CALLE MAGALLANES é sinônimo deCamiñito, sua mais famosa rua. Nem o estádio de futebol conhecido como La Bombonera, em minha opinião nada modesta, tem seu nome tão ligado ao bairro.
IMAGEM DESTACADA: Conventilho visto do Centro Cultural de Los Artistas.
Ao contrário do que algumas pessoas pensam, Caminito não se trata de um bairro argentino, mas de uma famosa rua do bairro La Boca, contornado pelo rio Matanza.
O bairro abriga ainda o famoso estádio de futebol conhecido como La Bombonera – do Boca Juniors -, o Museu deBelas Artes Benito Quinquela Martín e, ao lado deste, o Teatro de La Ribera.
IMAGEM DESTACADA – Conventilhos do Bairro La Boca.
La Vuelta de Rocha trata-se de um largo que acompanha a curva do Rio Matanza. Neste lugar, em 1936, residia um fazendeiro e comerciante chamado Antonio Rocha – vem daí o nome do lugar. Neste largo há um mastro muito interessante, bem composto por cesta de gávea e escadas. Quantas vezes, no cinema, ou mesmo em história em quadrinhos, vimos piratas ou descobridores gritarem “Terra à Vista” de dentro de uma cesta dessas?
Do outro lado da calçada encontrei uma novidade que em outubro de 2011 ainda não estava lá : uma escultura fantástica executada com quadros de bicicleta pelo artista chinêsAi Weiweiproduz vários efeitos óticos, dependendo do ângulo em que é observada. A obra intitulada “Forever Bicycles“ mede 9 m de altura por 16 m de comprimento e conta com 1254 bicicletas de aço. Mais informações a respeito do artista e de suas obras, clicar aqui. A Fundação Proa do Bairro La Boca inaugurou esta exposição em 25/10/2017 e estava com data de encerramento prevista para 25/02/2018. Imagino que deva ter feito muito sucesso; cliquei a foto em 24/3/2018 e a obra formidável ainda estava lá. Sorte nossa!
Em frente ao largo, fica o icônico prédio localizado nas esquinas das ruas Caminito e Magallanes. Trata-se do edifício cuja parede colorida tem servido de cenário para fotos, filmagens e obras de arte dos artesão que expõem diariamente suas mercadorias na famosa rua.
Um pouco mais adiante o cenário muda radicalmente, mas mesmo assim não é menos interessante: são os conventilhos – tipo de habitação que conhecemos como cortiço, cabeça de porco ou casa de cômodos – em que muitas pessoas habitam o mesmo compartimento de uma casa. Nesses ambientes as condições de higiene costumavam ser precárias.
Calle Camiñito esquina de Gal. Gregório Araóz Delamadrid.Representações de personalidades argentinas acenam de um balcão na Gal. Gregório Araóz Delamadrid.
OS CONVENTILHOS
surgiram por conta do excesso de imigrantes e a falta de lugar onde alojá-los. Exagerado número de pessoas eram colocadas em cubículos onde não havia nem ar e nem luz. A superlotação foi a origem para muitas enfermidades tais quais tuberculose e cólera. Espaços para 50 pessoas eram ocupados por 200. Tintas que sobravam de pintura de barcos e navios eram utilizadas para pintar paredes. Este colorido foi conservado até hoje e, felizmente, com objetivos bem distintos daqueles vividos entre 1895 e 1914. Banheiros, banhos, como dormiam e cozinhavam, você poderá saber em pormenores clicando aqui. Triste história.
Abaixo, um exemplo de conventilho na Gal. Gregório Aráoz de Lamadrid, bem melhorado em aparência. Os conventilhos conservados são aqueles que abrigam comércio. Os demais, utilizados como residência, deixam a desejar em aparência.
Nesta parte do bairro há comércio abundante. Muitas peças originais para decoração e para uso diário estão por toda parte. Deixar-se atrair pelo que se vê de imediato é trair seu próprio bolso – cuidado! Os preços mais altos costumam ser os das lojas mais próximas aos pontos extremos da Camiñito: imediações da Vuelta de Rocha ou da Gal. Gregório Araóz Delamadrid. Pesquise muito antes de comprar qualquer coisa.
Rua General José Garibaldi
Esquina das ruas Gal. José Garibaldi com Gal. Gregório Aráoz Lamadrid.
Gal. Gregório Aráoz Lamadrid.
Nesta galeria mostrada na foto acima encontramos preços bem convidativos logo na primeira loja à direita. Um pouco mais para o meio, à esquerda, os preços eram arredondados pelo vendedor – um jovem senhor muito simpático que discursava a respeito das mercadorias com uma capacidade de convencimento como raramente se vê. O esperto vendia bolsas de modelos muito diferentes que os da vizinhança. Neste caso, se você for consumista assim como eu, pergunte-se imediatamente se o preço valerá o uso que fará da peça. Normalmente, desisto.
O MOVIMENTO
do bairro aumentou muito de 2016 para 2018. Restaurantes ampliaram suas instalações mobiliando ruas com mesas, cadeiras, toldos, cercados, vasos de plantas, iluminação especial, cartazes, enfim, tudo a que têm direito para chamar atenção. Um deles deve atrair sulistas brasileiros pelo nome: Blumenau. Como somos descendentes de catarinenses, meu irmão, curioso, quis conhecer o proprietário do restaurante. Pura decepção: o boneco que representa um Fritz até bem magrinho e segurando um caneco de chopp, é apenas para atrair brasileiros – o proprietário é argentino.
