Trata-se de uma praia bastante procurada por praticantes de kite-surf e por turistas que se deixam atrair por sua beleza e suas águas limpas e balneáveis.
A Praia de Guajiru dista em apenas 18 km de Trairi, e apesar de ser uma criança que nasceu no século XIX, continua em fase de crescimento. A menina-moça é dotada de bom comércio, e bem nutrida em se tratando de assistência médica.
Após 22 dias viajando pela Europa desembarcamos em Fortaleza onde permanecemos por 4 dias antes de voltarmos ao Rio.
Aproveitamos então para visitar o Centro das Rendeiras de Aquiraz e outras paragens, o que nos rendeu bons passeios.
Abaixo está o mapa de uma das cidadezinhas mais procuradas do planeta por suas belezas naturais. E fica no Brasil! No Ceará, minha gente! No Ceará! Chama-se Vila de Jericoacoara – um lugar que atrai turistas do mundo inteiro e está ficando cada vez mais badalada.
O comércio está tão diversificado, que optei por escrever esta postagem fazendo a seguinte pergunta: – ONDE COMPRAR EM JERICOACOARA?
IMAGEM DESTACADA: Por do Sol visto do Morro do Serrote, em Jericoacoara.
Sem entrar no mérito da questão anunciada no título da postagem, não posso deixar de citar duas atrações badaladas que ficam próximas à Vila:
1 – uma delas é a Duna do Por-do-Sol, parte da moldura da própria Jericoacoara. É para lá que migram os visitantes que desejam ter uma visão privilegiada do ocaso.
A bem da verdade, esta duna já foi bem mais alta e havia quem a subisse em lombo de burro – quebra-galho oferecido por alguns jovens habitantes da vila, que encontraram nesse recurso a vantagem de descolar uma graninha dos mais comodistas assim como eu. Apesar de que, há 5 anos, escalei a duna na base da “viação canelinha” – minhas próprias pernas.
2 – A outra atração é a Pedra-Furada, cartão postal de Jericoacoara, onde você poderá chegar de algumas maneiras:
a) – A pé pelo Morro do Serrote. Trata-se de uma caminhada de aproximadamente 1 hora (ida e volta), mas que vale à pena. Não fica pesado porque você chegará lá, fará uma boa parada para clicar fotos ou fazer um vídeo…, tomar um banho de mar, quem sabe? Sentar-se em uma pedra para apreciar a paisagem, e depois retornar. O caminho começa na Rua do Forró. Basta pegar o trecho da lateral da Igreja Matriz e seguir.
b) – Em charrete, pelo mesmo Morro do Serrote.
Em agosto deste ano (2018) optamos por esse conforto, mas a desvantagem é que você, literalmente, só chegará à Pedra Furada se tiver disposição para descer o morro a pé, tarefa que me pareceu trabalhosa.
Como fomos assistir apenas ao por-do-sol, não me aventurei em bisbilhotar por onde passar porque começou a escurecer. Escolhemos este horário por ser menos quente. Durante o dia a sensação é a de que abriram um maçarico em cima de você.
Durante o trajeto conversamos muito com esse jovem. Foi ele quem nos conduziu em charrete até a Pedra Furada.
Segundo nos informou, a prefeitura está providenciando outro caminho paralelo a esse de areia, só que será pavimentado. O objetivo é oferecer mais conforto a passageiros, charreteiros e, principalmente, aos animais.
Em terreno pavimentado fica mais fácil para os burros puxarem as charretes; e como não haverá buracos na estrada, não haverá solavancos; não havendo solavancos, o conforto será geral.
O jovem charreteiro nos contou também que é proprietário de 3 burros. Segundo ele, os animais ficam muito cansados por terem que puxar as charretes nesse tipo de terreno e por isso é preciso revezá-los. Esteja certo de uma coisa: a pé ou de charrete, o passeio vale à pena e o aconselho. Aprecie as paisagens sem moderação. In loco, claro.
c) – Pelo caminho das pedras, na maré baixa. Pode lhe parecer estranho, mas foi muito bom! Há gosto prá tudo, não é mesmo? Nessa de procurar a melhor pedra para pisarmos, o tempo passou e nem sentimos. É esse o caminho que os vendedores de água utilizam na maré baixa. Vários passaram por nós em uma velocidade espantosa e com uma caixa de isopor pesada nos ombros. A impressão que tivemos foi a de que já sabem em quais pedras pisar. Esta opção leva-o diretamente à Pedra Furada, com certeza, porque é, literalmente, o final da pedrada; isto é, do caminho das pedras. Ops! O voo é direto, sem escalas.
d) – E a mais confortável, istepô, é você chegar lá de carro. Fiz esse percurso duas vezes. É o mais prático, claro, mas… nada tenho a dizer a respeito.
