9º DIA NA ROTA – De Barreirinhas (MA) a Jericoacoara (CE)
ITINERÁRIOS DA ROTA DAS EMOÇÕES
A Rota das Emoções poderá ser percorrida por dois itinerários que menciono mais abaixo. Percorrê-la por inteiro é um dos roteiros mais interessantes que fiz na vida. É interessante inteirar-se a respeito dos trajetos que fazem parte da Rota, a fim de que você escolha o que melhor lhe convier. Este trajeto não se resume, simplesmente, em você atravessar as rodovias que vão de Fortaleza a Barreirinhas ou de São Luiz à Fortaleza, porque entre uma ponta e outra há muuuiiita água rolando embaixo dessas pontes.
IMAGEM DESTACADA: A poderosa Hilux de Pauloque nos transportou três vezes pela Rota das Emoções por diferentes caminhos.
5º DIA na ROTA: De Luiz Correia, Pi à Barreirinhas, Ma. O destaque deste dia deveu-se a um resort sensacional, em Luiz Correia, chamado Carnaubinha Praia Resort. O hotel é perfeito para quem quem viaja com crianças, devido ao apoio oferecido até mesmo para mães que ainda amamentam seus filhos. Nunca vi nada igual!
COMO CHEGAR, pela Rota das Emoções,partindo de Jericoacoara em direção à Carnaubinha Praia Resort,no litoral do Piauí.
Foi pensando neste trajeto rápido (apenas 3 h 40 m) que PauloRocha sugeriu que passássemos antes pelo Lago Grande, em Tatajuba, a fim de que nos refrescássemos, almoçássemos, e depois seguíssemos viagem até ao Piauí. Já conhecíamos a região, mas não este resort fantástico.
A RECEPÇÃO DO HOTEL
Devidamente identificados na recepção, tivemos a primeira surpresa: fomos conduzidos até nossos aposentos em um carrinho idêntico aos utilizados em campos de golf e em alguns aeroportos. Este era grande, confortável, limpo, e conservadíssimo. Como os prédios de apartamentos ficam afastados da recepção, o hotel adota esse tipo de transporte. Quem sabe, sabe.
Na recepção do hotel há uma boutique que oferece roupas confortáveis, artigos de praia (bonés, chapéus, bolsas, calções, maiôs…), e outra que trabalha com objetos de decoração. Um canto bem confortável, que faz as vezes de sala de estar, ocupa meio do salão.
A PROPRIEDADE
Como chegamos no final da tarde, deixamos nossa pequena bagagem no quarto e saímos para dar uma volta pela propriedade.
O hotel de estilo asiático faz a linha rústica, porém chique. Está localizado na beira do mar, porém distante de comércio ou de qualquer tipo de habitação, mas isso não passa de mero detalhe pelo que o Carnaubinha Praia Resort oferece aos hóspedes.
O hotel foi construído em área isolada e faz o maior sucesso. Como ser diferente?
Quartos espaçosos, colchões confortáveis e travesseiros idem. O ar condicionado era silencioso e funcionava perfeitamente. Tv e frigobar também havia o quarto.
Importante: lugar para as duas malas não faltou. Normalmente, os hotéis preparam lugar para apenas uma mala, o que nos obriga a usar de criatividade para improvisar outro apoio. Quanto a nós dois (as outras duas malas), lugar não faltou, pois ajeitamo-nos perfeitamente na confortável cama.
O edifício em que nos alojaram era bem próximo à praia – melhor não poderia ser. À direita desta foto há um ponto de vista de onde se vislumbra bela paisagem.
CRIANÇA!, SEU PARAÍSO É AQUI!
Os proprietários foram inteligentíssimos e lhes digo o porquê. Salvo a praia, óbvio, e a piscina com bar para adultos, o que existe em matéria de diversão é inteiramente dedicado às crianças. Na foto abaixo está o parque aquático infantil. Nesta parte do hotel a ludicidade é exacerbada e não para por aí. No dia seguinte, aí sim, procuramos conhecer melhor esse imenso parque de diversões.
Próximo ao parque aquático um gazebo convida o hóspede ao relaxamento. Palavras de incentivo citam exemplos bíblicos bem conhecidos.
Cenário pronto para fazer bonito em qualquer foto. Abaixo, os banheiros que atendem ao parque aquático infantil & adjacências.
