foi o ponto de partida para nossas andanças pela Provence. Foi em um prédio na Praça da Prefeitura (Place de L’Hotel de Ville), um lugar movimentado e simpático, que alugamos apartamento graças à indicação da jornalista brasileira Anaté Merger.
Para que faça idéia desta cidade que nos conquistou, pincelei alguns itens a fim de deixá-lo por dentro a respeito de hospedagem, atrações, feiras (flores, queijos, embutidos, frutas, legumes, verduras…), comércio em geral, onde comer, o que comprar e otras cositas más.
IMAGEM DESTACADA – aIgreja de Nossa Senhora d’Alidon.
Começamos o passeio de 8 horas traçado porAnaté Merger para este dia por OPPÈDE-LE-VIEUX.
Este roteiro você vê no mapa – Aix-en-Provence,Oppède-le-Vieux; Coustellet; Gordes e Lourmarin. Comecemos por Aix e Oppède-le-Vieux.
FOTO DESTACADA – Plataforma da Estação de Trem de Aix-en-Provence
UM POUCO DE HISTÓRIA
Aix-en-Provence é uma cidade fundada em 122 A.C. que conta atualmente com mais de 140 mil habitantes. Inicialmente, a localidade recebeu o nome de Aquae Sextiae, em homenagem ao romano Gaius Sextius Calvine que até hoje tem seu nome lembrado devido a um spa da cidade – o Thermes Sextius. Neste local funcionava uma terma romana da qual ainda se preservam algumas ruínas.
Aix en Provence (que se traduz como “Águas de Provence”) faz jus a seu nome devido à abundância de água existente na cidade.
Só no Cours Mirabeau são três fontes, onde a mais importante é a Fonte Mousse devido a uma característica especial: suas águas não congelam no inverno devido à temperatura de sua água que permanece sempre em torno de 27 graus. De todas, a maior e mais conhecida é a La Rotonde, no Centro de Aix, e a dos Quatro Golfinhos. Esta fica escondidinha na Praça de mesmo nome, e é acessível pela rua 4 de Setembro. Na Place des Albertas há outra fonte, alcançável pela rua Espariat. Saiba mais clicando aqui.
La Rotonde, no Centro de Aix, localizada na Place Général De Gaulle. É encimada por 3 estátuas. A que está voltada para o Cours Mirabeau representa a Justiça. A que representa a Agricultura está voltada para Marseille, e as Belas Artes está em direção a Avignon.
AIX-EN-PROVENCE
PAUL CÉZANNE
O filho mais famoso de Aix foi o pintor pós-impressionista Paul Cézanne, nascido em 19 de janeiro 1839. A casa onde nasceu, a loja de chapéus de seu pai e o atelier onde trabalhou por apenas quatro anos (de 1902 a 1906) estão em perfeitas condições para visitação. Inúmeras telas e aquarelas com o motivo da Montanha Sainte Victoire não deixam dúvidas de que era seu foco predileto. Em mais de 80 obras Cézanne evidenciou sua paixão por esta montanha. Dez de seus trabalhos estão expostos no Museu Granet, próximo à Fonte dos Quatro Golfinhos.
DELACROIX
foi sua inspiração para criar seu estilo de pintura. Matisse e Picasso o consideravam o precursor do Cubismo por ter valorizado as formas geométricas oferecidas pela natureza (cubo e esfera são exemplos). Suas composições ressaltam contornos arquitetônicos de objetos e paisagens. Cézanne sacrificou a perspectiva, em prol do que achava que devia ser valorizado. Sublime desobediência…
AIX-EN-PROVENCE – Saiba Mais A Respeito de Aix Clicando Aqui!
COMO CHEGAMOS EM 2013
Em 2013 saímos em TGV da Gare de Lyon, em Paris, e chegamos a Aix após 3 horas de viagem. Leonor nos aguardava na gare. Ela seria nossa guia e piloto de um carrão que nos conduziria pela Provence a partir do dia seguinte. Eu havia lhe enviado nossa foto e a danadinha veio ao nosso encontro assim que botamos o pé na plataforma.
COMO CHEGAMOS EM 2014
Em 2014 saímos de Marseille para Aix. Por ser bem mais perto que Paris, a viagem durou apenas 30 minutinhos. Não importa se você faz esse percurso de trem ou ônibus, o tempo é praticamente o mesmo. O trajeto é servido por trens comuns, mas que para nós foi puro luxo. São confortáveis, refrigerados e ainda dispõem de mesas bem úteis como essas que você vê na foto. Saiba mais como chegar a Aix clicando aqui.