EVOLUÇÃO do COMÉRCIO – Finalmente!…
Voltamos a Jericoacoara após 5 anos e levamos um susto. Susto que costumamos levar quando vemos um lugar que conhecemos evoluir em curto espaço de tempo. Jeri foi demais!
Saímos para rever as famosasLagoas Azul e Paraíso em companhia de Elivandro, pessoa simpática e gentilíssima que trabalha com Paulo (Off-Road Jeri), e nesse passeio botamos as novidades em dia. E haja papo. O conversê só parou na volta, na porta da pousada onde nos hospedamos. Conversa vai, conversa vem, comentamos a respeito do crescimento da Vila. Sem que tivéssemos citado a última vez em que estivemos em Jericoacoara, Elivandro foi categórico ao dizer que a Vila cresceu desse jeito em 5 anos. Batata!
Neste curto espaço de tempo italianos ergueram hotéis de alto padrão. Um restaurante que prima pela originalidade na decoração e excelente cardápio, o Na Casa Dela, abriu uma filial na própria Jeri – foi inaugurado enquanto estávamos lá.
Aumentou o número de pousadas e, pelo que me pareceu, de mercados também.
Há mais farmácias. Uma UPA elogiada por seus serviços está na entrada da Vila. Cafés bem atraentes oferecem cardápio variado – incluem refeições rápidas além de cafés incrementados, sanduíches e um monte de etecéteras. E boutiques. Muitas boutiques, cada uma mais bonita que outra.
Uma das sorveterias vive lotada – fabricação de diversos sabores, incluindo diet, no próprio estabelecimento.
Marcas bem conhecidas de roupas e perfumaria já atracaram em Jeri.
Becos que serviam apenas para corte de caminho viraram atração por conta do farto comércio.
Em função desse crescimento, Jericoacoara tornou-se mais iluminada. Explico: a Vila não conta com iluminação pública. É a iluminação das vitrines que ilumina as ruas. E dá pro gasto. Observe as fotos.
Na Rua do Forró uma boutique não usou nenhum tipo de revestimento no piso – é pura areia de praia, devidamente tratada. Jericoacoara era uma antiga aldeia de pescadores e foi crescendo sem calçadas ou pavimentação nas ruas. A boutique Flor Jeri não fugiu à regra e também aderiu à areia de praia para cobrir o piso. Maravilha, porque não há nenhuma preocupação “em ter que varrer a loja para tirar a areia que trazem nos pés”.
Ao lado, outra loja chama atenção pelas redes artesanais confeccionadas em puro algodão.
Mais adiante a escola de dança anuncia ritmos e horários de aula. Está colada à agência dos Correios.
Muitos becos e ruas sem movimento foram interditados à veículos pesados. Ótima decisão, levando-se em conta que as mercadorias expostas nas vitrines podem chamar a atenção dos transeuntes e levá-los a se distraírem e amargarem acidentes.
Nesse beco, floreiras chamam atenção pela criatividade…
… e no Centrinho também. Este jacaré não parece engolir a árvore?
A Color Time fez uma chamada bem interessante para o Dia dos Pais.
Observe! A iluminação das ruas provém de vitrines e das próprias lojas. Em Jericoacoara não há iluminação pública. E precisa?
Esta vitrine pertence a uma loja que, a meu ver, é a mais bonita da Vila. Chama-se Conto de Fadas. Por ser muito grande e em L, conta com duas portas. Trata-se de uma boutique de bijuterias e de peças para decoração.
Ao fotografar o interior de qualquer lugar costumo pedir licença ao responsável. Uma funcionária indicou-me um jovem senhor que estava um pouco afastado de uma das entradas. Era o proprietário. Um francês simpaticíssimo com quem batemos um papo de 20 minutos. Contou-nos como havia chegado à Jericoacoara e mais algumas curiosidades.
Problemas com celular? Faltou bateria para sua máquina fotográfica? Esqueceu o carregador? Não há com o que se preocupar porque em Jericoacoara você encontrará uma loja especializada no assunto. Atendimento simpático e muito educado. Aonde? No Beco do Forró.
