BRASIL . PARANÁ . Viagem de Trem de Curitiba a Morretes.

 

Eu sempre ouvia falar na beleza que era o passeio de trem de Curitiba a Paranaguá, mas nunca tomei iniciativa para ver de perto esta maravilha que vez ou outra ouvia cantarem em verso e prosa. Fui deixando a vontade de lado…, e acabei esquecendo.
Certo dia tive a certeza de que esta viagem havia se tornado impossível, porque no início de 2000 desativaram a estação de Paranaguá e eu, definitivamente, “mofei com as pombas na balaia”.
E foi devido ao encerramento desta ponta da viagem que o trajeto mudou de nome, e passou a chamar-se Viagem de Trem de Curitiba a Morretes.
Devido a impossibilidade de mostrar o mapa ferroviário do itinerário, incluí o mapa rodoviário na postagem apenas para indicar a localização de ambas as cidades.

 


O FECHAMENTO DESTA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA
prejudicou o turismo para a Ilha do Mel, porque Paranaguá era ponto de embarque para a ilha; além disso,
 a cidade perdeu um prédio de arquitetura clássica belíssimo que agoniza em uma das principais avenidas.

UM POUCO DE HISTÓRIA
Estive em Paranaguá em novembro de 2016 e fui até à antiga estação de trem. 
O prédio inaugurado em 1883 e tombado em 1990 estava literalmente acabado. Foi triste… Olhei para aquele edifício de paredes pichadas, vidros, teto, portas e janelas quebrados e o imaginei inteiro, iluminado, lindo, onde o vai-e-vem de passageiros elegantemente vestidos e portando pesadas malas aguardavam o embarque para a capital Curitiba. Imaginei uma cena de um filme.
Em 1883 a linha chegou até Morretes e, em fevereiro de 1885 continuou até Curitiba. O projeto foi de André Rebouças.
Em 1942 a Rede Viação Paraná-Santa Catarina (RVPSC) englobou a E. F. Paraná. Anos depois, em 1975, passou a fazer parte de uma divisão da RFFSA (Rede Ferroviária Federal S.A.). Em 1996 este trecho passou a ser operado por uma concessionária de ferrovias chamada América Latina Logística S.A. (ALL S.A.) que opera no Brasil e na Argentina.
Saiba muito mais clicando aqui.


A ANTIGA ESTAÇÃO DE TREM,
infelizmente, passou a servir de abrigo para viciados em drogas. Trata-se de patrimônio histórico tombado, mas o prédio está totalmente abandonado. Tombado, literalmente.
A respeito de um projeto de restauração iniciado em 2015, mas sem bons resultados, você poderá saber clicando aqui.
No Facebook há fotos sensacionais para você apreciar a antiga estação. Clique aqui e veja.

SHOPPING ESTAÇÃO
Ao contrário de Paranaguá, na outra ponta da antiga estrada de ferro, em Curitiba, a estação ferroviária construída nos moldes das estações italianas de baixo investimento faz parte de um shopping center que soube valorizar esse patrimônio. Além disso, abriga um museu com mais de 600 peças. Todo o complexo, incluindo a plataforma de embarque, está inteiro.
Interessante ressaltar que naquela época o movimento de passageiros chamou a atenção de quem já nasceu com o instinto de comerciante nas veias, e não demorou muito para que pensões e hotéis se instalassem nas imediações da estação ferroviária. Até mesmo uma linha de bonde puxado a burro foi inaugurada para transportar passageiros.

Em Curitiba, nada se perdeu. Pelo contrário, a estação está inteira, e com uma Maria Fumaça parada na plataforma. Clique aqui e saiba mais.

 

CURITIBA – PARTIU MORRETES!

 

Aspectos da nova estação ferroviária.
A nova estação, onde embarcamos para Morretes, que nada tem a ver em termos de beleza com a antiga estação ferroviária.

 

O trem é composto por 21 vagões. Dentre eles, há diversas categorias a sua escolha. Interessante ressaltar que há vagões onde pessoas podem viajar com seus animais de estimação.
O trem é composto por 21 vagões. Dentre eles há diversas categorias a sua escolha. Interessante ressaltar que há vagões onde pessoas podem viajar com seus animais de estimação. Saiba tudo a respeito dos vagões clicando aqui.

 

E NÃO É QUE ACABEI FAZENDO A TAL VIAGEM?

Aconteceu que em novembro de 2016 minha cunhada e meu mano tiveram a idéia de viajarmos de carro para Curitiba a fim de ingressarmos nesta viagem. A volta para a capital paranaense foi em ônibus, pela Estrada da Graciosa, rodovia que faz jus ao nome com que a batizaram.
Passei pela Estrada da Graciosa algumas vezes e me deixei encantar em todas. Na primeira vez havia neblina e transbordou de mistério. Nas demais vezes tive a sorte de vê-la iluminada pelo atrevimento do sol, que ora conseguia passar entre os galhos das árvores, e ora a desnudava para nós em largos trechos.
A estrada chama atenção desde o portal da BR-116, à esquerda de quem segue para Curitiba. O carro é o meio de transporte ideal para apreciá-la, porque podemos parar onde bem entendemos. Viajar em ônibus, honestamente, não teve a menor graça. Ao longo da estrada há alguns Cafés e pontos de compras, onde quem está por conta própria pode parar à vontade. 

 

Neste passeio optamos por viajar em um vagão anunciado como mais confortável e gostamos imensamente da atenção dos funcionários, dos serviços e do conforto prometido.
Neste passeio optamos por viajar em um vagão anunciado como um dos mais confortáveis e gostamos imensamente da atenção dos funcionários, dos serviços prestados e do bem-estar prometido.

 

Em cada mesa havia um mapa a fim de acompanharmos o trajeto e balas bem saborosas.
Em cada mesa havia um mapa a fim de acompanharmos o trajeto e balas bem saborosas.

 

O lanche farto e saboroso que nos serviram no vagão especial.
O farto lanche dispensa comentários.

 

Dois passageiros muito especiais sentaram-se à minha frente – minha cunhada e meu mano. Viagem com família é muito mais agradável.
O passeio é tranquilo e aprazível. As paisagens que se descortinam são fotogênicas, mas não tive condições de valorizá-las porque não tenho equipamento adequado e nem sou fotógrafa. Entretanto, quem dispõe de uma boa máquina e sabe utilizá-la, ficará com excelentes recordações deste passeio.

 

MORRETES, O PONTO FINAL 

Estação de trem de Morretes, onde desembarcamos.
Estação de trem de Morretes, onde desembarcamos.

 

Morretes não tem atrativos turísticos, a não ser um passeio pelo Centro da cidade para apreciar o antigo casario. Fora isso, é apreciar o Rio Nhundiaquara e só. Até o melhor “Barreado“, um prato típico português, está em Paranaguá e não em Morretes.

 

 

Lojas de artesanatos e restaurantes cresceram desde que fecharam a estação de Paranaguá.
Lojas de artesanatos e restaurantes cresceram desde que fecharam a estação de Paranaguá.

 

Rio Nhundiaquara
Rio Nhundiaquara, que emoldura a cidade e rende boas fotos.

 

 

Aspecto parcial da praça central, cortada pelo rio Nhundiaquara.

 

 

Vez ou outra esbarramos em um comércio bem arrumadinho como este da foto.

 

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