OPÇÕES PARA QUEM VIAJA DE NICE, PARIS e MARSEILLE PARA AIX.
Anaté Merger indica algumas opções para quem vem de Nice, Paris e Marseille e você ainda aproveita para visitar o site e conhecer as opções de passeio que a jornalista brasileira oferece pelo Sul da França.
AIX-EN-PROVENCE – ONDE COMPRAR
1 – LA CURE GOURMANDE
Embaixo do prédio onde alugamos apartamento, bem em frente à Prefeitura, há excelente comércio. Facilmente encontramos restaurantes, cafés, boutiques, feiras tradicionais e de flores, padarias, supermercados, caixas eletrônicos, lojas onde você compra comida pronta, sorveteria, boutique de biquines e maiôs, malas, enfim… tudo! Lugar onde uma pessoa comodista como eu moraria com a maior tranquilidade.
O que também não falta em Aix são lojas populares e o Monoprix é um exemplo. Trata-se de um tipo de Lojas Americanas beeem melhorado, espalhado por toda a França, e em todas as lojas você conta com um supermercado prá ninguém botar defeito. Além do mais, lojas de grifes famosas tais como Mango, Lacoste, Mac etc, incluindo as nossas “legítimas” Havaianas, valorizadíssimas, não poderiam faltar em Aix.
2 – LE PALAIS DES THÉS
Para se chegar ao Le Palais des Thés não precisa de endereço completo: basta seguir o perfume que exala da loja da rue Chabrier. São chás de diversas procedências. Impossível sair de lá sem comprar um sachet. As embalagens são especiais, hermeticamente fechadas. Para você ter uma idéia, ainda tenho sachets que comprei em 2013 em perfeitas condições. Ressalto a mistura perfumada de laranja com gengibre. É simplesmente divina, digna de ser oferecida a um Zeus. Dentre todos os sabores que experimentei achei o melhor.
3 – BOUTIQUE de MARCEL PETIT
À direita da Cure Gourmande há uma loja especializada em geléias, vinagres,azeites, bebidas… onde entrei várias vezes me esforçando ao máximo para não comprar nada. Porém, após muito paquerar um vidro de “xiléia” de limôn, um de larrranja e outro de morrrango, não houve jeito porque apesar de minha boa vontade a compra foi inevitável. Comprei geléias francesas com sotaque e tudo.
GELEIA e CONFITURE – VISÍVEIS DIFERENÇAS
Aproveito a deixa para lhe perguntar, se você sabe a diferença entre geleia e confiture. Sabe, ou não? A primeira é muito mais nobre por motivos que você saberá mais adiante.
A CONFITURE
é processada com pedaços da própria fruta, e às vezes cascas e bagaços entram no tacho a exemplo da chimia (ou schmier) que tantas vezes vi minha mãe, tias e avó fazerem.
Como a quantidade de doce no final da cozedura era grande, uma parte era destinada ao uso imediato, e a outra era acondicionada em vidros especiais que passavam por um processo trabalhoso para a conservação de seu conteúdo fora da geladeira. Prefito a confiture à geléia.
A GELÉIA
A “xileia”, como ainda pronunciam alguns parentes de Santa Catarina – somos descendentes de alemães -, é mais requintada. É elaborada apenas com sumo das frutas e açúcar. Quanto mais rica em pectina for a fruta, mais encorpada fica a geléia, que acaba adquirindo uma consistência vítrea ao esfriar.
Laranjas (principalmente a que conhecemos como chin-chin), limões, morangos, framboesas – que eu mesma colhia na cerca da fazenda de meu avô – e pêssegos, cansei de vê-los fumegando em enormes tachos sobre o fogão à lenha em casa de meus avós. Fogão que não apagava nunca, diga-se de passagem. Tenho todas essas imagens vividas nas “terras” de meu avô, em Brusque (mais precisamente da Guabiruba do Norte Alto), muito vivas em minha memória.
AZEITES – A PRODUÇÃO MAIS FAMOSA DA PROVENCE
Quem pensa que as lavandas são a mercadoria que mais vende na Provence está redondamente enganado. Você ainda não sabe, mas saberá agora: o que mais se destaca no Sul da França é oazeite! E como não poderia deixar de ser, nossa guia e amiga Leonor nos indicou uma loja pequenina bem pertinho de onde alugamos apartamento para comprarmos nosso azeite. A loja chama-se A CAVE DU FÉLIBRIGE, na 8 Rue des Cordeliers, Aix-en-Provence, França – Telefone:+33 4 42 96 90 62.