Lá você só não encontrará lojas de uma especialidade… Será que você advinha qual é? Dou-lhe uma…, dou-lhe duas…, dou-lhe três. Não matou a charada? Então, lá vai: sapataria!…
“Todas as viagens têm suas vantagens. Se o viajante visita países que estão em melhores condições, ele pode aprender como melhorar o seu. E se a sorte te levar a lugares piores, você pode aprender a aproveitar o que tem em casa “. – Samuel Johnson
9º DIA NA ROTA – De Barreirinhas (MA) a Jericoacoara (CE)
ITINERÁRIOS DA ROTA DAS EMOÇÕES
A Rota das Emoções poderá ser percorrida por dois itinerários que menciono mais abaixo. Percorrê-la por inteiro é um dos roteiros mais interessantes que fiz na vida. É interessante inteirar-se a respeito dos trajetos que fazem parte da Rota, a fim de que você escolha o que melhor lhe convier. Este trajeto não se resume, simplesmente, em você atravessar as rodovias que vão de Fortaleza a Barreirinhas ou de São Luiz à Fortaleza, porque entre uma ponta e outra há muuuiiita água rolando embaixo dessas pontes.
IMAGEM DESTACADA: A poderosa Hilux de Pauloque nos transportou três vezes pela Rota das Emoções por diferentes caminhos.
4º DIA na ROTA – DE JERICOACORA(CE) à LUIZ CORREIA (PI).
A surpresa começou na recepção do Carnaubinha Praia Resort, onde embarcamos com nossos pertences em um veículo do tipo que servem jogadores de golf.
Além deste conforto, contamos com o abraço carinhoso de um conjunto de sofás do qual não tive a menor vontade de me levantar. Por mim, passaria a noite ali mesmo. Fora isso, na vitrine da butique da recepção vimos artigos variados para o hóspede curtir a praia, incluindo a garotada, claro.
SEGUEM OS MAPAS DO ROTEIRO ATENÇÃO! O mapa informa o trajeto habitual pelas rodovias estaduais! Acontece que Paulo Rocha substitui as rodovias CE-085 e boa parte da CE-402 beirando o mar até chegar a Camocim.
Aceitamos de pronto a sugestão de Paulo Rocha, ou seja, uma passada sem nenhuma pressa pela Lagoa Grande, em nossa ida para Luis Correia. O que acontece? De Jericoacoara a Camocim são apenas 3 horas de viagem. Daí, para o viajante não perder um dia de sua permanência na Vila de Jericoacoara, só para conhecer a lagoa que substituiu a famosa Tatajuba, Paulo a incluiu no roteiro de ida para Luiz Correa, onde nos hospedamos no Carnaubinha Praia Resort.
No dia de nossa partida de Jericoacoara para Luiz Correia, antes do horário marcado, 8.30 h, Paulo já estava parado na porta do Hotel Villa Beija Flor.
Devidamente paramentados com roupas de praia, embarcamos e fomos direto para a Lagoa Grande.
Para saber mais a respeito de um tico do trajeto, clique aqui. E para saber como é a travessia do rio, veja-a neste breve vídeo – a travessia é mais rápida ainda.
APÓS CRUZAR o RIO GURIÚ
chega-se à Mangue Seco, localidade bastante modificada nos últimos 5 anos. Honestamente? Não apreciei as novidades… Em minha opinião prá lá de inoportuna, penso que a criação deste ponto foi desnecessária. Em primeiro e em segundo lugar, devido à proximidade e semelhança com o que você encontrará em seu destino, a Lagoa Grande.
COMO CHEGAR À LAGOA
Há um caminho alternativo que se resume em uma viagem. Só prá você ter uma idéia, de Jeri à Luis Correa, no Piauí, são 3 horas de percurso; e para sair de Jeri e chegar ao Lago Grande, sem passar pelo Mangue Seco, são 2 horas! O passageiro sairia (já vou logo colocando o verbo no condicional que é para você não cair nessa) da Vila de Jericoacoara, iria para Jijoca, passaria por Parazinho, para depois então decidir se continuaria até Lago Grande e/ou Tatajuba. Dê uma olhada no mapa e entenda o porquê do roteiro que Paulo Rocha fez por Mangue Seco.
RoteiroVila de Jericoacoara/ Lago Grande:
RoteiroVila de Jericoacoara/Tatajuba:
IMPORTANTE!
Para entender Mangue Seco, imagine uma linha reta entre Jericoacoara e Tatajuba, atravessando o Rio Guriú – foi nosso roteiro! Não sendo assim, observe no mapa a imensa volta que teríamos que fazer para chegarmos ao mesmo lugar.
Quando digo que Paulo conhece a Rota das Emoções como ninguém, é porque tenho razão.
MANGUE SECO
A internacionalmente conhecida Praia de Mangue Seco era tocada unicamente pelo vai-e-vem das marés, e pela passagem ligeira de veículos – principalmente buggys que se destinavam à Lagoa de Tatajuba.
