IMAGEM DESTACADA: Trabalho em azulejos, do jeito como víamos antigamente.
Fomos em uma sexta-feira e voltamos dois dias depois. Ficamos fãs. A Mercearia foi inaugurada há poucos meses e já faz o maior sucesso na rua Jangadeiros, em frente à Praça General Osório. A Mercearia abre para café da manhã, almoço e jantar.
Foram nossos amigos Claudinha e Marcelo que nos apresentaram à casa. Eles haviam estado lá para fazer compras, adoraram o ambiente, mas não haviam tido tempo para curtir a melhor parte: os comes e bebes desta casa portuguesa que funciona a todo vapor desde sua inauguração.
Tudo combinado para a tal sexta-feira. Desabou uma chuva grossa no Rio, mas não o suficiente para atrapalhar aquele programão.
Mesa reservada para cinco pessoas, bem próxima de onde a coruja nem cochila: a cozinha!, separada do salão por uma janela fechada com vidro fixo e transparente, ricamente adornada por uma cortina de pernis de presunto, linguiças, salames, costelas defumadas e outras delícias que só em olhar me abriram o apetite.
Pelo lado do passa pratos, uma treliça carregada de saquinhos de temperos perfuma o corredor onde estão mais duas geladeiras: uma com queijos, frios e embutidos e outra com cervejas de diversas procedências e água mineral.
Em uma das vitrines em frente ao salão, doces portugueses de diversos sabores me chamavam com “psius” insistentes – a maior dificuldade foi resistir a seus encantos. Ao lado, outra vitrine repleta de queijos era pura tentação. Ai, nossos deuses!
Uma das paredes é inteiramente coberta por garrafas de vinho e a esta somam-se mais três, suspensas. No total são mais de 250 rótulos de vinhos, sendo 95% de procedência portuguesa. A informação é do sommelier que deixa transparecer a satisfação ao exercer sua função: orientar os apreciadores de bons vinhos na escolha do melhor título para acompanhar seu prato. Circulou a noite inteira pelo salão.
A orientação dos pratos pode ficar por conta do supervisor Fredinho. Ao lhe afirmar que o melhor Arroz de Polvo está no Filé do Lira, Fred nos garantiu que o Arroz de Polvo da Mercearia pode competir em pé de igualdade com qualquer restaurante que sirva a iguaria no Rio de Janeiro, e ainda ressaltou outra delícia do cardápio: o Arroz de Pato, que fomos conferir no domingo e que aprovamos e recomendamos. Maravilhoso, temperado do jeito que eu gosto.
A excelente culinária portuguesa distribui-se em apenas 20 mesas e por isso é bom chegar cedo. Mas… como pensaram em tudo, há espaço do outro lado da calçada, em plena Praça General Osório, onde você poderá aguardar até vagar uma mesa na Mercearia; ou, se preferir, ficar por alí mesmo à sombra de ombrelones. Alertando… que este espaço é também destinado aos fumantes!…
O TEMPLO DA GULA – ISSO É QUE É SER BEM RECEBIDO NA ENTRADA!
PARA JANTAR:
Croquetes de Alheira para iniciar nossos trabalhos. Na porção vêm 4 bolinhos crocantes e muito bem temperados.
Alheira é um embutido recheado com alguns tipos de carne, temperos e pão. Essa linguiça é defumada. Podem ser consumidas grelhadas, fritas ou cozidas. Neste caso, costuma-se cozinhá-las em uma panela, forrada com apenas um dedo de água. Após cozida em um lado, vira-se a alheira para cozinhar do outro.
Como imaginamos que as porções fossem individuais, pedimos dois pratos: o Arroz de Pato e o Bacalhau ao Braz. Na hora em que chegaram, vimos que consumiríamos apenas um deles. Optamos pelo pato e trouxemos o bacalhau para casa. Repito: as porções são generosas e honestas.
ESCLARECIMENTO À PRAÇA – NÃO APENAS À Praça Gal OSÓRIO.
Agorinha mesmo li uma reportagem em conhecida revista, anunciando o pastel a R$24,90. O preço está correto? Está. Mas omitiram o tamanho do travesseiro e a quantidade de enchimento! Nem uma foto postaram na revista! Assim, ó senhora jornalista, você espanta a clientela! Anuncia os preços, mas não dá a idéia das quantidades? Não acho justo.
