FOTO DESTACADA: Foto panorâmica tomada do extinto Morro de Santo Antonio por Augusto Malta.
Maiores informações a respeito do renomado fotógrafo poderão ser encontradas na página de Márcia Martins Olímpio, no Facebook.
FOTO DESTACADA – Plataforma da Estação de Trem de Aix-en-Provence
UM POUCO DE HISTÓRIA
Aix-en-Provence é uma cidade fundada em 122 A.C. que conta atualmente com mais de 140 mil habitantes. Inicialmente, a localidade recebeu o nome de Aquae Sextiae, em homenagem ao romano Gaius Sextius Calvine que até hoje tem seu nome lembrado devido a um spa da cidade – o Thermes Sextius. Neste local funcionava uma terma romana da qual ainda se preservam algumas ruínas.
Aix en Provence (que se traduz como “Águas de Provence”) faz jus a seu nome devido à abundância de água existente na cidade.
Só no Cours Mirabeau são três fontes, onde a mais importante é a Fonte Mousse devido a uma característica especial: suas águas não congelam no inverno devido à temperatura de sua água que permanece sempre em torno de 27 graus. De todas, a maior e mais conhecida é a La Rotonde, no Centro de Aix, e a dos Quatro Golfinhos. Esta fica escondidinha na Praça de mesmo nome, e é acessível pela rua 4 de Setembro. Na Place des Albertas há outra fonte, alcançável pela rua Espariat. Saiba mais clicando aqui.
La Rotonde, no Centro de Aix, localizada na Place Général De Gaulle. É encimada por 3 estátuas. A que está voltada para o Cours Mirabeau representa a Justiça. A que representa a Agricultura está voltada para Marseille, e as Belas Artes está em direção a Avignon.
AIX-EN-PROVENCE
PAUL CÉZANNE
O filho mais famoso de Aix foi o pintor pós-impressionista Paul Cézanne, nascido em 19 de janeiro 1839. A casa onde nasceu, a loja de chapéus de seu pai e o atelier onde trabalhou por apenas quatro anos (de 1902 a 1906) estão em perfeitas condições para visitação. Inúmeras telas e aquarelas com o motivo da Montanha Sainte Victoire não deixam dúvidas de que era seu foco predileto. Em mais de 80 obras Cézanne evidenciou sua paixão por esta montanha. Dez de seus trabalhos estão expostos no Museu Granet, próximo à Fonte dos Quatro Golfinhos.
DELACROIX
foi sua inspiração para criar seu estilo de pintura. Matisse e Picasso o consideravam o precursor do Cubismo por ter valorizado as formas geométricas oferecidas pela natureza (cubo e esfera são exemplos). Suas composições ressaltam contornos arquitetônicos de objetos e paisagens. Cézanne sacrificou a perspectiva, em prol do que achava que devia ser valorizado. Sublime desobediência…
AIX-EN-PROVENCE – Saiba Mais A Respeito de Aix Clicando Aqui!
COMO CHEGAMOS EM 2013
Em 2013 saímos em TGV da Gare de Lyon, em Paris, e chegamos a Aix após 3 horas de viagem. Leonor nos aguardava na gare. Ela seria nossa guia e piloto de um carrão que nos conduziria pela Provence a partir do dia seguinte. Eu havia lhe enviado nossa foto e a danadinha veio ao nosso encontro assim que botamos o pé na plataforma.
COMO CHEGAMOS EM 2014
Em 2014 saímos de Marseille para Aix. Por ser bem mais perto que Paris, a viagem durou apenas 30 minutinhos. Não importa se você faz esse percurso de trem ou ônibus, o tempo é praticamente o mesmo. O trajeto é servido por trens comuns, mas que para nós foi puro luxo. São confortáveis, refrigerados e ainda dispõem de mesas bem úteis como essas que você vê na foto. Saiba mais como chegar a Aix clicando aqui.
OPÇÕES PARA QUEM VIAJA DE NICE, PARIS e MARSEILLE PARA AIX.
Anaté Merger indica algumas opções para quem vem de Nice, Paris e Marseille e você ainda aproveita para visitar o site e conhecer as opções de passeio que a jornalista brasileira oferece pelo Sul da França.
AIX-EN-PROVENCE – ONDE COMPRAR
1 – LA CURE GOURMANDE
Embaixo do prédio onde alugamos apartamento, bem em frente à Prefeitura, há excelente comércio. Facilmente encontramos restaurantes, cafés, boutiques, feiras tradicionais e de flores, padarias, supermercados, caixas eletrônicos, lojas onde você compra comida pronta, sorveteria, boutique de biquines e maiôs, malas, enfim… tudo! Lugar onde uma pessoa comodista como eu moraria com a maior tranquilidade.