O RESTAURANTE BALEEIRO
é bem considerado e não é à toa. Está aberto ao público e não apenas aos hóspedes. O cardápio nacional é rico em culinária típica; ele inclui entradas, pratos de vários tipos de carnes, sobremesas diversas e bebidas variadas. Preços convidativos chamaram-me a atenção pelo seguinte: a administração poderia ter-se valido da condição de isolamento do hotel para praticar preços altos, mas não é o caso. Há um velho dito popular que diz que “quem não tem competência não se estabelece”, e aqui temos exatamente um exemplo do que é ser um visionário e estar pronto para reger uma orquestra como esta. Pormenores como estes é que atraem o consumidor e fazem a grande diferença. Fiquei fã.
NO DIA SEGUINTE tivemos tempo suficiente para explorar o hotel porque levaríamos apenas 4 horas até chegarmos à Barreirinhas, no Maranhão. Portanto, havia tempo suficiente para desfrutarmos um pouco mais deste Paraíso.
O CAFÉ DA MANHÃ
PAISAGEM 360º O hotel conta com um mirante que visitamos após o café da manhã. Uma visão nada mal para começar o dia. Clique aquie tenha idéia destes 360º que cercam este hotel maravilhoso.
O hotel dispõe até de uma tirolesa. Não é não muito extensa, mas para quem aprecia a diversão pode repetir a dose quantas vezes quiser.
No mesmo prédio onde fixaram o cabo para a tirolesa, ficam essas mesas para quem aprecia estes tipos de passa-tempo.
HOTEL OU PARQUE DE DIVERSÕES PARA AS CRIANÇAS? O parque aquático infantil havia nos chamado atenção; só não podíamos imaginar que o investimento do hotel em instalações destinadas às atividades infantis fosse tão expressiva. Confira: em um dos prédios o resort construiu mini passarelas semelhantes às utilizadas no arvorismo (não confundir com arborismo). Muita sombra e piso de areia são medidas garantidoras de que os pequenos não sofrerão com queimaduras solares e que um pequeno tombo poderá virar brincadeira. Crianças surpreendem.
BRINQUEDOTECA Em outro compartimento deste prédio, mesinhas, cadeiras, bichinhos de pelúcia, jogos, biblioteca, TV e até um palco com cortina! estão à disposição dos pequenos. Já imaginou, que deste palco poderá sair um grande artista? Tudo é possível. Entendi que o hotel destacou uma funcionária só para observar as crianças enquanto estão em plena atividade. Essa pessoinha simpática estava grávida quando lá estivemos; encontramo-la ao visitarmos esta sala que por mais que procure um adjetivo para definí-la, não consigo. O ambiente nos surpreendeu e fascinou. É hipnótico! Foi muito bom esse encontro, porque a jovem, com toda presteza, abriu-nos literalmente todas as porta das demais dependências dedicadas às crianças.
Para os intelectuais em potencial que não dispensam um bom livro, há uma pequena biblioteca pendurada na parede, e ainda um aparelho de TV que me pareceu, ao analisar a foto, estar ligado a uma câmera que transmite a apresentação dos artistas. Papel e lápis de cor também não faltam, bem como massa para modelar.
O Carnaubinha não fez por menos: pensou desde os recém-nascidos aos mais crescidinhos. Esta cozinha foi montada nos mínimos detalhes para que as mães preparem mamadeiras, papinhas, sopas e outros tipos de refeições para seus filhotes.
Neste canto, longe da alegria da criançada mais “independente”, há uma poltrona para que as mamães possam amamentar seus bebês com tranquilidade. Até nisso os proprietários do resort pensaram. Nunca vi nada igual!
Neste outro cômodo há um fraldário, uma caixa de medicamentos e…
…para a turminha da fralda que ainda necessita de cuidados contínuos, o hotel preparou outro cantinho no fraldário com uma banheirinha, chuveiro e ducha. Que hotel pensa nisso? Que eu saiba, esse é o único.
Do lado de fora da brinquedoteca começa a recreação, onde a gurizada pode acessar o Paraíso aos pulos. Para eles, o céu poderá ser um pouquinho mais para frente; mas, isso dependerá da criatividade de cada um.
ANTES DE DEIXARMOS O HOTEL tivemos tempo para tomar um banho relaxante nas piscinas naturais formadas pelos corais. Na areia há uma marcação em relevo para alertar os banhistas para o óbvio: durante a maré cheia essa marca não deverá ser ultrapassada.
