Saignon, um povoado com pouco mais de mil habitantes, foi mais uma das charmosas aldeias pelas quais passamos quando voltávamos de Sault para Aix.
Como já estávamos cansados, ficamos em Saignon o tempo necessário para clicar algumas fotos e seguir viagem.
Sault e Canela são os assuntos de hoje. Você poderá achar estranho o porquê de eu estar me referindo a uma cidade provençal francesa, Sault, e a uma brasileira badaladíssima como Canela. Porém, no fim da postagem, quem sabe não concordará comigo?
Sault é considerada a capital das lavandas por ser a localidade ideal para sua plantação. Como assim? Lavandas gostam de sol e ar fresco, e a vila fica a 765 m de altitude.
1.1 – CANELA, RS
Mas, no Brasil, mais precisamente no Sul, temos duas cidades famosas que primam por sua beleza, pelas atrações natalinas e pelas hortênsias que emolduram quilômetros de estradas e crescem abundantemente sem que necessitem de cuidados especiais. Temos campos floridos maravilhosos dos quais muito nos orgulhamos, considerando, claro, as devidas diferenças. As lavandas são plantadas com finalidades comerciais diversas, enquanto que as hortênsias proliferam, praticamente, por conta da própria natureza.
Interessante salientar que neste mesmo dia outra blogueira brasileira também saiu de Aix, onde reside, e foi para Sault. Como assino sua newsletter, vi as imagens que postou, e achei interessante que os mesmos objetivos chamaram nossa atenção (?). Na verdade, fica difícil fugir da mesmice porque os pontos de vista de algumas cidades são os mesmos e Sault não fugiu à regra. Obviamente, as fotos acabam parecendo cópias. Sacamos fotos muito parecidas nos mesmos lugares e por este motivo fiz questão de escrever esta observação.
Chegando a Sault
Igreja de Notre-Dame-de-la-Tour, construída no século XII.
“A fachada e a torre sineira atual da Igreja de Notre-Dame-de-la-Tour foram construídas em 1624, em pedras de Aurel” – uma comuna francesa localizada na região de Sault, na fronteira do Vaucluse, Departamento da Provence–Alpes-Côte d’Azur.
Parcial do interior da Igreja de Sault.
À beira da estrada, a caminho de Sault.
As cores da Provence, que não me canso de citar.
Não é preciso escrever absolutamente nada para retratar a Provence…
Lavandas gostam de sol e altitude. Por este motivo é que Sault, localizada a 765 m de altitude, é o viveiro ideal para as lindinhas proliferarem.
Fotos da Provence, clicadas até com uma Xereta, não precisam de Photoshop.
Fiz um Photoshop leve a fim de ressaltar as plantações de lavandas em determinada localidade de Sault.
Flores – lavandas, cultivadas pelo mão do homem; e flores do campo, pela própria natureza. Qual a mais bela?
Parar o carro na beira de uma estrada para apreciar uma paisagem dessas é um privilégio. Cliquei esta foto para registrar o momento, e logo após fiquei em silêncio a fim de permitir que a Natureza tomasse conta de mim…
Fotografia é algo que me encanta, porque registra em fração de segundos um momento de sua vida que nunca mais voltará.
3 – RIO GRANDE DO SUL, BRASIL – OUI, NÓS TEMOS HORTÊNSIAS!
Para terminar essa postagem, fica a seguinte pergunta: será que nossas hortênsias atraem turistas estrangeiros da mesma maneira que as lavandas francesas atraem os brasileiros?
Meu mano e minha sobrinha no teleférico de Canela. Deslizar sobre um mar de hortênsias é vivenciar um filme tipo Alice no País das Maravilhas. E pensar que não existem paisagens como as que vemos nesses tipos de filme, chama-se tolice.
1,2,3 e acabou o conforto.
Imaginemm se fossem perfumadas!
Canela é assim!,,,
… e assim…
… e assim também…
4 – AS CORES DAS HORTÊNSIAS
Estas flores podem ter as seguintes cores: azul, branco, lilás, rosa, roxo, verde e vermelho, mas esta diferença dependerá do PH da terra.
Solos com PH abaixo de 5.5 são ácidos e produzem flores azuis e lilazes, enquanto que os que têm PH alcalino, isto é, acima de 6.5, produzem flores rosadas ou avermelhadas.
Isto significa que é possível projetar um jardim de hortênsias nas cores desejadas, desde que o PH do solo esteja de acordo com o projetado. E como é possível corrigir o PH do solo, não fica difícil.
4.1 – HORTÊNSIAS BRANCASobtêm-se com o PH do solo acima de 8.0!
O PH ácido do solo produziu estas cores de hortênsias.
Nesta foto há duas espécies de hortênsias: a que vemos em menor quantidade é da espécie ‘Blaumeise“. A outra, mais comum entre nós, é a Macrophylla.