À exceção de marcas de pneus na areia, não havia outro sinal de interferência do “ser” dito humano. Refere-se a um lugar de beleza única, onde víamos, vez ou outra, algum apaixonado por imagens desembarcar de seu veículo para registrar o trabalho generoso e exuberante da natureza naquele lugar.
Ouvíamos o barulho do mar vindo de longe, bem como o assobio afinado do vento avaliar nossos ouvidos, além da variedade de canto de pássaros enternecer o mais empedernido dos corações. Mangue Seco é Mágico…
Passei algumas vezes pela Praia de MangueSeco em ocasiões bem diferentes e admirava essa intocabilidade que imaginei ser eterna. Que bobagem! Ao passar pelo mesmo caminho recentemente, agosto de 2018, senti um baque ao testemunhar a transformação que citei no início da postagem (e ainda bem que foi só em um trecho!). Lançaram mão de pedaços de madeira – que inicialmente me pareceram ter origem no próprio mangue -, e construíram escadas, balanços, casas em árvores, pontos de vista e mais alguma coisa. Estenderam redes, construíram bares/restaurantes, ponto de encontro dos guias turísticos e até uma barraca que vende artesanatos!
GRANDES E DESASTROSAS MODIFICAÇÕES
Guias não nivelam os auto-falantes de seus veículos e o resultado é uma provocação aos tímpanos mais sensíveis. Há quem aprecie essa alegria toda? Claro! Como seria o mundo se todos gostassem das mesmas coisas? A sensação que tive ao ver o conjunto da obra assim que chegamos, foi a de que levaram alguns turistas enjaulados até lá e em determinado momento alguém gritou: – SOOOLTA!!! E a partir daí, mermão… só quem viu é que sabe.
Havia gente subindo em árvores, outros se balançando, outros já aboletados em galhos, alguns se agarravam em escadas tentando subir nas árvores… Ói, paro por aqui para não escrever o que não devo. O vídeo foi gravado em um momento tranquilo a fim de que não tivesse novo impacto ao rever as imagens. Lá vai! Clique aqui.
ORIGEM E DESTINO DA PALHA E DA MADEIRA DA CARNAÚBA
Inconformada com o cenário perguntei a nosso guia e amigo qual a origem do madeiramento e ele me explicou o seguinte: que toda a madeira utilizada na preparação dessas estruturas é originada do sertão, incluindo a carnaúba, cujo corte é controlado pelo IBAMA, pela SEMACE (Secretaria de Meio Ambiente do Ceará), e pela Prefeitura.
O MANGUE
permanece intocável e essa estrutura do “parquinho” é trocada a cada dois anos por questão de segurança. Relaxei, mas só nas questões do controle dos materiais empregados. Agora, quanto à macacada…
CONTINUAMOS
em direção à Lagoa Grande, mas não sem antes passar pelas mesmas emoções que sentimos em 2013: subindo e descendo dunas, mas desta vez em um veículo de passeio e não em um buggy – menos confortável, mas tão maravilhoso quanto.
Continuamos nesse balé pelas dunas ainda por um breve tempo e logo chegamos à novidade: o Lago Grande, onde almoçamos.
A fila grande era para o esquibucho. A propósito: você sabe do que se trata? Não? Então clique aqui e rapidinho saberá.
NOSSO ALMOÇO FOI EMBAIXO DE UMA BARRACA FINCADA NA AREIA DA LAGOA.
Neste cenário almoçamos um farto prato de Camarão com Salada e uma porção de Baião de Dois. Vez ou outra sentíamos uma beliscada de um peixinho mais atrevido nas pernas, mas… fez parte. Afinal, sem precisar pensar muito, os intrusos éramos nós. Portanto, os incomodados que se mudassem.
QUEM COMIA O QUÊ
Enquanto os peixes mordiscavam nossas pernas, fazíamos o mesmo com os camarões. Era um beliscando abaixo da linha d’água e outro beliscando acima. Uma casca que foi levada de um de nossos pratos pelos fortes ventos caiu na água, e antes que pudéssemos catá-la os peixes a atacaram com uma rapidez surpreendente até destruí-la. Não demorou muito para que sentíssemos outra mordidinha nas pernas enquanto continuávamos a saborear os camarões, só que desta vez o ciclo não se fechou porque não deixamos mais nenhuma casca voar. Pa-rou! Lugar de lixo é na lixeira e fim de papo.
Não nos demoramos na lagoa, e assim que acabamos de almoçar partimos para Camocim. Essa pressa toda era porque ainda tínhamos que atravessar o Rio Coreaú, disputando apenas uma balsa, e seguir para Luis Correa.
Visto de poucos metros de distância, o Lago Grande faz lembrar um oásis tanto quanto Jericoacoara. Se repararmos bem, não deixam de ser.
