LE COCHON À L’OREILLE e L’ESCARGOT MONTORGUEIL
são os alvos desta postagem, mas antes falemos um pouco a respeito de Paris.
PARIS
é indefinível. Paris é para você se deixar levar pelo o que seus olhos pedem; é sair desfrutando de tudo que se vê e não se prender a roteiros. Nada de radicalismos! Até concordo que você relacione o que pretenda visitar a cada dia, mas… não lhe custará nada saber onde aquela ruazinha simpática e atraente fora de seu roteiro o levará. Tipo a da foto que postei abaixo.
IMAGEM DESTACADA – Le Cochon à L’Oreille.
LES HALLES
Esses encontros com o inesperado poderão gratificá-lo intensamente e lhe digo o porquê. Foi num esquema desses que partimos para rever o Les Halles e visitar endereços especiais para quem aprecia uma boa mesa. Esse era nosso propósito. Entretanto, mudamos de plano e deixamos que os imprevistos nos conduzissem.
O Les Halles era canteiro de obras só e nessa confusão acabamos por confundir as saídas e nos perdemos. Não houve indicação que desse jeito. Mas, cá prá nós, perder-se em Paris não é preocupante; muito pelo contrário. Particularmente, acho um privilégio poder bater pernas pela cidade considerada a mais bonita do mundo, enquanto você não encontra seu rumo. Perder-se lhe servirá de motivo para constatar que, cada vez mais e com toda certeza, Paris é uma festa. Mas, como em toda regra há exceções, não lhe custará tomar precauções; certamente, Paris não está livre de golpistas e de batedores de carteira. A propósito, dê uma olhada no alerta do final da postagem.
Voltemos à vaca fria: saímos do canteirão de obras e partimos para os endereços infra citados atrás de simples e conhecidas ferramentas – talheres. Ao longo de meus 71 anos de vida ouvi duas pessoas se referirem à talheres como ferramentas: meu pai, e um senhor que conhecemos em uma viagem e com quem algumas vezes dividimos mesa.
Para quem ama cozinhar e fazer bonito para convidados, a La Bovida, a E. Dehillerin, a A. Simon e a Mora são verdadeiros paraísos. Vendem o que você imagina em matéria de utensílios para cozinha, e muito mais o que não imagina.
LE COCHON
Mas o que esses endereços têm a ver com o bistrô do título? Tudo! Nessa busca, antes de chegarmos à Mora, tivemos a felicidade de passar em frente ao Le Cochon à L’Oreille e paramos. O bistrô é colado na Mora.
Em princípio, o que seria apenas uma olhadela no bistrô, transformou-se em um café acompanhado por torta. Tínhamos que ver aquela maravilha mais de perto, e o cafezinho nos serviu de motivo; era muita beleza para pouco espaço, o que tornou o ambiente mais atraente. Fiz com que o café rendesse apenas para observar a decoração das paredes, que é de cair o queixo. Claro, não sairia dali sem captar aquela obra de arte e pedi licença para fotografá-la. Concedida a licença, cliquei-as.
A obstrução da escada foi periódica devido a uma obra no andar superior.
Fotos do bistrô anteriores a essas (de 2013), e outras bem mais recentes vistas na internet (2016/17), mostram um mezanino espaçoso, embora a decoração nada tenha a ver com o cenário original da casa. Passamos pela porta recentemente, em abril de 2019, mas não entramos e me arrependi.
O ANTIGO LES HALLES
Os ladrilhos pintados da foto acima me fizeram imaginar como seria o Les Halles de antigamente, quando no coração da cidade pulsavam dois mercados de alimentos frescos – é uma história longa que começa em 1137 com Luiz VI.
Verdade seja dita, o imenso shopping center que encontramos e que abriga a estação de trem RER Châtelet Les Halles (linhas A, B e D) e 5 linhas de metrô 1, 4, 7, 11, 14 na Châtelet, necessitava de uma repaginada, mas não imaginei que fossem descaracterizá-lo por completo porque ele era lindo!
Esse ponto de venda, que a pintura nos ladrilhos do Le Cochon mostra sob dois ângulos, permaneceu por muitos anos no centro de Paris. Aconteceu que na década de 1960 estes mercados mudaram-se para Rungis (um hipermercado de dimensões estupendas na periferia da cidade) e para La Villette. Neste último, um antigo abatedouro, criaram o maior parque de Paris.
De acordo com um rápido bate-papo com o jovem que nos atendeu, soubemos que esse amarelado dos ladrilhos é resultante da fumaça dos cigarros dos clientes; ou seja, paredes curtidas desde 1890!
LE COCHON À L’OREILLE
trabalha com pratos feitos (fórmulas) e com menu à la carte a preços convidativos. O foie gras preparado pela casa é um sucesso, bem como os escargots. Atendimento cortês.
L’ESCARGOT da Rue MONTORGUEIL
E por falar nessa gostosura, há um restaurante famoso especializado na iguaria: trata-se do L’Escargot, na rue Montorgueil, 38, próximo ao Le Cochon.
Esta pequena rua, em si, é uma atração: há cafés, padarias, restaurantes, lojas de grifes, horti-fruti, chocolaterias, farmácias, supermercado, cabeleireiro, florista, hotel, açougue, peixaria, loja de produtos naturais e muito mais comércio que você poderá curtir tranquilamente.
Um amigo ligadíssimo em gastronomia (e que nunca saiu do Brasil!) foi quem nos indicou o famoso restaurante.
Aconteceu que nesse bate-pernas não nos demos conta do passar do tempo, e por isso acabamos por bater com o nariz na porta. Tínhamos intensão de almoçar no L’Escargot, mas… não foi possível.
Fica a dica para quem gosta dos saborosos caracóis, servidos até em generosas porções de 36 escargots para compartilhar. Ah! O restaurante também serve ostras!
AVISO AOS NAVEGANTES
Para finalizar a postagem, aqui vai o alerta de uma senhora brasileira residente em Paris há muitos anos: trata-se da atenção que todos devem ter na Estação de Metrô/RER Châtelet Les Halles.
A Sra Maria Lina é autora do site mais completo a respeito de Paris e arredores que conheço, e é justamente ela quem dá o importante recado. Não deixem de consultá-lo! Basta clicar no link iluminado. Leia também: Rue Montorgueil – L’Escargot.