IMAGEM DESTACADA – Estrasburgo, apenas uma idéia.
A cidade é agitada e isso logo se percebe pelo movimento na estação de trem, cuja arquitetura original foi inteligentemente protegida por uma estrutura moderníssima.
A idéia que tive ao observá-la a distância, foi a de um imenso casulo construído para proteger, talvez, a cria mais delicada da cidade – a antiga estação de trem.
A Gare de Estrasburgo data de 1883. A cobertura moderna, de 2007.
Estrasburgo data da época dos romanos; localiza-se na região denominada Alsácia, no leste da França, na fronteira com a Alemanha. Foi anexada ao território francês no século V. Só por isso você já pode imaginar o quanto é antiga: Estrasburgo data de 12 A.C.!
Estávamos em Paris e fomos até lá porque o tempo de viagem de trem convinha. Sair de uma cidade para outra vale à pena desde que você possa aproveitar o lugar de destino sem ter que se preocupar demasiadamente com a volta e o tempo de viagem. Deslocamentos que levem mais de duas horas devem ser bem pensados para que não se tornem torturantes.
PREÇOS de PASSAGENS, TEMPO DE VIAGEM e COMO CHEGAR
No momento desta postagem – hoje são 02/7/2017 – esse trajeto sai a partir de $25 euros.
O tempo médio de viagem entre Paris e Estrasburgo é de 2.21 h. Diariamente circulam perto de 14 trens entre Paris e Estrasburgo, a intervalos de 1.20 h .
Estação de partida: Paris Est (Place du 11 novembre 1918 – 75475 Paris)
Estação de chegada: Strasbourg (20 Place de la gare 67000 Strasbourg)”.
OBS: O tempo de viagem assinalado é em TGV – Trem de Grande Velocidade.
Informações a respeito de aquisição de bilhetes de trem para qualquer lugar da Europa, obtenha clicando aqui – onde obtive as informações acima.
Saímos da estação de trem e andamos em direção ao que nos pareceu ser a parte mais atraente da cidade e acertamos: basta seguir em frente.
Para quem se dispôs a fazer esse passeio sem lenço e, principalmente, sem documentos, como se fôssemos umas malas, até que estávamos indo muito bem.
O que chamo de viajar feito mala é quando me proponho conhecer algum lugar sem preocupações com mapas, com direções, com aquele compromisso de visitar uma atração do tipo que será cobrada por aquele amigo chato – o próprio istepô! – que faz questão de lhe perguntar:
– Você não foi ao lugar tal?
– Não; não fui.
– Ah!, então… você não conheceu a cidade!…
Saco! Às vezes quero sair ao sabor da sorte. Cair em esparrelas faz parte do jogo e com viajantes vez ou outra acontece. Se não for assim, não há assunto para contar.
Toda vez que viajo prometo-me que não vou me preocupar com pormenores. Mas, como não tenho personalidade, acabo furando minha programação descontraída e reconhecendo que viajar como mala tem suas desvantagens.
Em Estrasburgo, por exemplo, andamos por lugares sem saber em que parte desta cidade estávamos. Nem noção de como voltar à estação de trem tínhamos, mas fomos pelo faro e deu certo.
O QUE FAZER em ESTRASBURGO
Perdemos fotos lindas que poderíamos ter clicado do alto da Barragem Vauban; mas como estávamos sem mapas, só posso dizer prá meu espelho: “Bem feito! Quem mandou?” Outra coisa: também não matei a curiosidade para saber o ponto de partida dos barcos panorâmicos que contornam as partes mais interessantes de Estrasburgo. Agora que já passou, sei que o cais fica ao lado do Palais Rohan, vizinho da catedral. Estivemos na praça onde ela está e não nos demos conta disso. O Palais Rohan é a sede da Prefeitura e ao mesmo tempo abriga três museus. Mata-se cinco coelhos com uma só cajadada – legal, né?
POR ONDE ANDAR
Os centros de interesse da cidade ficam em uma parte chamada de Grand Île e outra de Petit France. Só não digo que uma está colada na outra porque são contornadas pelo rio ill – (inicial escrita com letra minúscula para ficar legível. Com letra maiúscula ficaria estranho: Ill). Este rio divide essas duas partes atrativas da cidade, que valem à pena serem visitadas batendo pernas: você merece. Vai andar por ruas floridas e ter certeza de que não foi abduzida por uma fotografia de calendário. Quanto mais você anda, mais vontade tem de continuar caminhando. Gaste suas pernas até chegar aos joelhos.
Outra coisa: Estrasburgo possui 3 milhões de metros quadrados de áreas de lazer incluindo parques e praças. A Prefeitura investe em paisagismo e este compromisso com a população requer cuidados especiais que são levados à sério. Funcionários responsáveis pela manutenção dessas áreas fazem serviço de jardinagem tais como regas e podas e replante de flores de acordo com a época do ano. Estrasburgo é uma cidade atraente; prá começar, é limpa! Percebe-se que a Prefeitura prioriza o conforto de seus habitantes em tudo. Pessoas observadoras iguais a mim, notam que nas ruas há espaços destinados para cada tipo de transporte, incluindo bicicletas, bonde elétrico (tramway), automóveis e ônibus e, claro, espaço para os pedestres. Ciclista não trafega em calçadas.
Não pense que por ser uma cidade secular você só encontrará casas caindo aos pedaços, ruas sujas, rios poluídos… Não é nada disso. Por ser antiga, mas transformar-se de acordo com as épocas, a cidade também conta sua História pela arquitetura. Harmonicamente o barroco convive com o enxaimel, o românico e o gótico são apreciados na própria catedral, sem contar os prédios moderníssimos da Sede do Parlamento Europeu e da Corte Européia dos Direitos Humanos.