Algumas reportagens que li em seguida a respeito do cardápio da Mercearia, induzem o consumidor a erro; a pensar que os preços são altos. NÃO É NADA DISSO! As porções são “dadivosas” e os preços são convidativos. Exemplos disso são os pastéis – imensos! e recheadíssimos (camarão, bacalhau, carne e frango). Comece pedindo unzinho, só para você sentir o tamanho e o peso do rebento.
Outro exemplo são os bolinhos de bacalhau recheados com queijo da Serra da Estrela. Divinos! Para experimentá-los, peça um e divida por dois. Garanto que logo a seguir você pedirá mais; muito mais. Você vai passear o dedo pelo cardápio e não saberá por onde começar. Sugestão: feche os olhos e escorregue o dedo na página. Onde você parar o dedo, pode pedir porque vai acertar em cheio. Tudo lá é bom.
PETISCANDO EM COMPANHIA DOS AMIGOS – UM TEMPERO A MAIS
Aqui abaixo está o croquete de bacalhau recheado com Queijo da Serra da Estrela (Portugal). Entendem o porquê de termos dividido alguns salgados apenas para experimentá-los?
Para que tenham idéia, gostamos tanto da Mercearia que voltamos dois dias depois para experimentar o Arroz de Pato festejado pelo gerente Fred. Fredinho, como carinhosamente o chama nossos amigos, é quem manda no pedaço. Pessoa simpática, gentil e acolhedora; foi quem sugeriu tudo que veio – e que provamos e aprovamos – para nossa mesa. De quebra, na saída, levamos a embalagem de 3 litros de azeite, uma mistura de cereais prá lá de especial e duas bandejas de lascas de bacalhau que há muito já foram prá panela. É tirar o bacalhau da embalagem e colocar para dessalgar; não contêm pele, barbatanas, rabicó, nada. As peças já vêm limpas e lhes garanto que se mantêm inteiras após a fervura: não encolhem, não cheiram a sandálias de borracha e nem se soltam em tiras.
PECAR SEM CULPA – DOCES PORTUGUESES, MEUS PREDILETOS
Começamos a pecar com uma Rabanada recheada com Creme de Confeiteiro. Reparem no tamanho da boneca na foto abaixo. Acima, a cerimônia de “Iniciação”: um pedaço para cada um.
Depois fomos impelidos a pecar por conta de um tal Dom Rodrigo – doce tradicional do Algarve, pura fidalguia em matéria de sabor.
Nesta foto, sem identificação e em ordem aleatória: nossos amigos Claudinha e Marcelo, Fred, meu fiel escudeiro e eu.
OBS: Ficou faltando a foto da cortina da janela da cozinha, mas essa ficará para a próxima. Servirá de gancho para termos que “fazer compras novamente na Mercearia” e experimentar o Arroz de Polvo para saber se ganha daquele do Filé do Lira.
Voltamos dia 20/7 para tirar essa dúvida cruel: Seria o Arroz de Polvo da Mercearia da Praça melhor que o do Filé do Lira?
Concluí que não sei, mas que ambos são merecedores de atenção. Muita atenção. O Arroz de Polvo da Mercearia é temperado com vinho tinto da melhor qualidade. O do Filé do Lira, não. Portanto, ficar em zigue-zague entre os dois é mais do que justo. Cada um com seu tempero, mas ambos são de deixar saudade e entram no rol das especialidades das casas.
Para terminar, nada melhor que a vitrine de doces (clicadas por Marcelo B. A.). Assim, você fica sabendo logo o que a Mercearia lhe oferece para fechar a festa do dia.
OBS: A Mercearia da Praça ampliou suas instalações, mas mesmo assim continua botando gente pelo ladrão em horários de pico. É bom chegar mais cedo!…
QUE LUGAR MAIS MARAVILHOSO, VOU LÁ QUALQUER DIA DESSES.
Rosa, você vai amar! Tenho certeza de que não se arrependerá.
Eu e Morlaix pedimos uma porção de croquetes de alheira como entrada e depois o Arroz de Pato,etc…
Pois bem, amiga. Comi dois bolinhos e uma pequena porção do arroz e fiquei satisfeitíssima.
Por este motivo trouxemos o bacalhau para casa.
Vá, sabendo que as porções são generosas.
Bjks e obrigada pelo pitaco.
Realmente Marília, sua reportagem traduz integralmente o deleite de estar em um lugar maravilhoso e entre amigos. Achei que você já tivesse experimentado o arroz de polvo, temos que resolver essa pendência!kkk. Bjs!
Olá, Marcelo!
Que bom que gostou da postagem. Vamos resolver hoje mesmo e desta vez com a presença de Katita. Logo mais estaremos juntos. Bjks dos amigos.