O que também não falta em Aix são lojas populares e o Monoprix é um exemplo. Trata-se de um tipo de Lojas Americanas beeem melhorado, espalhado por toda a França, e em todas as lojas você conta com um supermercado prá ninguém botar defeito. Além do mais, lojas de grifes famosas tais como Mango, Lacoste, Mac etc, incluindo as nossas “legítimas” Havaianas, valorizadíssimas, não poderiam faltar em Aix.
2 – LE PALAIS DES THÉS
Para se chegar ao Le Palais des Thés não precisa de endereço completo: basta seguir o perfume que exala da loja da rue Chabrier. São chás de diversas procedências. Impossível sair de lá sem comprar um sachet. As embalagens são especiais, hermeticamente fechadas. Para você ter uma idéia, ainda tenho sachets que comprei em 2013 em perfeitas condições. Ressalto a mistura perfumada de laranja com gengibre. É simplesmente divina, digna de ser oferecida a um Zeus. Dentre todos os sabores que experimentei achei o melhor.
3 – BOUTIQUE de MARCEL PETIT
À direita da Cure Gourmande há uma loja especializada em geléias, vinagres,azeites, bebidas… onde entrei várias vezes me esforçando ao máximo para não comprar nada. Porém, após muito paquerar um vidro de “xiléia” de limôn, um de larrranja e outro de morrrango, não houve jeito porque apesar de minha boa vontade a compra foi inevitável. Comprei geléias francesas com sotaque e tudo.
GELEIA e CONFITURE – VISÍVEIS DIFERENÇAS
Aproveito a deixa para lhe perguntar, se você sabe a diferença entre geleia e confiture. Sabe, ou não? A primeira é muito mais nobre por motivos que você saberá mais adiante.
A CONFITURE
é processada com pedaços da própria fruta, e às vezes cascas e bagaços entram no tacho a exemplo da chimia (ou schmier) que tantas vezes vi minha mãe, tias e avó fazerem.
Como a quantidade de doce no final da cozedura era grande, uma parte era destinada ao uso imediato, e a outra era acondicionada em vidros especiais que passavam por um processo trabalhoso para a conservação de seu conteúdo fora da geladeira. Prefito a confiture à geléia.
A GELÉIA
A “xileia”, como ainda pronunciam alguns parentes de Santa Catarina – somos descendentes de alemães -, é mais requintada. É elaborada apenas com sumo das frutas e açúcar. Quanto mais rica em pectina for a fruta, mais encorpada fica a geléia, que acaba adquirindo uma consistência vítrea ao esfriar.
Laranjas (principalmente a que conhecemos como chin-chin), limões, morangos, framboesas – que eu mesma colhia na cerca da fazenda de meu avô – e pêssegos, cansei de vê-los fumegando em enormes tachos sobre o fogão à lenha em casa de meus avós. Fogão que não apagava nunca, diga-se de passagem. Tenho todas essas imagens vividas nas “terras” de meu avô, em Brusque (mais precisamente da Guabiruba do Norte Alto), muito vivas em minha memória.
AZEITES – A PRODUÇÃO MAIS FAMOSA DA PROVENCE
Quem pensa que as lavandas são a mercadoria que mais vende na Provence está redondamente enganado. Você ainda não sabe, mas saberá agora: o que mais se destaca no Sul da França é oazeite! E como não poderia deixar de ser, nossa guia e amiga Leonor nos indicou uma loja pequenina bem pertinho de onde alugamos apartamento para comprarmos nosso azeite. A loja chama-se A CAVE DU FÉLIBRIGE, na 8 Rue des Cordeliers, Aix-en-Provence, França – Telefone:+33 4 42 96 90 62.
O BAITA PRESENTE DE LEONOR
Em 2013 Leonor havia nos presenteado com duas garrafas de um azeite bem ácido, do jeito que amo de paixão. Era magnífico. Porém, em 2014 só encontramos uma garrafa deste azeite, que acabou ficando com meu amigo. Este azeite é de fabricação artesanal limitada e recebeu premiação por sua qualidade.
Seu aroma e sabor são surpreendentes. O perfume é semelhante ao da folha de oliveira verdinha quando a gente a amassa na mão. Até então nunca havia experimentado um azeite assim tão puro, tão natural. Fiquei fã, tenho procurado um azeite que se pareça com este aqui no Brasil, mas… é difícil.