Outro detalhe que nos chamou atenção foi o aparelho para descer pessoas com dificuldades de locomoção até a piscina. O respeito é a tônica do Carnaubinha.
A ÚLTIMA ETAPA DO DIA Entramos no carro e seguimos rumo à Barreirinhas. No caminho, Paulo parou o carro ao lado desses rapazes, movido por uma curiosidade: quanto custaria a dúzia de caranguejos vivos? Resposta: módicos R$5,00 (cinco reais). Sem comentários.
POUSADA e CHURRASCARIA COSTA’S
Meio dia e quinze deixamos o Carnaubinha, e às 13.53 h paramos neste lugar para almoçar: a Pousada e Churrascaria Costa’s, na localidade de Cana-Brava, no município de Água Doce do Maranhão (desmembrado de Araioses desde 10/11/1994).
Galinhas, patos, marrecos, perus e peixes são criados na propriedade. Camarões também aparecem no cardápio, mas não perguntei se eram criados em casa.
A RODOVIA MA-315 Neste trecho em que viajamos no dia 10/9/2018, o que mais me impressionou foi nossa passagem pelos Pequenos Lençóis. Em postagem anterior escrevi que a Rota das Emoções não é novidade para nós, que já a percorremos por inteiro uma vez (esta foi a terceira, porém, parcialmente), trafegando literalmente pela beira do mar sempre que possível.
A novidade é a estrada MA-315, ainda sendo pavimentada, que liga Paulino Neves à Barreirinhas. São 36 km apenas que, apesar dos trechos ainda sem asfalto ou lajotas, facilitam a vida de quem busca recursos em Barreirinhas, principalmente médicos. Até o início da construção dessa estrada pelo Governo do Maranhão – que obteve parceria da empresa de energia eólica Ômega –, o percurso era coberto em 3 horas; agora, o motorista dispende de 30 a 40 minutos.
A abertura da MA-315, que na verdade vai de Barreirinhas à Tutoia, será o início de muito progresso para todas as regiões abrangidas pela rodovia que corta uma ponta dos Grandes Lençóis. Clique aqui e assista o vídeo curtíssimo para que tenha idéia.
Repito: esse trecho da estrada passa por uma “beirada” dos Grandes Lençóis. Pela altura das dunas, não imaginei que estivéssemos atravessando aquele que é considerado como um dos cartões postais mais belos do mundo, mas era lá mesmo que estávamos. Desta vez fizemos o percurso em um veículo de passeio e não à bordo de um dos buggys (eram 5) utilizados em 2008 – grande e inesquecível emoção. Clique aqui e assista ao curtíssimo vídeo só para você ter uma idéia.
A DECEPCIONANTE POUSADA D’AREIA
Logo chegamos à Barreirinhas e nos hospedamos na ampliada, porém decepcionantePousada d’Areia, que em nada lembrava aquela de 2010 – simples, porém aconchegante.
O mapa abaixo mostra a diferença entre chegar à Barreirinhas subindo o Rio Preguiças partindo de Caburé e a chegada pela MA-315.
BARREIRINHAS – A FALTA DE RESPEITO NO TRÂNSITO
continua cada vez mais movimentada – e que me desculpem os barreirinhenses, – cada vez mais feia, mal conservada, com trânsito tumultuado onde ninguém respeita nada, e cada um faz sua própria lei. Um horror!
A VITÓRIA DO CAOS
Obtivemos uma informação muito interessante de um comerciante. Disse-nos ele, que não fazia muito tempo um prefeito tentou arrumar a muvuca, mas não conseguiu.
Cobrou multas dos motociclistas que trafegassem sem capacete, proibiu isso, multou aquilo, fez o possível e o impossível para aplicar as leis, mas foi considerado um algoz e não obteve apoio.
Imagine! Obrigar motoqueiros a usarem capacetes?! Que absurdo! Pois bem. O prefeito cumpriu seu mandato, mas, evidentemente, não foi reeleito. Imaginem se seria!…E como era de se esperar, elegeram para seu lugar uma criatura de deixa tudo rolar solto. Esse é que é o bom! Êita nois!
SINAL DE TRÂNSITO? PRÁ QUE SERVE MESMO, HEIN?