5 – TIPOS DE HORTÊNSIAS
A Hydrangea Paniculatatem o formato de um cone. Particularmente, nunca vi, bem como a Hortênsia Hydrangea Quercifolia. A mais comum é a Macrophylla, abundante em Canela e Gramado.
Aquisição de espécies raras de hortênsias você poderá obter clicando aqui. São belíssimas! Agora, um site que “Dá um banho, istepô”, é este aqui.
Pronto! Para quem desconhecia outras espécies de hortênsias, já poderá até arriscar uma importaçãozinha…
Um dos trechos mais bonitos da estrada pela qual passamos. Em Gramado e Canela, as hortências reinam absolutas.
IMAGEM DESTACADA –Imagem típica da Provence – janelas de madeira e flores no parapeito.
1 – ENQUANTO AGUARDÁVAMOS LEONOR
A visita a Saint Saturnin-les-Apt estava agendado para 14/7/2014, e a programação foi cumprida. Mas, como nossos passeios começavam no centro de Aix, nada melhor do que mostrar mais um pouquinho do Cours Mirabeau,a principal avenida onde Leonor passava de carro diariamente para nos pegar.
E esse dia foi especialíssimo porque nos reservou surpresas inesquecíveis.
2 – UM POUCO DE (MINHA) HISTÓRIA
Chegávamos muito cedo ao Café La Belle Époque. Sonolentos e ainda com a cama nas costas, encontrávamos a avenida mais adormecida que nós – o que não era novidade. Vez ou outra víamos pessoas se arrastando nas largas calçadas, bem como um ou outro automóvel passar em baixa velocidade. Tudo e todos parecendo dormir um sono só.
O Belle Époque, onde diariamente esperávamos por Leonor.
Cours Mirabeau, uma avenida linda de viver no Centro de Aix-en-Provence.
O movimento do Cours Mirabeau, pelas manhãs.
Cours Mirabeau ainda adormecido.
3 – A PRIMEIRA APARIÇÃO
Aconteceu, que neste dia duas figuras serviram para nos despertar enquanto aguardávamos nossa guia para visitarmos Saint Saturnin-les-Apt.
A primeira, impressionou-me bastante pelo conjunto da obra pelo seguinte: era alta e magra como um espaguete, e para não destoar do perfil assombrante, seu rosto fino e magro estava perdido em uma imensa juba triangular e acinzentada. A figura lembrava, sem tirar nem por, as feiticeiras que vemos em filmes infantis e desenhos animados.
3.1 – UMA BRUXA EM PESSOA
O nariz longo, pontiagudo e ondulado como um tobogã, estava coroado com uma armação de óculos que só piorava sua aparência bizarra. Uma figura saída de um livro de contos infantis – ou seria de um filme de Almodóvar? – estava ali em minha frente ao vivo e em cores. Não tive como evitar, mas assim que vi a figura logo pensei em uma vassoura. Onde estaria?
3.2 – SE VINÍCIUS DE MORAES A VISSE…
Hipnotizada por aquela visão da qual não tirava o olho e sequer piscava, fiz-me algumas perguntas em silêncio entre um gole e outro do cafezinho que tomava, e acabei entendendo o porquê de minha mãe adorar ficar sentada em um banco da Avenida Atlântica, aqui no Rio, e observar o vai-e-vem das pessoas no calçadão. Com certa frequência ela me dizia:
– Distrai, minha filha… distrai muito; vejo cada coisa!…
Depois dessa, é óbvio que passei a lhe dar razão.
– Como distrai, mãe! Como distrai e como assusta também! Bem dizia o poeta Vinícius de Moraes: ” As feias que me perdoem, mas beleza é fundamental ” – sábias palavras.
4 – A SEGUNDA APARIÇÃO
A segunda aparição antes de nossa partida para Saint Saturnin-les-Apt, ficou por conta do “pormaior” (não do pormenor) do vestido de uma bonita loura prá lá de descolada.
La blonde transbordava de um decote exagerado e prático que podia afacilitar, de imediato, algumas necessidades físiológicas – algumas prazerosas, e outras nem tanto.
Esse foi justamente o momento em que o Cours Mirabeau começou a acordar e ficar movimentado.
5 – QUEM PODE, PODE
Foi a primeira vez que vi uma roupa (?) em um decote e não o contrário. Quem pode, pode, vamos combinar, e a louríssima podia se dar ao desfrute de mostrar a retaguarda quase que até ao calcanhar. Sou totalmente a favor da peruagem desde que o criador da originalidade obedeça a determinados critérios. Acho que todo cuidado é pouco quando alguém se propõe a atravessar a tênue linha existente entre a elegância e a vulgaridade. Agora, de uma coisa tenho certeza: que esse poderosérrimo e generosíssimo decote despertou muita gente sonolenta àquela hora da manhã, ah despertou. Viva Aix!!!
