportação para os continentes americano e europeu -, e do sabonete Lavicura, também muito bem conceituado como antisséptico, que ainda não figura no blog.
E as sardinhas e azeites? Muitas marcas à disposição do freguês: maldade pura só para confundir.
Próximas às sardinhas empilhavam-se as latas de atum.
Salvo raras exceções, como as latas de azeite e os artigos de papelaria, por exemplo, todas as mercadorias são embaladas com desenhos antiguinhos que lembram muito as épocas art-nouveau e art-décoratif. Lindas!
Tudo isso e mais, muito mais, está lá na PortugueZa da Baixa ao lado de balas, biscoitos, artigos de papelaria, roupas de mesa – toalhas, panos de louça, pegadores de panela, etc.,etc… – peças para decoração e ainda vinhos, águas e cervejas.
Fiz a postagem foi apenas para que você tenha uma vaga idéia do que irá encontrar na loja.
Em 2014, a proprietária de uma das esquinas mais charmosas de Lisboa, uma senhora muito simpática, anunciou a inauguração de uma filial na mesma rua do Comércio, bem próxima a esta casa.
– Basta atravessar a rua – disse-nos. Estamos programando a visita.
É UM VERDADEIRO DE TUDO PARA TODOS EM MINIATURA. AMEI.
Rosinha, tudo bem?
E você não sabe: ano seguinte estivemos lá novamente e fotografamos novidades (ou o que deixamos escapar daquela varredura do ano anterior).
Essa loja é o próprio mimo. Como as mercadorias são pequenas, parece, com certeza absoluta, tratar-se de miniaturas – a começar pelo “estab’lechimento”, uma festa para olhos e para polpudas carteiras de notas.
Indico sem restrições.
Bjks e obrigada.
A riqueza de detalhes com que você descreve os destinos que visita para mim representam a própria antecipação da viagem. Estou doido para já estar nessa loja! Abraço!
Obrigada, Rodrigo!…Assim vou ficar vaidosa.
Abraço da amiga
Marilia.