Atravessar a rua é um caso sério se você estiver no Centro ou nas proximidades do cais. O transeunte fica tonto de tanto balançar a cabeça para um lado e para outro até encontrar uma brecha entre carros, jardineiras, quadriciclos, motos, bicicletas, caminhões, carrinhos de mão, skatistas e o que mais o capeta mandar. Sinal de trânsito é apenas um acessório que penduraram em determinados lugares, mas ninguém sabe prá quê.
HOTÉIS e POUSADAS A cidade dispõe de excelentes hotéis e pousadas, mas esses estão afastados do Centro. Alguns desses estrelados foram construídos na margem do rio a fim de tirar partido das águas tranquilas do Rio Preguiças. Piscinas também não faltam nesses alojamentos. Algumas dessas hospedagens contam com condução própria e estabelecem horários para buscar seus hóspedes no Centrinho.
Em 2010 duas amigas eram obrigadas a deixar para trás a melhor hora da animação no cais, justamente por conta desse compromisso. Ambas estavam hospedadas em uma pousada que ficava afastada do pier a aproximadamente 5 minutos de viagem de barco. Entretanto, se não estivessem no lugar e hora marcados, ficavam sem condução e teriam que providenciar outro hotel para dormir.
Nestas situações, caso a pessoa queira permanecer por mais tempo no Centro, dependerá de um táxi ou um barco para retornar ao hotel. Na muvuca, isto é, no Centro afastado do cais, há apenas poucas opções de hospedagem. Uma delas, a Pousada d’Areia, já foi recomendável, mas deixou bastante a desejar e depois explico o porquê. Paulo nos recomendou a Pousada do Buriti, igualmente no Centro, mas não encontramos disponibilidade para a época desejada.
AS NOVIDADES De novidade, em 5 anos, encontramos um Café muito bem montado, o Divino, onde estivemos algumas vezes nos quatro dias em que permanecemos naquele frenesi, mais três lojas na AvenidaBeira-Rio, um restaurante chamado A Canoa, e mais outro ao lado do Barlavento (nosso preferido), o Bambu, que oferece excelentes opções no cardápio. Modificações mínimas, mesmo sem compararmos com a evolução assustadora de Jericoacoara neste mesmo espaço de tempo. Esse prédio da foto abaixo é uma das novidades.
ONDE COMER BEM
1 – O Divino faz jus ao nome: não serve apenas um excelente café, mas oferece refeições rápidas, sucos, água mineral, refrigerantes, chocolate quente, sanduíches e mais alguma coisa. O atendimento é muito simpático e atencioso e não apenas por isso vive cheio. Recomendo.
2 – No Barlavento, nosso restaurante predileto, fomos algumas vezes para jantar e almoçar. Em uma noite apenas o traímos e fomos bisbilhotar o cardápio do Bambu e o achamos bem legal. Ficamos para jantar e gostamos muito. Também recomendamos e é vizinho do nosso querido Barlavento.
Badejo com molho de maracujá, arroz e batatas; dizer que estavam apetitosos é pouco.
REVENDO AS LAGOAS DO PARAÍSO e AZUL
Dia seguinte fomos rever as Lagoas do Paraíso e Azul, na parte da tarde. Nós dois e mais duas senhoras optamos por ficar na primeira enquanto os demais visitavam a segunda. Ocorreu que outra senhora não aguentou caminhar na areia fofa, voltou e juntou-se à nós. Batemos longos papos dentro da lagoa e rimos muito. Valeu termos ficado relaxando e nos divertindo naquela maravilha.
AVISO AOS NAVEGANTES!
Algumas empresas de turismo anunciam passeios para as lagoas, porém omitem um grande detalhe que pode frustrar o turista de primeira viagem que pensa, coitado, que vai assistir ao Por-do-Sol de uma das dunas. Não vai! Acontece que, dependendo da ocasião, apenas uma balsa costuma fazer a travessia do Rio Preguiças e isso acontece tanto na ida quanto na volta às lagoas.
Como o número de Toyotas (jardineiras) é muito grande, quem não sair da área das lagoas rapidinho vai mofar com as pombas na balaia por horas na fila da balsa. Isto significa que o turista não tem condições de calcular a que horas estará de volta a seu hotel. Acho que você já entendeu onde pretendo chegar, não? isso mesmo! Beeemmm antes do término do programa anunciado, ou seja, o por-do-sol, alguns guias são orientados para convidar seus passageiros a se retirarem do cartão-postal bem antes do tão aguardado espetáculo.