AIX-EN-PROVENCE – ONDE SE HOSPEDAR
OS APARTAMENTOS QUE ALUGAMOS em AIX
A PORTARIA
O prédio da rueVauvenargue onde alugamos apartamento conta com elevador moderno, acessível após o morador passar por dois portões e digitar dois códigos diferentes: o primeiro abre a pesadíssima porta de madeira do edifício e o outro a porta de vidro da longa portaria. Mas ainda não acabou: você só consegue acessar o elevador após utilizar um pequeno instrumento identificador do apartamento. Trazia esses códigos escritos em vários lugares. Caso nos faltasse a memória – o que não é difícil – e não pudéssemos entrar no prédio, seria uma naba (dicionário manezês).
O APARTAMENTO DE 2014 (I)
Alugamos o imóvel por intermédio de Anaté Merger – clique aqui para saber mais – e tivemos gratíssima surpresa quando adentramos o apartamento. Ele era arejado, claro, espaçoso, bem montado, confortável e ainda com todos os apetrechos de cozinha à disposição. Melhor, impossível porqe Tudo funcionando a contento.
O APARTAMENTO DE 2013
O apartamento que havíamos alugado no mesmo prédio em 2013 não era tão amplo e houve um pormenor que nos dificultou bastante: uma escada com degraus para um apenas um pé, do tipo daquela existente na casa de Santos Dumont, em Petrópolis. Esta escada perigosa leva ao mezanino onde fica a cama.
Subir não era muito problemático; o negócio era descer de madrugada para irmos ao banheiro. Tínhamos que sair tateando a mesa de cabeceira para acender a luz e acabávamos acordando o outro. Diria que trata-se de um apartamento para jovens.
No mais, a sala que se vê na foto, a mesa de jantar, a cozinha e o banheiro nos serviram perfeitamente.
O APARTAMENTO DE 2014 (II)
Mas esse era tudo de bom. Foi uma maravilha, esse Paraíso em Aix mesmo sem ser um “Pedaço de Saigon” (Carlão, Feital e Cláudio Cartier). Ah! Esqueci de dizer que as janelas eram antirruído!
Esses pássaros pretos de nome complicado (esqueci de anotar) que lembram o anu, diariamente anunciavam o fim da tarde com muita algazarra, quase dentro do apartamento. Segundo nossa guia Leonor, comem qualquer coisa.
MAIS e MAIS COMPRAS!…
As feiras são diárias na Praça Richelme. Dispensável dizer que todos os produtos são vendidos frescos, sem defeitos, e isso se deve ao respeito pelo consumidor.
O francês não curte só um bom prato. Não! O francês curte o alimento! Os compradores não ‘apertam’ frutas, legumes e o que mais lhes interessar, porque não existe esse péssimo hábito na França. Não há justificativa para esse tipo de comportamento, porque tudo que é oferecido na França em matéria de alimento está em perfeitas condições de consumo. Além do mais, normalmente, o próprio vendedor é quem lhe serve.
Uma prova desse controle de qualidade, é que servem água de torneira até em restaurantes, caso você não especifique que deseja tomar água mineral.
Lavandas não poderiam faltar na feira de flores que é montada às terças, quintas e sábados na Praça da Prefetura.
COMPRAS NO COURS MIRABEAU À NOITE
ONDE COMER?
Aix en Provence é riquíssima em comércio. Ninguém precisa andar léguas para encontrar o que deseja. Supermercados, cafés, padarias e açougues estão em toda parte …
CAFÉ BELLE ÉPOQUE
O QUE VER EM AIX
Só em caminhar pelas ruas de Aix, não importa se na parte antiga ou moderna, o visitante ficará encantado com o que verá por todos os lados.
Feiras diárias onde encontrará o que imaginar – roupas, calçados, legumes, verduras, frutas, embutidos, perfumes, artesanatos…
Para quem aprecia arquitetura, ficará encantado nesses passeios. Dependendo da época da visita, as janelas estarão coloridas pelas flores das jardineiras, bem como toda a cidade.
Há Cafés por toda parte, igrejas, bons restaurantes, museus, chafarizes, fontes, mercados do tipo das Lojas Americanas, monumentos… E ainda há as cidades próximas para deixá-lo mais hipnotizado ainda.
A caminho do Museu Granet (clique aqui para saber mais) acabamos encontrando a Fonte dos Quatro Golfinhos, obra barroca esculpida em 1667. Linda.