6 – SAINT SATURNIN-LES-APT
Aos poucos fomos deixando Aix para trás e trafegando em direção à Saint Saturnin-les-Apt, distante em 60 km de Aix.
Trafegando por carro, o percurso leva aproximadamente 1 hora. Caso opte por viajar de ônibus, o passeio ficará um pouco mais cansativo, porque levará o dobro do tempo, ou seja, 1 h e 50 m.
Aos poucos Apt foi se descobrindo para nós, como se surgisse das centenas de oliveiras que cercam toda a aldeia.
Feiras são comuns nas cidades provençais; e como a divulgação é grande, atraem muitos turistas.
A variedade de objetos é tão grande, que fica difícil escolher o que comprar.
Além da longa feira de antiguidades e objetos usados (as brocantes) que você logo vê ao chegara à Apt, e que atrai um movimento expressivo de turistas, a aldeia conta com dois moinhos de vento do século XVII e com ruínas de um castelo medieval. Saint Saturnin é um lugar cercado de História. Ao caminhar pelo centro da pequena vila, o visitante também encontrará belas mansões antigas, pórticos esculpidos, além de portas e molduras de janelas delicadamente trabalhadas. A maioria conserva o estilo provençal, belíssimo em sua simplicidade, mas há muitos destaques arquitetônicos em meio a esta simplicidade.
Em minhas visitas ao sul da França eu ficava atenta para não tropeçar e cair, porque era um tal de olhar prá cima, pros lados e prá baixo sem fim. Observar detalhes da arquitetura, e ainda jardins, arranjos de paredes e de calçadas, deu trabalho.
Como não parar para observar cada detalhe destas construções? Muitas das portas de Apt foram incluídas no inventário dos Monumentos Históricos. Tanto as portas ricas em detalhes quanto as mais rústicas, não escaparam deste registro.
A riqueza da simplicidade… Esta é a Provence.
Das três muralhas construídas como fortificação nos séculos XIII, XIV e XVI, só existe o Portal Aiguier.
Há um site bem informativo e bonito que descreve Apt em mínimos detalhes. Caso tenha curiosidade em saber o que Apt tem para oferecer ao turista, principalmente no que diz respeito à parte histórica, basta clicar aqui.
Igreja da Imaculada no Centro de St. Saturnin, localizado a 9 km ao Norte de Apt. Ao fundo, à direita da torre da igreja, estão as ruínas de um antigo castelo.
Igreja da Imaculada de Saint Saturnin-les-Apt.
A Provence pela qual tenho paixão é rica em simplicidade, cores, aromas e sabores.
Prá que calçada?
Observem o contraste do rico trabalho do frontão da porta com a simplicidade da janela.
À direita, na foto, o perfil da fonte que se vê na foto abaixo.
Céu e janelas quase da mesma cor.
7 – EIRA, BEIRA e TRIBEIRA – DO QUE SE TRATA?
Na foto abaixo está o exemplo de uma pessoa considerada rica, simplesmente pelo detalhe das três beiras (tribeira) do telhado; ou seja, a eira e a beira que vemos abaixo do telhado, formam três beirais. Havia quem tivesse apenas uma fileira de acabamento, a eira, e quem tivesse duas: a eira e a beira.
Chamou-me atenção a beirada do telhado de alguns prédios em St. Saturnin… Sabemos que aqui no Brasil algumas residências ainda exibem características da arquitetura portuguesa, e fileiras de telhas abaixo da calha é uma dentre várias heranças (foto acima). Esse adorno foi adotado pelos portugueses que colonizaram o Brasil. Embora em desuso, a expressão “Fulano não tem eira nem beira” ouvia-se com certa frequência aqui no Brasil, quando alguém se referia à situação financeira de outrem.
7.1 – FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR,
no texto EIRA, BEIRA e TRIBEIRA, define esse aspecto da a’rquitetura como fator discriminatório.
Diz o autor: “A discriminação religiosa, política e social no Brasil Colonial estava presente em todos os lugares, por exemplo, na igreja, nas casas urbanas e rurais, pois, “[…]” os ricos construíam suas casas com três acabamentos no telhado. De baixo para cima, as partes eram chamadas eira, beira e tribeira. As casas dos pobres eram feitas apenas com tribeira”. Clique aquipara ler o texto interessantíssimo.
7.2 – E O POBRE…
Quem não tinha fileira nenhuma, apenas o telhado (a cobertura), era o pobretão, o “sem eira nem beira“. Agora, rico mesmo, era aquele que construía um prédio de dois pavimentos no qual o andar térreo era destinado ao comércio. Esses, além da tribeira, também eram prováveis “donos” de escravos, uma condição que impunha respeito. Esse detalhe que vi em alguns prédios da aldeia intrigou-me, justamente por ser uma característica da arquitetura portuguesa.