Em determinado momento da viagem, Paulo sugeriu pegarmos um atalho a fim de verificar se poderíamos trafegar pela beira da praia. Caso a maré estivesse baixa, seguiríamos até a foz do Rio Coreaú beirando o mar.
NOTE BEM: Boa vontade não falta nesta criatura que faz tudo para agradar seus passageiros. Foi assim desde que nos conduziu pela Rota das Emoções pela primeira vez, em 2010.
Clique aqui para saber mais a respeito do tráfego na trilha da foto acima. É vapt-vupt.
NADA ACONTECE POR ACASO! É PRECISO ESTARMOS ATENTOS AOS SINAIS QUE O UNIVERSO NOS DÁ.
PARTICULARMENTE, ACREDITO PIAMENTE NISSO.
Quando aceitamos a sugestão de Paulo, não foi à toa. O que aconteceu? Ao chegarmos à praia, vimos que a maré estava alta e que não seria possível chegarmos à margem do Rio Coreaú trafegando pela beira do mar conforme imaginamos. O lugar era lindo! Pedi permissão a nosso querido guiador para descer do carro, disparei algumas fotos e voltei.
Niqui Paulo terminou de manobrar o carro para voltarmos, ele parou e ficou observando uma Toyota, a primeira de cinco, que chegava pela esquerda ao mesmo ponto em que estávamos. Sem titubear, Paulo Rocha afirmou que o motorista entraria em apuros e aguardou. E não é que o danadinho acertou em cheio?
O motorista não foi nada habilidoso; pelo contrário, era beeem atrapalhado. Ao invés de passar por cima da vegetação de sua esquerda, em terreno firme, o istepô tentou seguir em frente e ainda quase atropela um tronco de carnaubeira. Não entendemos nada. Areia muito fôfa…, ele acabou ficando atolado, claro. E Paulo só olhando… A criatura tentou sair do atoleiro, mas a Toyota afundava cada vez mais. Era um tal de chegar prá frente e chegar prá trás, mas sem resultado algum.
Paulo então ofereceu ajuda porque percebeu que a turma era muito ruim de roda. Muito ruim, mesmo. Neste carro havia mais 4 passageiros que não queriam sair da Toyota de jeito nenhum, alegando que estava muito calor. Em uma situação desta, eu, como motorista, seria meiga como um coice de mula e colocaria todos prá fora do carro. Seria o troco por não levarem em consideração a situação em que se encontravam! O comodismo foi ao extremo, e a falta de respeito foi total. E mais: uma das passageiras era uma senhora mais gorda que o Toyota.
Nosso amigo aproximou-se para ajudar, e logo de início usou de franqueza e disse-lhes, educadamente, que as passageiras estavam dificultando as manobras e que deveriam descer da Toyota o mais rápido possível. Clique aqui para saber alguns pormenores. Aconteceu que, não se sabe por qual motivo, o motorista deu ré e o carro quase virou no desnível da praia. Mô-quidu!…Na hora em que sentiram o perigo foi até engraçado: vimos uma explosão de gente prá tudo que é lado! Foi como se tivessem descoberto uma cobra dento do carro. A primeira idéia seria amarrar uma corda nos dois veículos a fim de que Paulo puxasse a Toyota, mas abortaram a idéia mediante a sugestão de Paulo.
Ele orientou o motorista a entrar no carro, chamou dois pesos pesados que estavam nos outros veículos, e os três subiram no estribo do lado esquerdo. Nosso amigo então instruiu o condutor para que virasse o volante em direção à beira da praia – o óbvio -, ao invés de insistir na manobra que estava fazendo e que não estava dando certo, ou seja, tentando subir o desnível. Houve argumento, mas Paulo insistiu e foi essa manobra que salvou a situação, porque o peso dos três mosqueteiros garantiu que o veículo não cambalhotasse. Daí, “entre mortos e feridos, salvaram-se todos”. Ufa!
Felizes com a ajuda, retomamos nosso caminho e seguimos ao encontro do Rio Coreaú, nosso velho conhecido.
PAULO, QUEBRANDO UM GALHÃO!
Só uma balsa estava trabalhando, e quando chegamos havia alguns veículos na fila para atravessar; tratava-se de um grupo de viajantes. Repentinamente, Paulo foi chamado para entrarmos com o carro na balsa; não entendemos… Habilmente, sem que percebêssemos, nosso guiador entendeu-se com o líder desse grupo e pediu licença para embarcarmos antes deles, caso todos concordassem. Como tínhamos apenas um veículo para atravessar, o grupo nos obsequiou com esse embarque. Ficamos muito gratos.