ARREMATE – Aix-en-Provence é uma cidade universitária de águas termais considerada, por votação, a melhor cidade francesa para se viver. Com certa frequência é citada como a Cidade das Mil Fontes. Sua origem é romana; foi fundada em 122 A.C.
Endereço: Impasse Port Royal – 30700 Uzès.
Tel.: 04.66.22.38.21 / 09.52.68.38.22
Email: jardinmedievaluzes@gmail.com
UM POUCO DE SUA HISTÓRIA No século XI havia dois castelos em Uzès: o castelo Bermond e o castelo de Raymond, nomes dos “senhores” da cidade. O castelo Bermond se converteria em ducado mais tarde.
Em 1242 e 1280, os bispos – e mais tarde o Rey Carlos VIII, em 1493 -, adquiriram cada um, uma parte da propriedade de Raymond. Os três senhores de Uzès ficaram então assim definidos: o descendente dos Bermond, o Bispo e o Rei. Desse modo, as três torres de Uzès acabaram por simbolizar os três poderes rivais até a revolução. Continuar lendo “FRANÇA . UZÈS . Jardim Medieval . Passeio Dispensável.”→
IMAGEM DESTACADA – Lavandas Papillon (borboleta). Oferta de uma loja de decoração. Lindas!
UZÈS
é uma comuna que contava com aproximadamente 9.000 habitantes em 2010. Trata-se de outra cidade pequena com aparência de cidade grande, e acredito que este perfil de Uzès deva-se às ruas e avenidas arborizadas, e ao destaque de suas construções imponentes.
L’Isle-sur-la-Sorgue, distrito de Avignon, é uma comuna no Sudeste da França no Departamento de Vaucluse, que cresceu às margens do Rio Sorgue, cuja nascente fica em Fontaine du Vaucluse.
Dista em 707 km de Paris, 84 km de Marselha e 33 km de Avinhão.
COMO CHEGAR
L’Isle-Sur-La-Sorgue é servida por uma estação de TGV (Trem de Grande Velocidade) em Avignon, que fica a 25 minutos do Centro, por outra de trem comum (8 km a pé). Serve-se de dois aeroportos, a saber: um em Avignon, 15 km distante, e outro em Marseille, a 1.15 horas de viagem. Clique aqui para saber mais a respeito do Aeroporto Avignon-Provence.
FOTO EM DESTAQUE – Campos de Girassóis entre Aix-en-Provence e Cavaillon. O assunto de hoje é Carpentras, mas vamos começar por…
…AIX-EN-PROVENCE
Saímos cedo de Aix-En-Provence porque tínhamos uma estrada um pouco longa pela frente, mas mesmo assim não deixamos de passar na feira após o café da manhã – feira quase embaixo de nossas janelas.
Alugar imóvel no exterior tem suas vantagens; por outro lado, limpezas em geral, café da manhã e vez ou outra um jantarzinho ficavam por nossa conta. Vai daí que nesse dia acordamos muito cedo por conta das compras – e da arrumação do apartamento que já estava bem descabelado – e saímos em direção a…
CARPENTRAS
Em Carpentras, Isle-Sur-La-Sorgue, Uzès e Apt vimos as maiores feiras dentre todas as comunas por onde andamos. Anaté escolheu a dedo as cidades por onde poderíamos serpentear entre as centenas de barracas. Esse tipo de comércio é atração turística na Provence por muitos motivos, e a prova disso é o número expressivo de turistas se esbarrando nas ruas estreitas. E para quem gosta do babado, unirá o útil ao agradável sem erro algum. “E vou-te dizê-te uma côza” (dicionário manezês): bobagem pensar que você sairá desses imensos mercados a céu aberto de mãos abanando. Prá isso a pessoa tem que ser firme! Ter muita personalidade, e eu não tenho nenhuma quando o assunto é comprar. Para forçar a barra me pergunto algumas vezes: – Você vai, realmente, aproveitar isso? Tem funcionaaado, mas…, quem há de resistir a um patezinho preparado com as mais genuínas receitas provençais, ou a um pedaço de queijo daqueles bem fedorentos, mas deliciosos? Nenhuma feira escapou de nossas investidas. Em todas encontramos alvos saborosos que saciaram nossa gula e curiosidade em experimentar os produtos da terra. Algumas vezes fechei os olhos em frente à barracas de embutidos e farejei o ar como um cachorro vira-latas faminto. Não resisto, e confesso que sou fraca quando o assunto é comer.
