O MOVIMENTO COBRA
foi criado por artistas vanguardistas europeus procedentes de Copenhague, Bruxelas e Amsterdã e este bistrô fica em uma praça localizada em frente ao RIJKSMUSEUM.
Foi neste lugar encantado, o Cobra Café, que vi pela primeira vez o que descrevo abaixo e provo com fotos.
IMAGEM DESTACADA – Acesso ao subsolo do Cobra Café.
O manifesto foi redigido e assinado em 05/11/1948 em um Café de Paris, por 30 artistas, dentre os quais havia pintores, escultores, ceramistas, poetas, escritores…
Quem batizou o grupo foi o poeta e pintor belga Christian Dotrement (1922-1979), criando um acrônimo formado pelas iniciais das capitais citadas acima: CoBrA.
Cores vivas, bem como formas indefinidas – e algumas que lembram desenhos infantis – caracterizaram o movimento inspirado justamente nas crianças e nos débeis mentais.
Não se prendiam à Escolas – o recado era dado com pinceladas espontâneas. Relevos criados pela aplicação excessiva de tintas transmitiam agressividade, mas esse também era o objetivo dos pintores. A liberdade para criar era total; o movimento era um extravaso daqueles que sobreviveram aos horrores da Segunda Grande Guerra.
O CAFÉ COBRA
Mas o que isso tem a ver com esse movimento? Tudo! A começar pelo nome do estabelecimento e pela decoração do interior, que exibe obras de Appel, Brands, Constant, Wolvecamp, Tajiri e Corneille – artistas que participaram do grupo dos 30.
A pintura de Brands, por exemplo, serviu de inspiração para a decoração do piso e das cadeiras. Pinturas e poemas foram reproduzidos nos uniformes dos funcionários e nas pituras das louças, menus e rótulos de vinhos.
Uma divisória super original de autoria de Tajiri divide visualmente os ambientes. O Cobra é frequentado por pessoas de todas as idades. O ambiente é iluminado no sentido mais amplo da palavra. É lugar de gente animada, festiva. Bastante concorrido.
O CARDÁPIO
é muito variado e você pode contar com a ajuda da turma que atende as mesas: são simpáticos, receptivos, conhecem bem o que a casa anuncia, e nos deram ótimas dicas para o almoço.
FESTAS
Vários tipos de ambientes estão disponíveis para casamentos, jantares requintados e festas em geral.
Para alguns tipos de recepção a casa oferece até 5 pratos variados ou um buffet de luxo. Jantares também são servidos para o mínimo de 40 e o máximo de 100 pessoas.
Resumindo: o Cobra tem espaço para até 400 pessoas se acomodarem. Bebidas, comidas e decoração poderão ficar por conta do restaurante. Basta combinar.
No sub-solo havia uma exposição que não tivemos a curiosidade de visitar apesar do convite original:
Mas as atrações não se limitam à exposição informal do CoBrA: o banheiro também está inserido neste contexto.
BOUTIQUE NO BANHEIRO!
Foi a primeira vez que vi uma boutique, mesmo com poucos ítens à venda, “no hall” de um banheiro.
Bonés com o desenho da bandeira holandesa (o X) dentro de um coração, cabides de inox, livros e capas de chuvas, ítens da Heineken, o conhecido I AMsterdam e ingressos para Heineken Experience estavam à venda.
E como todo banheiro – sem contar com o que você usa no hotel e restaurantes -, é pago, instalaram a máquina bilheteira e catracas também neste hall. Mas, a surpresa maior ainda estava por vir.
A abundância de aço inoxidável chamou-me atenção. Como sabemos, a contaminação por bactérias nesse tipo de metal é mínima e não só por isso é adotado em hospitais.
É o metal ideal para ser empregado em banheiros públicos e o banheiro do Cobra mostra que sim.
Não tenho lembrança de ter visto em nenhum banheiro, indicação para que os papéis utilizados nos reservados sejam descartados nos vasos sanitários. Esse foi o primeiro, e a mensagem chega de maneira prá lá de chique: está emoldurada. Concluí, pelo requinte da apresentação do recado, que trata-se de mais uma obra de arte do acervo do Cobra. Vai saber!…
O choque de modernismo e avanço tecnológico estava mesmo era nas portas das “casinhas” – era assim que alguns se referiam aos banheiros no século passado.
Prestenção! Quando os compartimentos estão vazios, os tronos ficam à mostra – até aí…, tudo bem.
Acontece que, na hora em que você gira a chave – só gira a chave! – o vidro fica embaçado e ninguém vê mais ninguém.
Na hora em que você gira novamente a chave para abrir a porta, ela fica transparente de novo. Essa mudança ocorre em fração de segundos!
Os menos atentos deverão ter todo cuidado no momento de abrir a porta. Caso a pessoa ainda não esteja composta e gire a chave, pode se dar mal. Foi o caso da jovem que não chega a aparecer na foto: foi apressada e acabou mostrando mais do que devia.
Esses BANHEIROS
localizados no subsolo do café são públicos, e os bilhetes de entrada para esta atração são os mais baratos da praça: $0,50 (cinquenta centavos de euros). Normalmente pagávamos um pouco mais.
E ainda: há um pequeno desconto para quem apresentar a conta do Cobra Café no banheiro, e há outro desconto no Museu Cobra de Amstelveen para quem apresentar o ticket do banheiro (toiletvaucher). É Cobra engolindo Cobra…
LÁ IR AO BANHEIRO SE TRANSFORMA EM UM VERDADEIRO EVENTO. VICHE!
Rosinha…Amiga…
Nunca vi nada igual! Quando digo que a Holanda é única…
Em fração de segundos a porta ficava translúcida. Que porta é essa?
E o balcão “de vendas” no banheiro?
Amo a Holanda.
Bjks e obrigada.