CAMOCIM
na linguagem tupi-guarani significa “buraco ou pote para enterrar defunto”. As temperaturas médias são em torno de 26 graus. No Verão, não costumam chegar a 32 graus, com minimas registradas de 29 graus; no Inverno, oscilam entre 21 e 22 graus aproximadamente. Não há estação do ano definida naquela região; há, sim, o período das chuvas (de janeiro a junho) e o período da seca (de agosto a dezembro). Julho funciona como um intermediário entre ambos os períodos.
O município conta com belas atrações turísticas que a maioria dos visitantes nem desconfia que pertencem à Camocim. A Lagoa da Tatajuba é uma delas e a Praia de Guriúé outra.
Lembram de Mangue Seco, citado lá em cima? Pois é. Essa região próxima de Jericoacoara também pertence à Camocim. Quando fizemos a Rota das Emoções com Paulo, em 2010, passamos por todas as praias do município. São belíssimas. Há ainda uma ilha, a Ilha do Amor, que não conhecemos.
EM CHAVAL,
cidade cearense localizada na fronteira com o Piauí, passamos pela Pedra da Gruta Nossa Senhora de Lourdes. Como chegar, história de sua construção e datas festivas, bata clicar no link.
Agradecemos por nossos momentos, pedimos proteção e prosseguimos viagem até Luis Correa, onde nos hospedamos em um resort excepcional chamado Carnaubinha Resort Hotel, assunto da próxima postagem.
Aceitamos a sugestão de Paulo Rocha, nosso guiador pela ROTA (telefone (88) 9.9969-7112) e permanecemos em Jericoacoara a fim de revermos alguns lugares e conhecermos as novidades.
IMAGEM DESTACADA:O badalado Centrinho de Jericoacoara.
2º DIA na ROTA: Jericoacoara – Lagoas do Paraíso e Azul.
Jeri mudou muito, e foram mudanças radicais para melhor no curto espaço de cinco anos! O ar bucólico de 1984, em que só se chegava à Jericoacoara atravessando as dunas a pé e com burros carregando sua bagagem, já era.
Nas postagens seguintes você constatará que nossa musa, a Hilux de Paulo, exagerou em brilhantismo onde quer que estivesse. E, apesar de seu glamour – estofamento em couro, ar condicionado e muito espaço -, tal qual a Amélia cantada por Ataulfo, “não tem a menor vaidade” e deu um banho no 1º dia na Rota das Emoções.
NOSSO ROTEIRO
1º Dia na Rota: Fortaleza (CE) / Jericoacoara (CE).
Esta parte também poderá ser trilhada, literalmente, pela beira do mar. Neste caso, o percurso é realizado em dois dias. Na primeira vez que fizemos a rota optamos pela beira da praia e dormimos em Trairi. Foi espetacular!
IMAGEM DESTACADA: Eis a Hilux de Paulo Rocha – a versão antagônica daquela que ficou famosa como “Princesinha do Agreste” em certa novela da TV -, pronta para qualquer parada.
JERICOACOARA TAMBÉM TEM HISTÓRIA
Não faz tantos anos assim – talvez uns vinte, aproximadamente -, tratava-se apenas de uma vila de pescadores quase escondida entre o mar e as dunas. Não havia estradas, não havia eletricidade e, consequentemente, tudo que dependesse de uma tomada… Não havia sequer uma pousada.
Os sobrinhos de meu fiel escudeiro estiveram em Jericoacoara em 1987 e foram abrigados por pescadores. Era em suas casas que dormiam e comiam. Casas sem banheiros, e devido a isso as necessidades fisiológicas eram “descartadas” atrás de qualquer moita ou árvore. Para que tenham idéia, eles chegaram à vila em lombo de burro! A moeda corrente era o escambo, e por este motivo pouquíssimo dinheiro circulava.
JERICOACOARA,
um cenário exuberante arquitetado pela natureza cuja quietude só é abalada pelo assobio do vento, jamais imaginou que outros tipos de vento soprariam em sua direção e a transformariam em um dos polos turísticos mais famosos do planeta.
JERICOACOARA CRESCEU!
Moradores daquelas casinhas simples negociaram seus terrenos, e agora vê-se, em seus lugares, hotéis de luxo, pousadas bem transadas, boutiques sofisticadas, Cafés atraentes e restaurantes charmosos, sem falar em uma sorveteria/fábrica de sorvetes da melhor qualidade que consegue formar fila apesar de suas espaçosas instalações. Lá, fabricam até sorvete diet!
O COMÉRCIO DE JERI
Aumentou o número de farmácias e de supermercados; uma UPA bem elogiada pelos moradores foi construída na entrada da Vila, e a oferta de diversos tipos de terapias é considerável. Há consultório dentário. Lojas de marcas famosas do ramo de sandálias de praia e perfumaria estão presentes. E se notamos bem, duas praças foram construídas: uma no Centrinho (rua Principal) e a outra em frente à Matriz.