O QUE COMPRAR NAS FEIRAS PROVENÇAIS?
A feira de Carpentras não é tão grande quanto a de Uzès – penso que esta seja a maior de todas. As feiras, sem exagero, são maravilhosas. Ora é o perfume das flores que está no ar, ora é o dos condimentos, e não posso me esquecer daquele cheirinho dos queijos e salames. Isso, sem contar as barracas que vendem azeitonas, champignons, alhos e outras delícias já devidamente temperadas. E dá-lhe aromas. Ai, Jesus! Gula é pecado. Roupas, calçados, bijuterias, camisetas pintadas, especiarias, peixes, legumes, frutas, verduras, champignons, doces, sabonetes, sachês, roupa de mesa, cama, banho, objetos para decoração, artesanatos variados e até redes do nordeste!!! vimos na feira de Carpentras. Enfim, dá prá fazer um belo estrago na carteira.
CARPENTRAS
Carpentras é uma comuna francesa na região administrativa da Provença-Alpes-Costa Azul, no departamento de Vaucluse. Tem perfil de cidade grande apesar de a estatística apontar 30.000 habitantes. Nem chega a isso, é um pouquinho menos. Dista de Aix-en-Provence em 96,3 km, e de Fontaine-du-Vaucluse em 22,3 km. Visitamos as duas cidades no mesmo dia. Leonor, brava motorista, dava conta de todos os recados independentemente das distâncias.
UM POUCO DE HISTÓRIA
Carpentras foi capital do Comtat Venaissin de 1320 a 1791. Trata-se de uma região que faz parte do Departamento de Vaucluse entre o Rhône e Durance, Monte Ventoux e Dentelle de Montmirail, compreendendo as cidades de Carpentras, L’Isle-sur-la-Sorgue e Cavaillon. Esse condado ficou sob a administração papal durante cinco séculos. Profundamente marcada pelas diferentes ordens que se estabeleceram na cidade, Carpentras conserva um patrimônio religioso importante. Exemplo é a Catedral de Saint-Siffrein, linda, edificada entre 1405 e 1531 em estilo gótico meridional.
SINAGOGA do SÉCULO XIV
A sinagoga, sempre em atividade, evoca a história dos judeus perseguidos no Reino de França que encontraram refúgio no condado sob a proteção da Santa-Sé. Esta particularidade histórica encontra-se no movimento do judaísmo provençal e seu dialeto judeu-provençal falado pela comunidade judaica.
Obs: Não fosse a insistência de Leonor, nossa guia, não teríamos visitado a sinagoga. Apesar de termos tocado a campainha várias vezes e termos chegamos no horário de visitação, aguardamos muito tempo até que uma senhora abrisse a porta. A certeza de Leonor de que havia movimento na sinagoga foi fundamental para não perdermos essa preciosidade de Carpentras. Sinceramente, aguardamos aproximadamente 30m até que abrissem a porta. Valeu a insistência. O que não valeu foi a falta de atenção da senhora responsável pelo atendimento. Não entendi o motivo da demora absurda.
A TORÁ
Trata-se de um livro sagrado dos judeus onde 613 mandamentos orientam como devem agir em determinadas situações. É considerada o Antigo Testamento da Bíblia Cristã.
A FONTE DO ANJO
Quase em frente à sinagoga está a Fonte do Anjo, ” A MAIS LINDA DE TODAS”. Em 17 de março de 1730, o Conselho Deliberativo da Prefeitura de Carpentras decidiu pela instalação de uma fonte no espaço que ainda hoje ocupa quase em frente à sinagoga e à Prefeitura, considerado o coração econômico e ativo da cidade.
OS RENOMADOS ESCULTORES QUE PROJETARAM A FONTE
Para sua concepção foram convidados dois escultores renomados: Jean-Paul Guigue, que concebeu uma pia hexagonal, um pedestal helipsoidal e não menos que oito máscaras das quais jorrasse muita água.
O outro escultor chamava-se Jacques Bernus, natural de Carpentras, sobrinho do célebre escultor barroco de Mazin, contratado para elaborar o anjo, em chumbo. Esta estatueta foi colocada no alto do chafariz. Esta figura alada representa o gênio da cidade.
Sua mão esquerda se apóia em um escudo no qual constam as armas municipais. Em sua mão direita ele desenrola um filactério* com a insignia de Carpentras: ” Unitas fortitudo, dissentio fragilitas”. Algo parecido com “A união faz a força, a discordância fragiliza” (não garanto a tradução).