Nessa hora todos aceleram o passo e descem as dunas que é u’a maravilha. Conseguimos concretizar a façanha, mas mesmo assim ocupamos o terceiro lugar na fila de jardineiras que aguardavam a travessia. E mais: já era noite quando chegamos à beira do rio. Eram aproximadamente 20.00 horas quando entramos no Centro de Barreirinhas. Portanto, istepô, seja esperto e não caia nessa. Há horário para esse passeio pela manhã, mas à tarde faz menos calor; a escolha é sua. Agora, quer saber? Mesmo caindo nessa esparrela, vai valer à pena. Podes crer, amizade.
BARREIRINHAS é a porta de entrada para um lugar único no mundo. Trata-se de dunas e lagoas que parecem não ter fim, e que chegam a assustar por tanto deslumbramento. Ouvir o barulho do vento e vê-lo despenteando as dunas com seu acarinhar é um momento único que emociona os corações menos avisados. É hora de sentir um arrepio percorrendo seu corpo dos pés à cabeça, acreditar no em que você vê ,e se perguntar qual a origem de tudo aquilo.
E quando penso que navegamos em quadriciclo de Barreirinhas até Atins com nossos guias desafiando esta paisagem emocionante sem uma bússola sequer, sinto-me privilegiada e agradecida ao Deus em que acredito. Afinal, fomos escolhidos para vivenciarmos esta experiência e temos que agradecer, infinitamente, por esta graça.
4º DIA na ROTA – DE JERICOACORA(CE) à LUIZ CORREIA (PI).
A surpresa começou na recepção do Carnaubinha Praia Resort, onde embarcamos com nossos pertences em um veículo do tipo que servem jogadores de golf.
Além deste conforto, contamos com o abraço carinhoso de um conjunto de sofás do qual não tive a menor vontade de me levantar. Por mim, passaria a noite ali mesmo. Fora isso, na vitrine da butique da recepção vimos artigos variados para o hóspede curtir a praia, incluindo a garotada, claro.
SEGUEM OS MAPAS DO ROTEIRO ATENÇÃO! O mapa informa o trajeto habitual pelas rodovias estaduais! Acontece que Paulo Rocha substitui as rodovias CE-085 e boa parte da CE-402 beirando o mar até chegar a Camocim.
Aceitamos de pronto a sugestão de Paulo Rocha, ou seja, uma passada sem nenhuma pressa pela Lagoa Grande, em nossa ida para Luis Correia. O que acontece? De Jericoacoara a Camocim são apenas 3 horas de viagem. Daí, para o viajante não perder um dia de sua permanência na Vila de Jericoacoara, só para conhecer a lagoa que substituiu a famosa Tatajuba, Paulo a incluiu no roteiro de ida para Luiz Correa, onde nos hospedamos no Carnaubinha Praia Resort.
No dia de nossa partida de Jericoacoara para Luiz Correia, antes do horário marcado, 8.30 h, Paulo já estava parado na porta do Hotel Villa Beija Flor.
Devidamente paramentados com roupas de praia, embarcamos e fomos direto para a Lagoa Grande.
Para saber mais a respeito de um tico do trajeto, clique aqui. E para saber como é a travessia do rio, veja-a neste breve vídeo – a travessia é mais rápida ainda.
APÓS CRUZAR o RIO GURIÚ
chega-se à Mangue Seco, localidade bastante modificada nos últimos 5 anos. Honestamente? Não apreciei as novidades… Em minha opinião prá lá de inoportuna, penso que a criação deste ponto foi desnecessária. Em primeiro e em segundo lugar, devido à proximidade e semelhança com o que você encontrará em seu destino, a Lagoa Grande.
COMO CHEGAR À LAGOA
Há um caminho alternativo que se resume em uma viagem. Só prá você ter uma idéia, de Jeri à Luis Correa, no Piauí, são 3 horas de percurso; e para sair de Jeri e chegar ao Lago Grande, sem passar pelo Mangue Seco, são 2 horas! O passageiro sairia (já vou logo colocando o verbo no condicional que é para você não cair nessa) da Vila de Jericoacoara, iria para Jijoca, passaria por Parazinho, para depois então decidir se continuaria até Lago Grande e/ou Tatajuba. Dê uma olhada no mapa e entenda o porquê do roteiro que Paulo Rocha fez por Mangue Seco.