O BAITA PRESENTE DE LEONOR
Em 2013 Leonor havia nos presenteado com duas garrafas de um azeite bem ácido, do jeito que amo de paixão. Era magnífico. Porém, em 2014 só encontramos uma garrafa deste azeite, que acabou ficando com meu amigo. Este azeite é de fabricação artesanal limitada e recebeu premiação por sua qualidade.
Seu aroma e sabor são surpreendentes. O perfume é semelhante ao da folha de oliveira verdinha quando a gente a amassa na mão. Até então nunca havia experimentado um azeite assim tão puro, tão natural. Fiquei fã, tenho procurado um azeite que se pareça com este aqui no Brasil, mas… é difícil.
AIX-EN-PROVENCE – ONDE SE HOSPEDAR
OS APARTAMENTOS QUE ALUGAMOS em AIX
A PORTARIA
O prédio da rueVauvenargue onde alugamos apartamento conta com elevador moderno, acessível após o morador passar por dois portões e digitar dois códigos diferentes: o primeiro abre a pesadíssima porta de madeira do edifício e o outro a porta de vidro da longa portaria. Mas ainda não acabou: você só consegue acessar o elevador após utilizar um pequeno instrumento identificador do apartamento. Trazia esses códigos escritos em vários lugares. Caso nos faltasse a memória – o que não é difícil – e não pudéssemos entrar no prédio, seria uma naba (dicionário manezês).
O APARTAMENTO DE 2014 (I)
Alugamos o imóvel por intermédio de Anaté Merger – clique aqui para saber mais – e tivemos gratíssima surpresa quando adentramos o apartamento. Ele era arejado, claro, espaçoso, bem montado, confortável e ainda com todos os apetrechos de cozinha à disposição. Melhor, impossível porqe Tudo funcionando a contento.
O APARTAMENTO DE 2013
O apartamento que havíamos alugado no mesmo prédio em 2013 não era tão amplo e houve um pormenor que nos dificultou bastante: uma escada com degraus para um apenas um pé, do tipo daquela existente na casa de Santos Dumont, em Petrópolis. Esta escada perigosa leva ao mezanino onde fica a cama.
Subir não era muito problemático; o negócio era descer de madrugada para irmos ao banheiro. Tínhamos que sair tateando a mesa de cabeceira para acender a luz e acabávamos acordando o outro. Diria que trata-se de um apartamento para jovens.
No mais, a sala que se vê na foto, a mesa de jantar, a cozinha e o banheiro nos serviram perfeitamente.
O APARTAMENTO DE 2014 (II)
Mas esse era tudo de bom. Foi uma maravilha, esse Paraíso em Aix mesmo sem ser um “Pedaço de Saigon” (Carlão, Feital e Cláudio Cartier). Ah! Esqueci de dizer que as janelas eram antirruído!
Esses pássaros pretos de nome complicado (esqueci de anotar) que lembram o anu, diariamente anunciavam o fim da tarde com muita algazarra, quase dentro do apartamento. Segundo nossa guia Leonor, comem qualquer coisa.
MAIS e MAIS COMPRAS!…
As feiras são diárias na Praça Richelme. Dispensável dizer que todos os produtos são vendidos frescos, sem defeitos, e isso se deve ao respeito pelo consumidor.
O francês não curte só um bom prato. Não! O francês curte o alimento! Os compradores não ‘apertam’ frutas, legumes e o que mais lhes interessar, porque não existe esse péssimo hábito na França. Não há justificativa para esse tipo de comportamento, porque tudo que é oferecido na França em matéria de alimento está em perfeitas condições de consumo. Além do mais, normalmente, o próprio vendedor é quem lhe serve.
Uma prova desse controle de qualidade, é que servem água de torneira até em restaurantes, caso você não especifique que deseja tomar água mineral.
Lavandas não poderiam faltar na feira de flores que é montada às terças, quintas e sábados na Praça da Prefetura.
COMPRAS NO COURS MIRABEAU À NOITE
ONDE COMER?
Aix en Provence é riquíssima em comércio. Ninguém precisa andar léguas para encontrar o que deseja. Supermercados, cafés, padarias e açougues estão em toda parte …
CAFÉ BELLE ÉPOQUE
O QUE VER EM AIX
Só em caminhar pelas ruas de Aix, não importa se na parte antiga ou moderna, o visitante ficará encantado com o que verá por todos os lados.