Camiñito não se trata de um bairro, mas o nome de uma rua do Bairro La Boca, uma das atrações turísticas de Buenos Aires mais procuradas. Em fins de semana o Bairro La Boca transborda de visitantes, atraídos pelo comércio farto e excelentes restaurantes.
IMAGEM DESTACADA – Imagem que transmite um pouco do que seja Camiñito: cor, improvisação, adaptação, arte, turismo…
Um dos passeios mais bonitos pela zona norte de Buenos Aires, e que não requer muito tempo, é chegar ao Tigre por trem. Estivemos lá duas vezes, partindo de gares diferentes.
Desde que a Praça Dorrego, a segunda mais antiga de Buenos Aires, tornou-se o centro da imensa feira de artesanato que acontece aos domingos de 10.00 h às 17.00 h, o bairro San Telmo passou a ser sinônimo de agitação. Pelo menos, nos fins de semana.
IMAGEM DESTACADA – Vista Parcial da Praça Dorrego, em Buenos Aires.
Esse imenso tapete verde conhecido como Bosque de Palermo ou Parque Três de Fevereiro ocupa um terreno de 40 hectares no qual funcionou, no período compreendido de 1895 a 1910, uma famosa milonga de Buenos Aires.
Para quem não sabe o que é milonga, basta clicar aqui para ser direcionado a um site espetacular que explica direitinho sua origem.
IMAGEM DESTACADA – Bosques de Palermo ou Parque Três de Fevereiro – trata-se de outra localidade de Buenos Aires com looonga história prá contar. Prá começar, caso se interesse pela origem dessa imensa área de lazer, clique aqui.
Em 1779 começa como um quartel. Nos idos de 1840 transforma-se no Hospital Britânico. Entre 1850 e 60 funcionou como Alfândega; mais tarde, foi utilizado novamente a serviço da saúde e abrigou feridos e/ou doentes que combateram na Guerra do Paraguay (1865/1868).
IMAGEM DESTACADA – A casa de shows ocupa um prédio de 1779 no bairro de San Telmo e suas paredes estão impregnadas da História de Buenos Aires.
2 – O COMEÇO DA CASA DE SHOWS
El Viejo Almazén foi transformado em casa especializada em apresentações de tangos em 1969. De lá até nossos dias foi ameaçado de demolição, foi considerado Patrimônio Cultural, passou por problemas financeiros, mas em final do século XX sofreu uma reforma que ampliou suas instalações e valorizou o espaço que hoje é considerado um dos melhores para quem deseja assistir a um espetáculo grandioso, em ambiente decorado com esmero.
2.1 – OPÇÕES DO VIEJO ALMAZÉN
O cliente poderá assistir apenas ao show e nada mais. Vale pedir algo para beliscar enquanto assiste às apresentações e, melhor ainda, reservar um lugar no requintado restaurante ao lado da casa de espetáculos. O show é bom; é rico, mas um pouco demorado e por isso achei-o cansativo. Gostei mais das apresentações do Café Tortoni – mais intimista, espetáculo no tempo certo com ares de antigamente; transmite mais autenticidade; é espetáculo para argentino ver, entende?
Prá falar a verdade, não encontrei ainda uma casa de tangos frequentada por argentinos, a exemplo de casas de fados em Portugal e de flamenco na Espanha. As casas que conheci em Buenos Aires são famosas em apresentações para turistas.
2.2 – FADOS EM LISBOA
Essa procura me fez lembrar de uma colega de trabalho que esteve em Lisboa. Doida para assistir a uma apresentação autêntica de música portuguesa, entrou num taxi e pediu ao motorista que lhe levasse a uma casa de fados, mas deixou claro que não queria nada de fosse “para turistas”.
A resposta foi originalíssima: – Ora, a senhora vai a qualquer uma e não diz que é turista!…
Amei a sugestão; ó pá!
Voltando ao Almazén: decidimos não jantar e optamos por beliscar uma tábua de frios, muito bem servida. Depois saímos para jantar e não me lembro onde. O atendimento é bem “técnico”, isto é: findo o espetáculo, abrem rapidamente a porta e só faltam colocar todo mundo prá fora com vassouradas nas pernas. Essa pressa foi bem deselegante.
Como pano de fundo, uma pintura retrata a fachada do antigo prédio.
Esta foto me rendeu um belo quadro, modéstia à parte. Tive muita sorte no disparo da máquina.
Excelentes os números em que os artistas se apresentaram aos pares.
As apresentações são muito boas, mas aqui fica o aviso: achei um pouco cansativo.
Sou fã da El Ateneo; é outro lugar onde faço questão de bater ponto quando estou em Buenos Aires, nem que seja para tomar apenas um café.
IMAGEM DESTACADA– Seu nome sugere um grande espetáculo – El Ateneo Grand Splendid. A livraria, justiça seja feita, “é” um espetáculo grandioso, e por sua nobreza foi considerada pelo The Guardian, um jornal diário britânico, como a segunda melhor do mundo.
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