RoteiroVila de Jericoacoara/ Lago Grande:
RoteiroVila de Jericoacoara/Tatajuba:
IMPORTANTE!
Para entender Mangue Seco, imagine uma linha reta entre Jericoacoara e Tatajuba, atravessando o Rio Guriú – foi nosso roteiro! Não sendo assim, observe no mapa a imensa volta que teríamos que fazer para chegarmos ao mesmo lugar.
Quando digo que Paulo conhece a Rota das Emoções como ninguém, é porque tenho razão.
MANGUE SECO
A internacionalmente conhecida Praia de Mangue Seco era tocada unicamente pelo vai-e-vem das marés, e pela passagem ligeira de veículos – principalmente buggys que se destinavam à Lagoa de Tatajuba.
À exceção de marcas de pneus na areia, não havia outro sinal de interferência do “ser” dito humano. Refere-se a um lugar de beleza única, onde víamos, vez ou outra, algum apaixonado por imagens desembarcar de seu veículo para registrar o trabalho generoso e exuberante da natureza naquele lugar.
Ouvíamos o barulho do mar vindo de longe, bem como o assobio afinado do vento avaliar nossos ouvidos, além da variedade de canto de pássaros enternecer o mais empedernido dos corações. Mangue Seco é Mágico…
Passei algumas vezes pela Praia de MangueSeco em ocasiões bem diferentes e admirava essa intocabilidade que imaginei ser eterna. Que bobagem! Ao passar pelo mesmo caminho recentemente, agosto de 2018, senti um baque ao testemunhar a transformação que citei no início da postagem (e ainda bem que foi só em um trecho!). Lançaram mão de pedaços de madeira – que inicialmente me pareceram ter origem no próprio mangue -, e construíram escadas, balanços, casas em árvores, pontos de vista e mais alguma coisa. Estenderam redes, construíram bares/restaurantes, ponto de encontro dos guias turísticos e até uma barraca que vende artesanatos!
GRANDES E DESASTROSAS MODIFICAÇÕES
Guias não nivelam os auto-falantes de seus veículos e o resultado é uma provocação aos tímpanos mais sensíveis. Há quem aprecie essa alegria toda? Claro! Como seria o mundo se todos gostassem das mesmas coisas? A sensação que tive ao ver o conjunto da obra assim que chegamos, foi a de que levaram alguns turistas enjaulados até lá e em determinado momento alguém gritou: – SOOOLTA!!! E a partir daí, mermão… só quem viu é que sabe.
Havia gente subindo em árvores, outros se balançando, outros já aboletados em galhos, alguns se agarravam em escadas tentando subir nas árvores… Ói, paro por aqui para não escrever o que não devo. O vídeo foi gravado em um momento tranquilo a fim de que não tivesse novo impacto ao rever as imagens. Lá vai! Clique aqui.
ORIGEM E DESTINO DA PALHA E DA MADEIRA DA CARNAÚBA
Inconformada com o cenário perguntei a nosso guia e amigo qual a origem do madeiramento e ele me explicou o seguinte: que toda a madeira utilizada na preparação dessas estruturas é originada do sertão, incluindo a carnaúba, cujo corte é controlado pelo IBAMA, pela SEMACE (Secretaria de Meio Ambiente do Ceará), e pela Prefeitura.
O MANGUE
permanece intocável e essa estrutura do “parquinho” é trocada a cada dois anos por questão de segurança. Relaxei, mas só nas questões do controle dos materiais empregados. Agora, quanto à macacada…
CONTINUAMOS
em direção à Lagoa Grande, mas não sem antes passar pelas mesmas emoções que sentimos em 2013: subindo e descendo dunas, mas desta vez em um veículo de passeio e não em um buggy – menos confortável, mas tão maravilhoso quanto.
Continuamos nesse balé pelas dunas ainda por um breve tempo e logo chegamos à novidade: o Lago Grande, onde almoçamos.
A fila grande era para o esquibucho. A propósito: você sabe do que se trata? Não? Então clique aqui e rapidinho saberá.
NOSSO ALMOÇO FOI EMBAIXO DE UMA BARRACA FINCADA NA AREIA DA LAGOA.