8 – BRÁULIO MOURA, ETC
Por outro lado, o autor do blog supra citado, que se denomina turismólogo, historiador, artista plástico, curioso, cachaceiro e falastrão, afirma que essa história é uma baita mentira. Explica que as eiras nada tinham a ver com arquitetura, mas tudo a ver com quem não tinha quintal (eira) e muito menos um terreno (beira).
Nas eiras (quintais), era hábito plantarem cereais e colocá-los para secar. E quem não tinha nem quintal e nem terreno, lógicamente, não tinha “eira nem beira”.
8.1 – U’A MENTIRA QUE ATRAVESSOU SÉCULOS!
O autor termina sua postagem com um parágrafo bem interessante, no qual faz uma crítica bem humorada a respeito de crenças populares. Vale à pena clicar aqui para ficar bem informado.
Além do mais, a leitura é engraçada e bastante informativa. Tenho certeza de que você gostará de saber como criaram esta grande mentira…
9 – E PARA FINALIZAR NOSSO DIA…
Foi em um restaurante super simpático descolado por Leonor, nossa guia e amiga, que coroamos nosso passeio maravilhoso com um crepe leve e saboroso.
Nosso saboroso almoço e o café gourmet nos serviram no LA RESTANQUE – 37 Avenue Jean Geoffroy, 84490 Saint-Saturnin-lès-Apt, França. +33 4 90 75 51 87
No século XI havia dois castelos em Uzès: o castelo Bermond, e o castelo de Raymond, nomes dos “senhores” da cidade. No Raymond, é onde fica o Jardim Medieval. O castelo Bermond se converteria em ducado mais tarde.
é uma comuna que contava com aproximadamente 9.000 habitantes em 2010. Trata-se de outra cidade pequena com aparência de cidade grande, e acredito que este perfil de Uzès deva-se às ruas e avenidas arborizadas, e ao destaque de suas construções imponentes.
IMAGEM DESTACADA – Lavandas Papillon (borboleta). Oferta de uma loja de decoração. Lindas!
L’Isle-sur-la-Sorgue, distrito de Avignon, é uma comuna no Sudeste da França no Departamento de Vaucluse, que cresceu às margens do Rio Sorgue, cuja nascente fica em Fontaine du Vaucluse.
Dista em 707 km de Paris, 84 km de Marselha e 33 km de Avinhão.
Fontaine-du-Vaucluse é uma comuna no departamento de Vaucluse na região de Provence-Alpes-Côte d’Azur. A comuna pertence ao cantão de Isle-sur-la-Sorgue e ao distrito de Avignon, e dista da comuna em apenas 8 km. Clique aquipara saber mais.
A conhecida Isle-sur-la-Sorgue transborda de charme graças ao Rio Sorgue que viaja de Fontaine du Vaucluse até lá, divide-se e transforma uma parte desta comuna em uma ilha.
O rio que beneficia estas duas atrações nasce, justamente, na fonte que mostro em fotos abaixo. E foi devido a esta nascente que batizaram a comuna com o nome Fontaine-du-Vaucluse (Fonte do Vaucluse)
FOTO EM DESTAQUE – Campos de Girassóis entre Aix-en-Provence e Cavaillon. O assunto de hoje é Carpentras, mas vamos começar por…
1 – AIX-EN-PROVENCE
Saímos cedo de Aix-En-Provence porque tínhamos uma estrada um pouco longa pela frente, mas mesmo assim não deixamos de passar na feira após o café da manhã – feira quase embaixo de nossas janelas.
Ménerbes e Cucuron foi nosso primeiro passeio de 2014 sugerido por Anaté Merger.
Em Aix montamos nosso quartel general nos dois verões que passamos no sul da França – 2013 e 2014. A Logística ficou por conta de Anaté Merger, que tomou as seguintes providências: aluguel de apartamento em um ponto maravilhoso em frente à Mairie (Prefeitura), roteiro original (tal qual nos filmes), e aluguel de automóvel guiado pela doce Leonor, dublê de motorista e guia turístico, falando português, évidemment.
NA IMAGEM DESTACADAvemos o detalhe de uma rua de Ménerbes.
Despedimo-nos de Marseille caminhando vagarosamente pela beira do velho cais daquela que é a segunda maior cidade francesa. Velho cais, lógico, é u’a maneira carinhosa que utilizei a fim de lembrar de que foram os gregos os fundadores de Marseille, há 2.600 anos.
IMAGEM DESTACADA – Meditação, Espera ou Desistência?
Marseille, Vieux Port.
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