O TEMPO “AVOA!”
A diferença que encontramos de 2013 prá cá é gritante! De tudo isso o que mais nos chamou atenção foi o seguinte: é que todo esse glamour que Jeri vem adquirindo com a rapidez de quem furta, não alterou aquele jeitão descontraído. A Vila continua atraente e está ficando cada vez mais charmosa. Jeri é um lugar encantador, alegre, onde todos são bem recebidos. Jeri parece colo de avó – é puro aconchego; Jericoacoara não se explica. A Vila é transbordante de Luz, porque é lugar de gente feliz.
ROTA DAS EMOÇÕES
Foi Paulo quem nos conduziu em 2010 na Rota das Emoções pela primeira vez. Este roteiro compreende os Lençóis Maranhenses, o Delta do Parnaíba e a Costa do Sol Poente Cearense: Jericoacoara e Camocim. Percorremo-la de ponta a ponta. Nesta ocasião, nosso companheirão de viagem por quem acabamos por nutrir grande admiração e profundo apreço, trabalhava para uma empresa de turismo de Jericoacoara.
QUEM É PAULO ROCHA?
Paulo é um profissional batalhador e profundo conhecedor da Rota e arredores. Não foi surpresa quando, ao contratarmos seus serviços pela segunda vez, informou-nos, feliz da vida, que já fazia tempo que trabalhava por conta própria. A partir daí, Paulo é que passou a comandar e orientar seus passageiros nos roteiros propostos, e sugestões não lhe faltam. Nas três vezes que transitamos pela Rota (total ou parcialmente), nosso guiador foi nos pegar em Fortaleza. Na última vez, ou melhor, na mais recente, foi nos pegar direto no aeroporto.
Nota: Nosso amigo é residente de Jijoca de Jericoacoara, distante do aeroporto da capital cearense em 298 km!
1º DIA na ROTA – De Fortaleza a Jericoacoara. Desta vez tivemos a vantagem de contar com um voo do Rio de Janeiro que chegou à capital cearense às 11.30 h, e de lá rumamos diretamente para Jericoacoara. Paramos duas vezes no caminho: uma para almoço, em Paraipaba (Restaurante e Churrascaria São Paulo), e outra para lanche, em Itarema.
SUGESTÃO: Caso você chegue a Fortaleza em horário de almoço, ou desembarque precisando comer alguma coisa, sugiro que passe na praça de alimentação do aeroporto nem que seja para levar um lanche para fazer na viagem. Lá a oferta de refeições é grande e lhe quebrará um galhão. Explico: o buffet da churrascaria de Paraipaba onde Paulo parou para almoçarmos deixou muito a desejar; em contrapartida, a tapioca de carne de sol com queijo de coalho do Delícias do Café de Itarema é in-dis-pen-sá-vel!!! É ponto obrigatório.
CARDÁPIO
Além de refeições, o Café oferece pratos rápidos tais como: tapiocas com diversos tipos de recheios, omeletes, bolos, sanduíches, salgados e outras delícias. Tudo preparado e servido com esmero. Artesanatos e redes também estão a venda. Os ambientes são limpíssimos, incluindo os banheiros. Essa parada é porreta! Anote:Av. João Batista Rios, 265, Itarema – CE, 62590-000. Telefone: (88) 99755-5049.
Água de côco gelada combina com a famosa tapioca? Claro! É normal meu estômago apoiar, integralmente, o que meus olhos vêem.
Mais tarde, ao passarmos pelo município de Cruz, Paulo nos levou para conhecer o aeroporto já devidamente preparado para receber aviões de grande porte. Prova disso é que voos diretos de Lisboa estão previstos para serem inaugurados em setembro próximo. Com esse e outros avanços, Jericoacoara nunca mais será a mesma…
Do ponto que se vê abaixo fomos até Jericoacoara (distante de Preá em apenas 14 km) pela areia da praia…
(Vídeo musicado)
… e ainda demos uma passada pela Árvore da Preguiça, atração de Jeri, antes de chegamos a nosso destino.
NOTA: A partir de 21/9/2017, quem visita Jericoacoara paga uma taxa de R$5,00 (cinco reais), por pessoa, pelos dias em que o visitante permanecer na Vila. Trata-se da TTS – Taxa de Turismo Sustentável. Há dois postos de cobrança: um deles fica na entrada da cidade (foto) e outro na entrada do município. Caso seja mais confortável para o visitante pagá-la pela internet, basta gerar o boleto na página da Prefeitura de Jeri.