Neste cenário almoçamos um farto prato de Camarão com Salada e uma porção de Baião de Dois. Vez ou outra sentíamos uma beliscada de um peixinho mais atrevido nas pernas, mas… fez parte. Afinal, sem precisar pensar muito, os intrusos éramos nós. Portanto, os incomodados que se mudassem.
QUEM COMIA O QUÊ
Enquanto os peixes mordiscavam nossas pernas, fazíamos o mesmo com os camarões. Era um beliscando abaixo da linha d’água e outro beliscando acima. Uma casca que foi levada de um de nossos pratos pelos fortes ventos caiu na água, e antes que pudéssemos catá-la os peixes a atacaram com uma rapidez surpreendente até destruí-la. Não demorou muito para que sentíssemos outra mordidinha nas pernas enquanto continuávamos a saborear os camarões, só que desta vez o ciclo não se fechou porque não deixamos mais nenhuma casca voar. Pa-rou! Lugar de lixo é na lixeira e fim de papo.
Não nos demoramos na lagoa, e assim que acabamos de almoçar partimos para Camocim. Essa pressa toda era porque ainda tínhamos que atravessar o Rio Coreaú, disputando apenas uma balsa, e seguir para Luis Correa.
Visto de poucos metros de distância, o Lago Grande faz lembrar um oásis tanto quanto Jericoacoara. Se repararmos bem, não deixam de ser.
Em determinado momento da viagem, Paulo sugeriu pegarmos um atalho a fim de verificar se poderíamos trafegar pela beira da praia. Caso a maré estivesse baixa, seguiríamos até a foz do Rio Coreaú beirando o mar.
NOTE BEM: Boa vontade não falta nesta criatura que faz tudo para agradar seus passageiros. Foi assim desde que nos conduziu pela Rota das Emoções pela primeira vez, em 2010.
Clique aqui para saber mais a respeito do tráfego na trilha da foto acima. É vapt-vupt.
NADA ACONTECE POR ACASO! É PRECISO ESTARMOS ATENTOS AOS SINAIS QUE O UNIVERSO NOS DÁ.
PARTICULARMENTE, ACREDITO PIAMENTE NISSO.
Quando aceitamos a sugestão de Paulo, não foi à toa. O que aconteceu? Ao chegarmos à praia, vimos que a maré estava alta e que não seria possível chegarmos à margem do Rio Coreaú trafegando pela beira do mar conforme imaginamos. O lugar era lindo! Pedi permissão a nosso querido guiador para descer do carro, disparei algumas fotos e voltei.
Niqui Paulo terminou de manobrar o carro para voltarmos, ele parou e ficou observando uma Toyota, a primeira de cinco, que chegava pela esquerda ao mesmo ponto em que estávamos. Sem titubear, Paulo Rocha afirmou que o motorista entraria em apuros e aguardou. E não é que o danadinho acertou em cheio?
O motorista não foi nada habilidoso; pelo contrário, era beeem atrapalhado. Ao invés de passar por cima da vegetação de sua esquerda, em terreno firme, o istepô tentou seguir em frente e ainda quase atropela um tronco de carnaubeira. Não entendemos nada. Areia muito fôfa…, ele acabou ficando atolado, claro. E Paulo só olhando… A criatura tentou sair do atoleiro, mas a Toyota afundava cada vez mais. Era um tal de chegar prá frente e chegar prá trás, mas sem resultado algum.
Paulo então ofereceu ajuda porque percebeu que a turma era muito ruim de roda. Muito ruim, mesmo. Neste carro havia mais 4 passageiros que não queriam sair da Toyota de jeito nenhum, alegando que estava muito calor. Em uma situação desta, eu, como motorista, seria meiga como um coice de mula e colocaria todos prá fora do carro. Seria o troco por não levarem em consideração a situação em que se encontravam! O comodismo foi ao extremo, e a falta de respeito foi total. E mais: uma das passageiras era uma senhora mais gorda que o Toyota.
Nosso amigo aproximou-se para ajudar, e logo de início usou de franqueza e disse-lhes, educadamente, que as passageiras estavam dificultando as manobras e que deveriam descer da Toyota o mais rápido possível. Clique aqui para saber alguns pormenores. Aconteceu que, não se sabe por qual motivo, o motorista deu ré e o carro quase virou no desnível da praia. Mô-quidu!…Na hora em que sentiram o perigo foi até engraçado: vimos uma explosão de gente prá tudo que é lado! Foi como se tivessem descoberto uma cobra dento do carro. A primeira idéia seria amarrar uma corda nos dois veículos a fim de que Paulo puxasse a Toyota, mas abortaram a idéia mediante a sugestão de Paulo.
