AIX-EN-PROVENCE
IMAGEM DESTACADA – Foto clicada na feira de flores que acontece em dias alternados na Praça da Prefeitura de Aix-en-Provence, onde alugamos nosso Quartel General no sul da França.
Em 2013, aos 66 anos de idade – já bem crescida e com direito a levar na bolsa a chave de casa -, decidi lançar voos mais altos e sair por conta própria do confortável espaço aéreo brasileiro.
Tracei eu mesma um roteiro e alcei meu voo como se fosse viajante internacional experiente. Antes disso, viajava em excursão, e em 1985 fiz uma viagem à Europa a convite de amigos.
Até então, minha insegurança me tolhia e eu me crivava de perguntas transbordantes de “mas…”, e de “se acontecer isso ou aquilo…” que só reforçavam minhas dúvidas. Ora, se eu traçava roteiros pelo meu Brasil!…sil!…sil!… afora, por que não pensar em além mar?
Foi aí que, ao começar a delinear minha aventura na internet, apareceu um site maravilhoso sem que eu tivesse que chamar por qualquer gênio de lâmpada (de led) que fosse mochileiro prá me dar um help. Foi o www.conexaoparis.com.br! Pronto! Estava tudo resolvido.
No Conexão Paris descobri restaurantes, cafés, brasseries e exposições, além de como adquirir bilhetes por antecipação para diversas atrações, como a Tour Eiffel e o Museu do Louvre.
Aprendi que podemos fazer passeios de um dia às cidades mais próximas utilizando o melhor dos meios de transporte em Paris, o trem.
Anotei endereços de lojas de roupas e calçados a preços convidativos e onde comer o melhor chou ou o melhor chocolate; enfim, tudo já selecionado, mastigadinho para o leitor. Ah! E até um passeio de bicicleta à noite, descolamos quase na véspera de voltar a Lisboa!
Pelo CP cheguei à Ana Tereza Antunes de Araújo-Merger, a Anaté do www.naprovence.com e ao Marcos Arroyos, um jovem brasileiro que trabalha com transfers e passeios em Paris e arredores, de mais elegância em gestos, palavras e vestimenta que um príncipe.
Com Anaté, em 2013 e 2014, alugamos apartamento em Aix-en-Provence, em frente à Mairie (melhor, impossível) e percorremos – eu e meu grande amigo e parceirão de viagens – algumas cidades da Provence em companhia de nossa estimada guia Leonor.
Em 2013 choveu muito e, apesar de termos chegado à Aix-en-Provence na época certa para ver os campos floridos de lavandas e girassóis, por conta desse aguaceiro as flores abriram mais tarde e não conseguimos vê-las. Mesmo assim, foi maravilhoso. Marcou e deixou a saudade expressada em um texto que escrevo a seguir:
“Minha alma canta. Vejo o Rio de Janeiro
Estou morrendo de saudades.
Rio, seu mar. Praia sem fim.
Rio, você foi feito prá mim. Cristo Redentor…”
(Tom Jobim)
Após 43 dias de viagem retorno ao Rio de Janeiro – terra natal, útero aonde ainda vivo, asa que me abriga, meu cais – e mato a saudade impiedosamente.
Mas…, o que fazer com a saudade que sinto da Provence e de todos os lugares por onde andei? E como viver agora sem o perfume dos jasmins de Aigues Mortes que sobem paredes sem pedir licença, e sem as rosas que estão por toda parte disputando molduras de portas e janelas? Como ficar sem sentir o perfume do tomilho do Gorges du Verdon?… E agora?
Mal esfriam as rodinhas de minhas malas e me surpreendo a pensar em novos caminhos pela Provence e a rabiscar estradas nos mapas como cobria um desenho quando criança.
A distância que nos separa é grande, é verdade. Mas, se eu fosse a Mulher Aranha? Cobriria todos os mares e oceanos com uma imensa teia e mataria “as saudades” de todos os continentes que quisesse, sem o menor esforço! Como bagagem, teria apenas o peso de meu corpo. Nada de malas, aduanas, passaportes… Livre, assim.