QUEM NÃO PAGA A TTS? Maiores de 60 anos, menores de 12, e portadores de deficiência física. Moradores e quem mora em outro local, mas trabalha na cidade, obviamente, também estão isentos do pagamento da taxa. Quarenta por cento do valor arrecadado é obrigado a ser empregado na Vila.
Ficamos na pousada Villa Beija-Flor, recém inaugurada na rua do Forró. Ajeitamos nossa bagagem, tomamos um banho e saímos para ver as novidades; só não imaginamos que fossem tantas!…
2º Dia na Rota: Jericoacoara (CE) / Carnaubinha (PI)
N.B.: Importante ressaltar que o roteiro é executado pelas dunas em alguns trechos. Nem pensar em viajar pelo caminho traçado pelo Google, porque é longo demais! De Jericoacoara à Guriú trafega-se, praticamente, em linha reta.
3º Dia na Rota: Carnaubinha (PI)/Barreirinhas (MA)
Acompanhe cada dia da Rota das Emoções clicando nos links abaixo.
“Somos todos viajantes de uma jornada cósmica – poeira de estrelas, girando e dançando nos torvelinhos e redemoinhos do infinito. A vida é eterna. Mas suas expressões são efêmeras, momentâneas, transitórias.”Deepak Chopra
Ao comentarmos que iriamos viajar para Fortaleza, as indicações para que conhecêssemos a barraca Crocobeach, na Praia do Futuro, foram as melhores possíveis.
IMAGEM DESTACADA: Detalhe da Crocobeach.
O QUE CHAMAVAM DE BARRACA
tratava-se de uma espécie de resort, longe, muito longe de ser o que conhecemos aqui no Rio de Janeiro como barraca de praia.
Ao chegarmos à Crocobeach nos deparamos com uma propriedade semelhante a um cenário de filme rodado na Jamaica ou um outro Caribe qualquer: coqueiros, lagos artificiais, restaurantes, boutiques – incluindo uma farmácia -, local para massagens na beira da praia, piscina (adulto e infantil), bar e ainda um auditório onde apresentam shows em dias previamente anunciados. Uma imensidão de laser de dar gosto ver. Ah! E a praia, com um baita suporte para os banhistas: cofres! presos embaixo de guarda-sóis de sapê.
ASSALTOS!
Esse lance do cofre confirmou o que um amigo me havia dito: que ele saiu da Crocobeach e minutos após a “barraca” foi assaltada. Bandidos fizeram uma limpa geral nos banhistas e nas gavetas do pequeno comércio que funciona no oásis.
Segundo mais informações, os assaltos correm soltos na Praia do Futuro. Nós mesmos, ao passearmos à noite pelo calçadão da Praia do Meirelles, fomos avisados por uma senhora que caminhava bem próxima a nós, que tivéssemos muito cuidado com assaltos e batedores de carteira. O sotaque denuncia logo que é ‘minhoca’ e quem não é, e o turista acaba virando alvo. Felizmente nada aconteceu.
Após essa visita retornamos algumas vezes à Fortaleza, mas não conferimos se o oásis da Praia do Futuro continua do mesmo jeito. Ao atualizar a página, deparei-me com uma novidade: um hotel espetacular construído quase em frente à barraca Crocobeach, de sua propriedade. Gostamos do que vimos no site e já estamos nos programando para uma viagem à Fortaleza assim que possível. Confiram clicando aqui.
ROTA DAS EMOÇÕES– Esta página foge do perfil que tenho postado no blog pelo seguinte: trata-se de uma viagem que postei em um site de viagens que fechou suas portas, porém não comunicou a falência a seus colaboradores. Quando me deparei com essa realidade senti muito por meu trabalho perdido. De tudo que postei – e só de fotos foram mais de duas mil -, consegui salvar apenas este texto e ainda me dei por feliz.
ROTA DAS EMOÇÕES – O QUE É ?
Esta rota, que faz jus a seu nome, compreende os LENÇÓIS MARANHENSES, o DELTA DO PARNAÍBA, no Piauí, e a COSTA DO SOL POENTE CEARENSE – Jericoacoara e Camocim.
ALGUMAS DICAS DA ROTA DAS EMOÇÕES
OBS: Os mapas dão a idéia do caminho percorrido de Fortaleza até São Luiz. Na verdade, o Google não conseguiu calcular a Rota das Emoções exatamente como traçamos. Por exemplo: de Tutóia seguimos até Caburé, na foz do Rio Preguiças. Neste ponto uma lancha nos aguardava para subirmos o rio e chegarmos a Barreirinhas, de onde partimos para São Luiz após alguns dias.
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