Ele orientou o motorista a entrar no carro, chamou dois pesos pesados que estavam nos outros veículos, e os três subiram no estribo do lado esquerdo. Nosso amigo então instruiu o condutor para que virasse o volante em direção à beira da praia – o óbvio -, ao invés de insistir na manobra que estava fazendo e que não estava dando certo, ou seja, tentando subir o desnível. Houve argumento, mas Paulo insistiu e foi essa manobra que salvou a situação, porque o peso dos três mosqueteiros garantiu que o veículo não cambalhotasse. Daí, “entre mortos e feridos, salvaram-se todos”. Ufa!
Felizes com a ajuda, retomamos nosso caminho e seguimos ao encontro do Rio Coreaú, nosso velho conhecido.
PAULO, QUEBRANDO UM GALHÃO!
Só uma balsa estava trabalhando, e quando chegamos havia alguns veículos na fila para atravessar; tratava-se de um grupo de viajantes. Repentinamente, Paulo foi chamado para entrarmos com o carro na balsa; não entendemos… Habilmente, sem que percebêssemos, nosso guiador entendeu-se com o líder desse grupo e pediu licença para embarcarmos antes deles, caso todos concordassem. Como tínhamos apenas um veículo para atravessar, o grupo nos obsequiou com esse embarque. Ficamos muito gratos.
CAMOCIM
na linguagem tupi-guarani significa “buraco ou pote para enterrar defunto”. As temperaturas médias são em torno de 26 graus. No Verão, não costumam chegar a 32 graus, com minimas registradas de 29 graus; no Inverno, oscilam entre 21 e 22 graus aproximadamente. Não há estação do ano definida naquela região; há, sim, o período das chuvas (de janeiro a junho) e o período da seca (de agosto a dezembro). Julho funciona como um intermediário entre ambos os períodos.
O município conta com belas atrações turísticas que a maioria dos visitantes nem desconfia que pertencem à Camocim. A Lagoa da Tatajuba é uma delas e a Praia de Guriúé outra.
Lembram de Mangue Seco, citado lá em cima? Pois é. Essa região próxima de Jericoacoara também pertence à Camocim. Quando fizemos a Rota das Emoções com Paulo, em 2010, passamos por todas as praias do município. São belíssimas. Há ainda uma ilha, a Ilha do Amor, que não conhecemos.
EM CHAVAL,
cidade cearense localizada na fronteira com o Piauí, passamos pela Pedra da Gruta Nossa Senhora de Lourdes. Como chegar, história de sua construção e datas festivas, bata clicar no link.
Agradecemos por nossos momentos, pedimos proteção e prosseguimos viagem até Luis Correa, onde nos hospedamos em um resort excepcional chamado Carnaubinha Resort Hotel, assunto da próxima postagem.
ROTA DAS EMOÇÕES– Esta página foge do perfil que tenho postado no blog pelo seguinte: trata-se de uma viagem que postei em um site de viagens que fechou suas portas, porém não comunicou a falência a seus colaboradores. Quando me deparei com essa realidade senti muito por meu trabalho perdido. De tudo que postei – e só de fotos foram mais de duas mil -, consegui salvar apenas este texto e ainda me dei por feliz.
ROTA DAS EMOÇÕES – O QUE É ?
Esta rota, que faz jus a seu nome, compreende os LENÇÓIS MARANHENSES, o DELTA DO PARNAÍBA, no Piauí, e a COSTA DO SOL POENTE CEARENSE – Jericoacoara e Camocim.
ALGUMAS DICAS DA ROTA DAS EMOÇÕES
OBS: Os mapas dão a idéia do caminho percorrido de Fortaleza até São Luiz. Na verdade, o Google não conseguiu calcular a Rota das Emoções exatamente como traçamos. Por exemplo: de Tutóia seguimos até Caburé, na foz do Rio Preguiças. Neste ponto uma lancha nos aguardava para subirmos o rio e chegarmos a Barreirinhas, de onde partimos para São Luiz após alguns dias.
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