Adoro esta força que me impulsiona a carregar sempre uma mala. Uma coisa inexplicável que vem de dentro, sabe? Como uma teimosia, uma birra de criança que fecha os olhos, grita, infla veias, bate pé e insiste. Mas, insiste em quê? Em viajar, claro!
E viajar tem seu preço… que por mais alto que seja, sempre valerá à pena.
Mas, e daí? Como matar então esta “saudade” da Provence? Pagando o preço e voltando aos lugares de onde acabei de chegar.
Marilia B.G.
E voltei no ano seguinte! Em 2014, independentemente de termos chegamos à Provence um pouco mais tarde, não choveu tanto e pudemos nos integrar, finalmente, às cores e perfumes dos campos floridos do Sul da França.
Que planeta é esse, dotado de tanta beleza? Que mundo é esse que nos faz arrepiar a pele e sentir que há uma Força Estranha – tão cantada por Roberto Carlos -, orquestrando todas essas paisagens, definindo cores, formas e perfumes que inalamos à beira das estradas? Jasmins, rosas, lavandas, tomilhos, sem contar o delicioso cheiro da terra molhada pela chuva!
E o passeio de balão, outro achado, agendado por Anaté? Quer ter uma idéia? Clique aqui.
Pelo Conexão Paris, onde tudo começou, descobrimos o Sul da França e o deixamos descoberto – motivo de sobra para voltarmos com qualquer desculpa, claro.
Por intermédio de Anaté conhecemos Leonor, nossa querida guia e dublê de motorista; uma pessoa prá lá de especial que não media esforços para nos contentar. Desdobrava-se em gentilezas e boa vontade o tempo todo. Uma profissional ímpar que nos cativou sobremaneira ao deixar aflorar, sem constrangimentos, seu lado criança com o qual nos identificamos.
Descobrimos o profissional simpático e obsequioso Marcos Arroyos que nos pegou na Gare de Lyon, em Paris, na porta do vagão do TGV ao chegarmos de Aix. Marcos é imprescindível para nós. Recentemente, colocou no ar sua página maravilhosa em famosa rede social, de onde explica tim-tim por tim-tim os serviços de que dispõe para os turistas. Marcos está aprimorando cada vez mais sua atividade e isso é ótimo para todos nós.
Essa cadeia de contato com brasileiros foi fundamental para mim e meu estimado amigo M. Nogueira, dois idosos meio aventureiros com alma de criança. Sentimo-nos seguros. Essas pessoas que não por acaso estiveram presentes em nossos caminhos foram verdadeiros achados.
Agora, vacinados, e conhecendo o caminho das pedras, não há quem nos segure…
Obrigada a todos que fizeram parte dessa aventura!
Marília querida. Belíssimo texto. Aguardo com impaciência os próximos. Um grande abraço.
Maria Lina! Obrigada! Quem tem muito a lhe agradecer sou eu.
Fica combinado: todas as vezes que postar o CP em meu “bebê”, comunico-lhe, certo?
Abraço cordial e muito obrigada.
Quem lhe agradece sou eu. Foi o Conexão Paris que ampliou minhas asas. Obrigada, Maria Lina!
Nunca me canso de admirar esse vídeo, quanto mais o assisto mais me sinto presente nessa aventura, lindo, absolutamente deslumbrante em todo a sua riqueza de detalhes criativamente abordados.
Rosa Silva
Rosinha, você, como sempre, amiga, me empurrando prá frente. Só tenho a lhe agradecer. Mais um pouquinho e você verá mais cores da Provence. Da minha Provence. Bjks.
Rosinha, realmente, foi um passeio que guardarei na memória. Uma oportunidade que não poderia deixar escapar. Bjks.
Oi Marilia, a matéria ficou ótima! Muito obrigada pelo que toca a Na Provence. Um grande abraço e até proxima visita.
Anaté, minha querida.
Foi com grande satisfação que fiz esta merecida postagem.
A Provence é muito mais que isso, sabemos nós. E graças a você tivemos o privilégio de saboreá-la.
Beijocas e até a próxima.
Outras referências virão lá na frente. O agradecimento é todo meu. Abraço cordial e até a próxima.