Caravelleera o nome de um dos modelos de aviões mais festejados pela Aeronáutica do Brasil no final da década de 50, e no qual tive a sorte de viajar graças a meu querido e saudoso tio Selva Álvaro, radiotelegrafista da saudosa PANAIR.
O QUE CHAMAM DE HOTEL
é uma baiuca antiga e péssimamente conservada, além de suja. Esta parede chapiscada que aparece no fundo da foto abaixo estava imunda, bem como as esquadrias e vidros da janela. Para não destoar, o banheiro era igualmente imundo, quebrado e sem segurança.
ESCOLHA DIFÍCIL
As roupas de cama estavam limpas – Aleluia! Porém, cobertor só havia um, de casal, que de nada serviu para me aquecer tamanho era o frio que fazia dentro do quarto.
Ao chegarmos à pocilga já era noite, com termômetros marcando 02 graus negativos no Centro de Curitiba onde fica o “hotel”. No dia seguinte, ao partirmos para Carambeí, fazia 04 graus positivos – que calor!!!
Liguei o ar condicionado em uma temperatura alta, mas foi em vão porque o aparelho fazia um barulho insuportável. A solução (?) foi não ligar as turbinas do “Caravelle” e deitar com minhas roupas de lã incluindo toucas, luvas e meias grossas. Só me faltou dormir com as botas acolchoadas…
A porta de entrada do quarto não tinha bom encaixe no batente e por isso travavam. Ah! E o sistema de fechamento de portas ainda é com chave; custou-me, mas acabei descobrindo que era para “combinar” com a tecnologia de ponta adotada pelo “Caravelle”.
Daí você consulta um site de hospedagens famoso e constata que o hotel vive lotado.
Ora, se mesmo com toda esta precariedade estão faturando, vão melhorar prá quê? E como as fotos enganam, não consideramos as classificações baixas para limpeza e conforto. Bem feito para nós!
Exceção vai para o café da manhã que foi bom, mas, para variar, faço uma ressalva: a antipatia e expressões de mau humor dos funcionários.
Agora, louvemos o atendimento simpático, educado e agradável de dois funcionários que trabalhavam na recepção quando chegamos – um jovem e um jovem senhor.
Certamente você ainda não ouviu falar de uma praia do continente catarinense chamada Praia das Palmeiras. Sabe por que? Porque as praias que ganharam fama a partir da década de 80, são as que ficam na Ilha de Santa Catarina, a exemplo de Jurerê, Canasvieiras, Ingleses, Armação e muitas outras.
IMAGEM DESTACADA – Um pedacinho da Praia das Palmeiras Só Para Matá-lo de Inveja.
Fiquei mais feliz que urubu no lixo quando encontrei o Sr. José Ribamar – o proprietário e técnico gabaritado de uma empresa de consertos de aparelhos eletrônicos de nome TV SOM, na Palhoça, município próximo a Florianópolis.
Endereço: R. Padre João Batista Réus, 1350 – Box 2 – Caminho Novo, Palhoça – SC, 88132-300. Esquina com Lindolfo Schmitt,
VOU CONTAR UMA HISTÓRIA…
Havia um técnico especializado em consertos de aparelhagens de som antigos fabricados até a década de 70, cujo endereço era na Lagoa da Conceição. Quando liguei para Yuri, ele estava tão abarrotado de trabalho que agendou o recebimento de minha aparelhagem para um ano depois. Eu, otimista como quem recebe um monte de bosta e pensa logo que ganhou um cavalo, optei por esperar sem problema algum – passa rápido, pensei.
ACONTECEU
que o tempo passou…, e um belo dia me deparo com a notícia de que o atencioso Yuri havia voltado para São Paulo, sua terra natal. Tóóóiimmm…
Esta criatura foi tão atenciosa comigo, que se ofereceu para consertar minha aparelhagem desde que, obviamente, eu fizesse com que um receiver, um toca-discos, um amplificador, um toca-fitas e duas caixas Lando mais pesadas que cachorro grande fossem despachadas para São Paulo. Devidamente embaladas. Daí, ficou difícil. Agradeci por sua extrema boa vontade e iniciei uma buscar por alguém que me ajudasse.
NÃO DEMOROU MUITO
e encontrei a TV SOM na internet. Imediatamente liguei para a oficina e o próprio Sr. José Ribamar me atendeu. Rapidinho combinamos dia e hora para eu levar a aparelhagem até seu endereço, pedi carona a meu mano e… partimos Palhoça!
Quando o Sr. José Ribamar bateu o olho na aparelhagem, foi logo dizendo tratar-se de excelente equipamento. “Fabricação nacional na década de 70 de excepcional qualidade.” “Naquela época a importação era proibida devido à Ditadura, e isto valeu para incentivar a produção de muitos artigos bons aqui no Brasil” – completou ele.
FINAL FELIZ
A revisão que o Sr. José Ribamar promoveu na aparelhagem foi digna de aplausos. O toca-discos, que não funcionava por diversos motivos, ficou uma belezura. O amplificador, que estava com uma peça corroída pela ferrugem (além de outros problemas), também ficou ótimo, e o toca-fitas, que não rolava a fita, ficou beleza pura. Isto tudo Sr. José Ribamar recuperou em um piscar de olhos. E mais: ao nos entregar a aparelhagem, tudo foi devidamente testado no balcão.
Parabéns ao Sr. José por seu profissionalismo. Em sua oficina vi alguns modelos antigos de TV, rádio e equipamentos de som, o que significa sua versatilidade para reparar aparelhos de diferentes marcas.
O ATENDIMENTO
é receptivo, simpático, educado. Impressiona a maneira com que o Sr. José Ribamar deixa o cliente à vontade. Seu atendimento conosco não se limitou ao balcão; nada disso. Tivemos o privilégio de sermos convidados para conhecer sua bancada de trabalho, o que nos impressionou bastante.
DAÍ, VOCÊ PODE SE PERGUNTAR:
– O que uma oficina de consertos de eletrônicos tem a ver com viagem? – Tudo! Fitas, por exemplo, não existem mais. Entretanto, se temos um toca-fitas funcionando e fitas guardadas, podemos ouvir novamente nosso(s) filho(s) e neto(s) começando a falar e cantar, por exemplo. Emocionamo-nos ao ouvir meu sobrinho, nascido em 1982, cantando quando tinha apenas 4 anos de idade.
Relembrar uma conversa que tivemos com amigos queridos e, quem sabe, matar a saudade até da voz de quem não esteja mais entre nós, é uma emoção indescritível, gente! Botar no prato do toca-discos um long play ou um 78 rpm que marcou época… Lembrar-se de momentos vividos ao som de determinada música… Recordar-se do quanto dançou em arrasta-pés em casa de amigos, e de rosto colado com aquela garota que queria conquistar… Quem sabe, ela não está ao seu lado desde aquela época? Tudo isso, istepô, chama-se viagem, e o passaporte para o saudosista visitar parte de seu Passado são estes equipamentos.
No mais, só me resta agradecer pela atenção especial que o Sr. José nos dispensou, e pelo carinho com que lidou com meus dragões. Obrigada por tudo!
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