Cidade de idosos? Também não. Cidade de jovens; muitos jovens que procuram Estrasburgo para estudar em uma universidade que abriga aproximadamente 50.000 alunos.
Estrasburgo é para ser curtida e não visitada do jeito como fizemos – visita de médico. Caso tenha oportunidade, permaneça pelo menos por duas noites na cidade. Você merece.
Observe nesta foto que não há desnível entre calçada e a rua propriamente dita. Esse nivelamento facilita a vida de cadeirantes e pessoas com dificuldades para se locomover. Todos transitam despreocupadamente pelas calçadas por motivos óbvios.
Bateu uma vontade forte de almoçar neste restaurante, mas olhamos o relógio e ainda era muito cedo. Ficamos de voltar, mas nos distanciamos demais e desistimos de nosso intento.
Jardineira na cumeeira – adorei a idéia.
Mesmo nas construções de aparência mais simples as janelas são enfeitadas por jardineiras.
Outro restaurante atraente que ficou para trás por conta da hora.
Na foto acima, a falta de nível entre calçada e rua ficou mais visível.
ONDE COMER
Lentilhas, batatas, salsichão e bacon defumado. Só de olhar a foto me lembro do aroma do prato, pode acreditar. E do gosto? O restaurante é ótimo e recomendo sem restrições.
A CATEDRAL
A CATEDRAL DE ESTRASBURGO
foi considerada o prédio mais alto do mundo de 1625 a 1874. Perdeu o título de igreja mais alta do planeta quando foi construída a catedral de Colônia.
Até que conseguisse se manter em pé do jeito que a vê quem visita a cidade, não acredita que este lugar foi palco de muita destruição por guerras e pelo fogo.
Para começar, na época dos pagãos foi erguido um tempo em louvor à Marte, deus romano de guerras, de destruição, de desestabilização.
Na astrologia, o planeta Marte foi possivelmente batizado com esse nome por conta de ser vermelho, cor associada a sangue e à violência.
No século VII, neste local, foi erguida uma pequena igreja em homenagem à Nossa Senhora. Deste templo não há vestígios, pois no século seguinte foi erguida uma catedral cuja obra foi concluída no período do governo do Imperador Carlos Magno (768 a 814).
Carlos Magno era cristão e por este motivo erguia fortalezas e igrejas nos territórios conquistados.
Aconteceu que esta catedral foi atingida por três incêndios: em 873, 1002 e 1007. Em 1015 o bispo de Estrasburgo e o Imperador Henrique II lançaram-se na construção de nova catedral que foi, mais uma vez, completamente destruída por mais um incêndio, em 1176.
Entre 1180 e 1190 o bispo da cidade estudou a possibilidade de erguer novo tempo em homenagem à Nossa Senhora. Este projeto teve início em 1220 pelo mesmo arquiteto que construíra as catedrais de Chartres e Reims. A construção foi terminada em 1439 e é esta grande obra da arquitetura gótica – batizada de “estilo francês” pelos artesãos e engenheiros que as construíram – que deslumbra quem a visita em Estrasburgo.
As destruições não pararam por aí. Houve a demolição da flecha da catedral em 1793, além das estátuas da fachada.
A catedral também sofreu com a guerra de 1870 (franco-prussiana), sem contar com a destruição da Segunda Guerra Mundial.
Finalmente, a herança maléfica deixada há séculos por Marte foi vencida, e hoje podemos contemplar essa obra fantástica símbolo de persistência e fé – atestado de que “não há bem que sempre dure e mal que nunca se acabe”.
HORÁRIOS PARA VISITAÇÃO: de segunda a sábado, das 9.30 às 17.30 horas.
Domingos, de 12.30 às 18.30 horas.
Entrada gratuita.
Visitas guiadas: de 15 de julho a 31 de agosto, diariamente, às 14 h (em alemão) e às 15 h (em francês).
Valor: 4 euros.
Gratuito para crianças menores de 12 anos.
A cegonha, símbolo da Alsácia e quase extinta na região, novamente faz seus ninhos nos telhados de igrejas e residências. Arrependi-me por não ter comprado uma.
O letreiro rico em detalhes barrocos anuncia que naquele estabelecimento vende-se pão.
Estrasburgo é um passeio que vale à pena. Melhor ainda seria se tivéssemos nos hospedado na cidade. Ficará para a próxima.
PARECE UMA CIDADE SAIDA DOS CONTOS DE FADA.BELÍSSIMA.
Realmente, Rosa, saiu. Não de um conto de fadas, mas da História que continua a escrever em muitos livros. Uma história maravilhosa, principalmente de respeito ao próximo. Amei Estrasburgo. Bjks da amiga.
A Alsácia, já estava na minha extensa lista de lugares a serem conhecidos, AINDA nesta encarnação.
PRECISO ver isso, ao vivo e a cores,… e a flores!!! Quantas!!!
Belíssimas fotos!
Adoro seu texto. Engraçado em alguns momentos, mas cirúrgico nos detalhes. Logo no início do texto você demonstra o respeito do europeu com seus monumentos, como no caso da estação de trem.
A belíssima mistura do antigo conservado, com o moderno.
Dica anotada: Ficar pelo menos dois dias na cidade para desfrutar de sua beleza.
Valeu!
Amigaaa! Conforme confessei no texto, não levamos mapa. Daí, Angela, ficamos rodando na esteira de malas, sabe como? Essa história de não fazer programação antes de sair do hotel não dá. Daí, fiquei sem muita coisa prá dizer. Façamos o seguinte: você vai, anota tudo e depois me conta que eu completo a página. Ah! E não pode esquecer de clicar aquelas fotos maravilhosas que você faz. Pena que não há emotions do WordPress… Estaria rindo com a cabeça no viés. Há,Há,Há… Bjks e obrigada pelo comentário.