Feiras diárias onde encontrará o que imaginar – roupas, calçados, legumes, verduras, frutas, embutidos, perfumes, artesanatos…
Para quem aprecia arquitetura, ficará encantado nesses passeios. Dependendo da época da visita, as janelas estarão coloridas pelas flores das jardineiras, bem como toda a cidade.
Há Cafés por toda parte, igrejas, bons restaurantes, museus, chafarizes, fontes, mercados do tipo das Lojas Americanas, monumentos… E ainda há as cidades próximas para deixá-lo mais hipnotizado ainda.
A caminho do Museu Granet (clique aqui para saber mais) acabamos encontrando a Fonte dos Quatro Golfinhos, obra barroca esculpida em 1667. Linda.
ARREMATE – Aix-en-Provence é uma cidade universitária de águas termais considerada, por votação, a melhor cidade francesa para se viver. Com certa frequência é citada como a Cidade das Mil Fontes. Sua origem é romana; foi fundada em 122 A.C.
IMAGEM DESTACADA –Imagem típica da Provence – janelas de madeira e flores no parapeito.
ENQUANTO AGUARDÁVAMOS LEONOR A visita a Saint Saturnin-les-Apt estava agendado para 14/7/2014, e a programação foi cumprida. Mas, como nossos passeios começavam no centro de Aix, nada melhor do que mostrar mais um pouquinho do Cours Mirabeau,a principal avenida onde Leonor passava de carro diariamente para nos pegar.
E esse dia foi especialíssimo porque nos reservou surpresas inesquecíveis.
UM POUCO DE (MINHA) HISTÓRIA
Chegávamos muito cedo ao Café La Belle Époque. Sonolentos e ainda com a cama nas costas, encontrávamos a avenida mais adormecida que nós – o que não era novidade. Vez ou outra víamos pessoas se arrastando nas largas calçadas, bem como um ou outro automóvel passar em baixa velocidade. Tudo e todos parecendo dormir um sono só.
A PRIMEIRA APARIÇÃO
Aconteceu, que neste dia duas figuras serviram para nos despertar enquanto aguardávamos nossa guia para visitarmos Saint Saturnin-les-Apt.
A primeira, impressionou-me bastante pelo conjunto da obra pelo seguinte: era alta e magra como um espaguete, e para não destoar do perfil assombrante, seu rosto fino e magro estava perdido em uma imensa juba triangular e acinzentada. A figura lembrava, sem tirar nem por, as feiticeiras que vemos em filmes infantis e desenhos animados. O nariz longo, pontiagudo e ondulado como um tobogã, estava coroado com uma armação de óculos que só piorava sua aparência bizarra. Uma figura saída de um livro de contos infantis – ou seria de um filme de Almodóvar? – estava ali em minha frente ao vivo e em cores. Não tive como evitar, mas assim que vi a figura logo pensei em uma vassoura. Onde estaria?
Hipnotizada por aquela visão da qual não tirava o olho e sequer piscava, fiz-me algumas perguntas em silêncio entre um gole e outro do cafezinho que tomava, e acabei entendendo o porquê de minha mãe adorar ficar sentada em um banco da Avenida Atlântica, aqui no Rio, e observar o vai-e-vem das pessoas no calçadão. Com certa frequência ela me dizia:
– Distrai, minha filha… distrai muito; vejo cada coisa!…
Depois dessa, é óbvio que passei a lhe dar razão.
– Como distrai, mãe! Como distrai e como assusta também! Bem dizia o poeta Vinícius de Morais: ” As feias que me perdoem, mas beleza é fundamental ” – sábias palavras.
A SEGUNDA APARIÇÃO
A segunda aparição, antes de nossa partida para Saint Saturnin-les-Apt, ficou por conta do “pormaior” (não do pormenor) do vestido de uma bonita loura prá lá de descolada. La blonde transbordava de um decote exagerado e prático que podia afacilitar, de imediato, algumas necessidades físiológicas – algumas prazerosas, e outras nem tanto.
Foi a primeira vez que vi uma roupa (?) em um decote e não o contrário. Quem pode, pode, vamos combinar, e a louríssima podia se dar ao desfrute de mostrar a retaguarda quase que por completa. Sou totalmente a favor da peruagem, desde que o criador da originalidade obedeça a determinados critérios. Acho que todo cuidado é pouco quando alguém se propõe a atravessar a tênue linha existente entre a elegância e a vulgaridade. Agora, de uma coisa tenho certeza: que esse poderosérrimo e generosíssimo decote despertou muita gente sonolenta àquela hora da manhã, ah despertou. Viva Aix!!!