A fonte foi cantada pelos poetas e tornou-se símbolo da cidade, chegando a figurar em cartões postais. Aconteceu que em 1904, apesar dos protestos dos habitantes de Carpentras, ela foi destruída por decisão do Conselho Municipal. Alegaram que a fonte era um desperdício de água e por isso deveria ser demolida. A ordem era substituí-la por uma fonte de ferro em que a água só sairia quando manipulada por uma manivela (a bomba manual que conhecemos). Sem nenhuma piedade nem consideração por seu valor arquitetural, a fonte foi derrubada a golpes de picareta! Somente o anjo escapou por milagre e hoje faz parte das coleções da Biblioteca Municipal Inguimbertine – 234 Boulevard Albin Durand 84200 Carpentras – +33 4 90 63 04 92
Cem anos após, em 2004, a Municipalidade optou por reconstruir a fonte tal qual o modelo anterior, consciente da importância desse patrimônio para a cidade.
COMTAT – FROMAGERIE
Saímos da sinagoga e fomos para a fromagerie chamada COMTAT, onde Leonor havia agendado uma degustação de queijos e vinho. Solicitamos a orientação de Leonor na compra de queijos, salame, ovos e paté, já imaginando o lanche da noite. Como sobremesa, nos serviríamos das frutas frescas que “colhemos” na feira pela manhã e, voilá, faríamos uma refeição digna de um rei.
NOSSO ALMOÇO
Vez ou outra saímos para jantar, mas, normalmente, eu preparava um bonito lanche (no apartamento que alugamos na Praça da Prefeitura) com produtos fresquíssimos que tínhamos em casa. Omeletes, saladas, massas ou então um café ou chá devidamente acompanhado por queijos, frios, patés, geléias e ainda aquele pãozinho francês estalando de fresco era o que tínhamos em nossos lanches. Nossa mesa era colorida e variada como mesa de festa.
PARA FINALIZAR, UMA CURIOSIDADE
Quando falamos em Provence nos reportamos imediatamente às lavandas e pensamos logo na cor lilás. Os vinhedos ficam em segundo lugar, e os girassóis acabam nem sendo lembrados!
– Ué!… nasce girassol lá, é?
– Nasce. E como nasce!…
E quando dizemos que o maior produto provençal é o azeite, aí mesmo é que a surpresa aumenta. – Azeite? – É. Azeite. Também “nasce” azeite na Provence. E amêndoas, e nozes, e cerejas, e trigo. E morangos, conhecidos como “fraise”. Na França nasce tudo isso e também nasce francês.
OS MORANGOS DA PROVENCE…
O morango, originário da América do Sul, foi importado na Europa por um navegador de nome Frézier. Graças à criação do canal de Carpentras, as primeiras plantações de morango foram em 1882. Nos anos 1960 as primeiras estufas apareceram e a produção alcançou 12.000 toneladas.
Mas, a concorrência de países vizinhos levou Carpentras a uma diminuição na produção. Hoje em dia Carpentras produz 4.000 toneladas anuais com 300 produtores, e coloca-se em primeira posição na região da Provence.
COMO COMPRAR MORANGOS
de Carpentras, um dos primeiros da produção francesa a aparecer no ano, é procurado por suas qualidades gustativas:são doces, derretem na boca e são perfumados. Criada em 1999, a Confraria do Morango de Carpentras tem como objetivo tornar conhecido o morango do Comtat Venaissin.
Um conselho: escolha morangos bem vermelhos, sem manchas, brilhantes e firmes. Privilegie o aroma, porque é mais importante que seu tamanho.
ANATÉ MERGER
Nossos roteiros de 2013 e 2014 foram elaborados por Anaté Merger, jornalista brasileira residente em Aix-en-Provence há mais de dez anos, e comandante de uma agência de viagens que você poderá alcançar clicando no link com seu nome.
Anaté, além de dedicar-se à carreira de escritora – vários livros editados após firmar residência em Aix-en-Provence -, aliou seus conhecimentos jornalísticos à atividade que vem desempenhando com afinco na Provence: turismo especializado no Sul da França. Mas, Anaté não parou por aí, pois expandiu sua atividade e atravessou fronteiras. Saiba mais clicando aqui.
Conheci o trabalho da jornalista brasileira por intermédio do blog de outra brasileira radicada em Paris, o http://www.conexaoparis.com.br. Desde de 2011 venho perseguindo as novidades postadas diariamente por essas duas guerreiras de sucesso.
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