SAINT SATURNIN-LES-APT
Aos poucos fomos deixando Aix para trás e trafegando em direção à Saint Saturnin-les-Apt, distante em 60 km de Aix.
Trafegando por carro, o percurso leva aproximadamente 1 hora. Caso opte por viajar de ônibus, o passeio ficará um pouco mais cansativo, porque levará o dobro do tempo, ou seja, 1 h e 50 m.
Além da longa feira de antiguidades e objetos usados (as brocantes) que você logo vê ao chegara à Apt, que atrai um movimento expressivo de turistas, a aldeia conta com dois moinhos de vento do século XVII e com ruínas de um castelo medieval. Saint Saturnin é um lugar cercado de História. Ao caminhar pelo centro da pequena vila, o visitante encontrará belas mansões antigas, pórticos esculpidos, além de portas e molduras de janelas delicadamente trabalhadas. A maioria conserva o estilo provençal, belíssimo em sua simplicidade, mas há muitos destaques arquitetônicos em meio a esta simplicidade.
Das três muralhas construídas como fortificação nos séculos XIII, XIV e XVI, só existe o Portal Aiguier.
Há um site bem informativo e bonito que descreve Apt em mínimos detalhes. Caso tenha curiosidade em saber o que Apt tem para oferecer ao turista, principalmente no que diz respeito à parte histórica, basta clicar aqui.
EIRA, BEIRA e TRIBEIRA – DO QUE SE TRATA?
Na foto abaixo está o exemplo de uma pessoa considerada rica, simplesmente pelo detalhe das três beiras (tribeira) do telhado; ou seja, a eira e a beira que vemos abaixo do telhado, formam três beirais. Havia quem tivesse apenas uma fileira de acabamento, a eira, e quem tivesse duas: a eira e a beira.
Chamou-me atenção a beirada do telhado de alguns prédios em St. Saturnin… Sabemos que aqui no Brasil algumas residências ainda exibem características da arquitetura portuguesa, e fileiras de telhas abaixo da calha é uma dentre várias heranças (foto acima). Esse adorno foi adotado pelos portugueses que colonizaram o Brasil. Embora em desuso, a expressão “Fulano não tem eira nem beira” ouvia-se com certa frequência aqui no Brasil, quando alguém se referia à situação financeira de outrem.
FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR,
no texto EIRA, BEIRA e TRIBEIRA, define esse aspecto da arquitetura como fator discriminatório.
Diz o autor: “A discriminação religiosa, política e social no Brasil Colonial estava presente em todos os lugares, por exemplo, na igreja, nas casas urbanas e rurais, pois, “[…]” os ricos construíam suas casas com três acabamentos no telhado. De baixo para cima, as partes eram chamadas eira, beira e tribeira. As casas dos pobres eram feitas apenas com tribeira”. Clique aquipara ler o texto interessantíssimo.
Quem não tinha fileira nenhuma, apenas o telhado (a cobertura), era o pobretão, o “sem eira nem beira“. Agora, rico mesmo, era aquele que construía um prédio de dois pavimentos no qual o andar térreo era destinado ao comércio. Esses, além da tribeira, também eram prováveis “donos” de escravos, uma condição que impunha respeito. Esse detalhe que vi em alguns prédios da aldeia intrigou-me, justamente por ser uma característica da arquitetura portuguesa.
BRÁULIO MOURA, ETC
Por outro lado, o autor do blog supra citado, que se denomina turismólogo, historiador, artista plástico, curioso, cachaceiro e falastrão, afirma que essa história é uma baita mentira. Explica que as eiras nada tinham a ver com arquitetura, mas tudo a ver com quem não tinha quintal (eira) e muito menos um terreno (beira).
Nas eiras (quintais), era hábito plantarem cereais e colocá-los para secar. E quem não tinha nem quintal e nem terreno, lógicamente, não tinha “eira nem beira”.
O autor termina sua postagem com um parágrafo bem interessante, no qual faz uma crítica bem humorada a respeito de crenças populares. Vale à pena clicar aqui para ficar bem informado.
Além do mais, a leitura é engraçada e bastante informativa. Tenho certeza de que você gostará de saber como criaram esta grande mentira…
IMAGEM DESTACADA – Lavandas Papillon (borboleta). Oferta de uma loja de decoração. Lindas!
UZÈS
é uma comuna que contava com aproximadamente 9.000 habitantes em 2010. Trata-se de outra cidade pequena com aparência de cidade grande, e acredito que este perfil de Uzès deva-se às ruas e avenidas arborizadas, e ao destaque de suas construções imponentes.
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